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Dear Rose 14

"CRC" e Put4ri4 no corredor

— Bom trabalho filha, — mamãe desejou — e tenha cuidado.

— Terei, não se preocupe — beijei seu rosto e levei uma maçã antes de sair.

Eu e Sophie tínhamos combinado de chegar cedo à escola para ficar de vigia perto da porta da diretoria e tentar descobrir quem tem me enviado cartas.

Sophie decidiu chamar isso de caça ao remetente das cartas. É um nome longo, que pode ser facilmente abreviado em CRC.

Era manhã de sexta-feira. Tinha faltado a livraria ontem, e não podia me dar ao luxo de faltar novamente só porque quero ignorar um garoto.

Um garoto que me beijou— meu subconsciente gritou.

Sendo sincera, não tinha sido só o beijo que me deixou assustada. Mas sim o modo como eu reagi a ele.

Por qual motivo eu senti como se tivesse apanhado um choque quando ele acariciou o meu rosto?

Não conseguia acreditar que outro garoto tinha feito com que eu me sentisse arrepiada. Não tinha acabado bem da primeira vez que isso aconteceu , e eu não estava disposta a tentar para ver o que aconteceria desta vez.

— Hey Jess — cumprimentei assim que entrei no estabelecimento.

— Como se sente Rose? — ela perguntou.

— Estou bem! — respondi de imediato , e senti vontade de bater a cabeça — bem melhor que ontem, foi o que eu quis dizer — acrescentei ao lembrar da "enxaqueca que tive" ontem de manhã.

— Oh, que bom. E isso veio mesmo a calhar, pois o Hudson não virá hoje — comentou despertando  a minha curiosidade.

Devia estar aliviada ,por não ter que vê-lo tão cedo. Mas por qual motivo não conseguia me sentir aliviada?

Tentei ignorar esse pensamento, tanto quanto o sentimento estranho.

— Ele disse alguma coisa, sobre o por quê de não vir? — perguntei rezando internamente para que ela não achasse estranho.

— Não, apenas disse que explicaria depois.

Comprimi os lábios franzindo o cenho.

Okay, né.

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— Você demorou — Soph comentou baixo ao me ver agachada ao lado dela.

— Eu sei, esqueceu que trabalho? — perguntei retoricamente.

Sophie revirou os olhos e voltou a olhar para a porta da diretoria.

Digamos que para aquele ângulo estávamos minimamente escondidas , apenas conseguia nos ver alguém que vinha do corredor em que estávamos escondidas.

— Alguém entrou lá? — perguntei curiosa.

— Até agora ninguém entrou lá. — ela respondeu sem tirar os olhos daquela direção — Amiga você acha que o garoto estava falando sério quando disse que resolveria esse assunto?

O que nos faz pensar que um "desconhecido" faria algo assim por mim?— me perguntei.

Realmente não fazia sentido.

— Não sei, Soph — respondi incerta — só espero que ele apareça para que saibamos quem tem enviado as cartas.

— Eu estou aqui há quase uma hora e nada, ninguém entrou e ninguém saiu daquela maldita sala — Sophie reclamou depois de alguns minutos em silêncio.

Dear RoseOnde histórias criam vida. Descubra agora