•2•

57 12 50
                                    

Dear Rose

Encontro com um perfeito desconhecido.

Querido e amado domingo

Ah!

Com certeza era o meu dia favorito.

Coloquei o marcador na página 169 do livro "Mil beijos de garoto". Pois é, tinha passado mais uma madrugada em claro, mas já estava acostumada.

Deixei o livro sob a minha mesa cabeceira e fechei os olhos numa tentativa de descansar os olhos, ou talvez o corpo.

— ROSE! — minha mãe, Andrea, gritou tirando toda a energia positiva que eu tinha.

Rebolei pela cama murmurando coisas sem sentido e sem que eu pudesse evitar , no momento seguinte já estava de costas – e bunda– no chão.

Exato!

Tinha caído da cama.

Mas isso não significa nada, meu dia ainda seria bom na mesma, conseguia sentir isso pela atmosfera do ar.

— ROSE!!! DESÇA AGORA — mamãe gritou mais alto fazendo-me grunhir de raiva.

— JÁ VOU! — respondi no mesmo tom que ela.

•|

•|

•|

— Achei que não fosse descer mais — comentou enquanto me observava descer as escadas.

Reprimi a vontade de revirar os olhos.

Não podia arruinar o meu dia, mesmo que as coisas estivessem um pouco desajustadas...

— Por quê a senhora me fez acordar tão cedo? — perguntei encostando a cabeça na parede que dividia a sala da cozinha.

— A dona Ruth ligou para avisar que não conseguiu vir, a filha não está muito bem de saúde — informou e automaticamente fiz uma careta.

— E? — perguntei na intenção de fazê-la falar sobre a parte que era da minha conta.

— Eu preciso ir ao hospital, estarei de plantão hoje voltarei apenas amanhã às 4 da tarde... O que significa que você está encarregada de todas as tarefas domésticas de hoje.

— Ah mãe! — reclamei imaginando a tortura que seria — E se emprestarmos a diarista do tio Carl, ela deve estar lá agora — sugeri e após ver o olhar de raiva que ela direcionou a mim me arrependi de ter dito tais coisas.

— Ela não é um objeto para que emprestemos, não seja arrogante Rose  — repreendeu-me .

— Tá,  me desculpe...mas o que eu tenho que fazer? — perguntei para que ela fosse mais clara.

— Varrer, limpar , jogar o lixo fora, cozinhar , alimentar o Rex ,levá-lo para passear às 5 da tarde e não esqueça de manter a casa organizada Rose — falou colocando a bolsa em seu ombro.

Se aproximou de mim depositando um beijo em meu rosto.

— Não esqueça nada Rose — pediu antes de caminhar em direção a porta.

— Claro que não irei esquecer — acegurei afastando minhas costas da parede.

— Lembra da última vez que você disse isso? — perguntou virando para me encarar com a mão esquerda apoiada na cintura — Quanto tempo faz mesmo? Uma semana? — questionou debochada e reprimi a vontade que tive de revirar os olhos.

Exatamente há uma semana a trás eu quase matei o Rex de fome por ter esquecido de alimentá-lo, por  não ter comprado a ração e os biscoitos favoritos dele. Tinha sido apenas um pequeno descuido.

Dear RoseOnde histórias criam vida. Descubra agora