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Dear Rose 21

"Me libertar das cordas que me prendem"

Novamente, não queria que aquele momento acabasse...

Lentamente, nos afastamos e conforme isso acontecia eu sentia como se uma parte de mim estivesse sendo tirada.

Cruzei os braços numa tentativa de não me sentir tentada a abraçá-lo novamente.

- Está tudo bem? - perguntei preocupada olhando para o rosto dele.

Sentia como se algo estivesse errado.

- Está - ele assentiu , mas olhava para qualquer lugar menos para mim.

Foi então que eu me dei conta que estávamos na porta da minha casa. E se continuássemos lá era bem provável que as pessoas tivessem uma notícia a mais para piorar minha situação nesta maldita cidade.

- Entre, por favor - pedi dando espaço para que ele passasse.

E assim que o fez fechei a porta.

- Venha comigo - eu disse a ele passando directamente para o meu quarto.

E durante todo trajeto ninguém se atreveu a dizer uma só palavra.

O motivo dele ter vindo até aqui ainda era uma incógnita para mim.

Ele não queria se afastar de mim? Então por quê voltou?

Me perguntava tentando pensar em alguma resposta,como se eu o conhecesse o suficiente para tal.

Após termos entrado eu fechei a porta e caminhei até a janela para fechá-la também, aproveitando para ver se a carta ainda lá estava mas infelizmente não havia nada. Fechei as cortinas e me virei para encarar Hudson que analisava o meu quarto com as mãos enfiadas nos bolsos das calças moletons cinza.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntei chamando a atenção dele.

Estava um tanto curiosa quanto preocupada.

Não conseguia engolir o facto de que alguém que tinha passado dias a me ignorar tinha aparecido de noite em minha casa e me abraçado do nada

- Eu soube do que aconteceu - disse olhando para o meu rosto, pela primeira vez naquela noite.

Claro que sabia.

- E ainda assim veio... por quê?- perguntei sentindo um nó se formar em minha garganta.

Eu tinha vontade de arranjar qualquer desculpa e pedir para que ele fosse embora ,mas ao mesmo tempo queria que ele ficasse e me abraçasse novamente.

- Não sei - passou a mão por seu cabelo , deixando-o ainda mais bagunçado.

Era difícil de negar para mim mesma que até mesmo com o semblante preocupado e aparentemente confunso aquele garoto conseguia ser bonito e atraente.

- Só senti necessidade de estar aqui, e de ficar com você.

Como um ímã atrai o metal, meu olhar foi atraído pelo seu e por minutos, que naquele momento pareceram segundos, não conseguimos dizer sequer uma palavra.

Dear RoseOnde histórias criam vida. Descubra agora