Dear Rose

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Dear Rose

You tell me it gets better, it gets better in time
You say I'll pull myself together
Pull it together, you'll be fine
Tell me, what the hell do you know? What do you know? - Til it happens to you - Lady Gaga

- David não quis descer? - mamãe perguntou assim que me viu descendo as escadas.

Por um momento quase me denunciei dizendo que Hudson sequer havia voltado, mas felizmente lembrei que ela pensava que era ele lá.

- Não, ele achou melhor ir embora...tio Carl veio somente como tio, né? - questionei lembrando que não tínhamos prestado queixa, ainda.

E que muito provavelmente, meu tio estava ali para poder me convencer a fazer isso. Uma vez que eu me neguei a fazer tal coisa.

- Vamos lá para sala, e você saberá - ela respondeu caminhando para o cómodo e me senti na obrigação de lhe seguir.

- Boa noite tio - cumprimentei assim que o vi.

Ele deu um sorriso amarelo.

- Boa noite...

Percebi que pelo seu modo de falar, que eu estava certa quanto a ele ter vindo para me convencer a dar queixa.

- Nós ouvimos o que aconteceu pela versão do David, que não deu muitos detalhes. Simplesmente disse que ele a encontrou antes que o pior acontecesse.

A reação de David Hudson de quando acordei no hospital, e do momento em que ele me encontrou em sua casa tinha sido bastante estranha.

Como é que ele poderia saber que Éric estava me fazendo mal e que não tinha sido eu a pedir por aquilo?

Por quê partiu para agressão no exacto momento em que nos viu?

Será que ele sabia das intenções do seu pai comigo?

- Você pode nos contar o que aconteceu e como aconteceu? - meu tio perguntou, desencadeando emoções e sentimentos que pareciam tão antigos mas ao mesmo tempo tão recentes.

Senti aquele maldito nó se instalar em minha garganta, só de cogitar em contar o que tinha acontecido.

O sentimento de culpa se apoderava em meu coração fazendo-me ficar com um mal estar emocional como nunca antes senti.

Parecia estar com náuseas, e ao mesmo tempo me sentia agitada, lágrimas gritavam para transbordar de meus olhos e correrem de forma selvagem pelo meu rosto. E eu só queria voltar no tempo e agir de forma diferente, queria evitar tudo aquilo.

Notei que minha mãe que me analisava cautelosamente, começou a chorar me abalando completamente.

Comecei a chorar com a cabeça enterrada entre as mãos.

- Foi...culpa mi-nha - disparei com a voz entrecortada por causa dos soluços e do choro.

Senti braços passarem em volta do meu corpo, senti o perfume lavanda impregnado em minhas narinas e então soube que era a minha mãe.

- Nunca mais diga isso! - me repreendeu, com firmeza na voz, apesar do choro recente.

Tentei controlar as lágrimas e olhei para ela.

- Diversas vezes manti contacto com ele, em horários não tão apropriados mãe, porque ele sempre aparecia aqui - confessei com o tom de voz denunciando que iria começar a chorar novamente.

- Ele inventava qualquer desculpa para aparecer aqui, as vezes eu notava um olhar ou outro mas sempre ignorei por ser o pai do garoto que eu estou apaixonada.