Dear Rose
Eu não posso enfrentar essa dor
Que se chama amor
Tomou conta do meu ser - Que se chama amor - Só pra contrariar- Rose...- minha mãe chamou, e quando olhei para ela percebi o quão assustada estava.
Conseguia entender como ela se sentia, porque no fundo eu estava da mesma forma. Tinha medo de ouvir sobre o que tinha acontecido.
Mas ao mesmo tempo, precisava saber.
- A senhora quer saber sobre o que vamos conversar? Ou quer tentar me impedir? - perguntei sem conseguir me conter.
Aqueles acontecimentos estavam mexendo com a minha mente de uma forma que não sei explicar, estava tudo tão confuso que era como se fosse uma pintura cheia de rabiscos, daquelas que ninguém consegue entender.
A diferença era que a minha vida cheia de rabiscos não era bonita, sequer admirável.
- Tive um dia horrível ontem, o pior dia que tive até hoje. Claramente não esperava acordar e estar tudo como nos contos de ninar, que tudo acaba bem no final, mas me surpreendi ao acordar com gritos. Sobre o quê estavam falando?
Olhei para a minha mãe, sentindo minhas mãos tremerem. E no momento em que quis me manter firme, as pernas começaram a tremer.
- Nós iremos nos resolver, Rose. Não precisa...
- Não, mãe. Não tenho mais cinco anos, uma vez que estou envolvida no assunto eu quero saber! - exigi tirando coragem de sei lá onde.
Mas a verdade era que eu estava cansada de tudo.
"Se a vida te der limões, faça limonada" - é o que dizem, mas o que eu faria com tantas decepções e tantos dramas? Uma novela mexicana?
- Ninguém vai dizer nada? - olhei para os dois, alternando de minha mãe e meu pai, mas nenhum tinha a intenção de falar.
E até aquele ponto eu estava com raiva, sentia meu peito arder e minha cabeça estava quente, como se fosse um android sobre aquecido.
- Ou devemos chamar o tio Carl para fazer parte da conversa também? - perguntei sem pensar direito.
Minha mãe arregalou os olhos, parecendo ter percebido que eu já sabia.
- Como pôde ter feito isso, mãe? - questionei fazendo com que ela desabasse.
Naquele momento lágrimas já ameaçavam escorrer por seu rosto.
Não gostava de ver minha mãe chorando, mas naquele momento a situação era completamente diferente.
Como foi que eu não vi?
O tipo de relação que eles tinham chegava a ser estranha e eu nunca me atreví a pensar que pudessem ter alguma coisa além da amizade. Ele vinha para cá quase sempre, eles passavam demasiado tempo juntos, das vezes que reclamavam sobre eu estar sempre em casa...
Como foi que o meu pai descobriu?
As lembranças da noite em que ele foi embora começaram a passar em minha mente, como se fosse um filme antigo. O modo como ele tinha saído daqui, com os olhos tão quebrados como nunca antes tinha visto.
Apesar de compreender como ele tinha se sentido, isso não justificava o facto de ter saído daqui e não ter mantido contacto comigo durante esses dois anos.
- Rose... nós não somos capazes de controlar certas coisas da vida - ela disse em sua defesa, em meio ao choro.
A encarei incrédula, sentindo algumas lágrimas presas em meus olhos clamando para serem soltas.
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Dear Rose
Novela JuvenilRose era do tipo de garota que acreditava fielmente nos romances e no poder que eles tinham. "Tinha sido daquele jeito com os pais, então por quê não seria com ela?" - era assim que ela pensava. Por ironia do destino, seu coração foi destroçado por...