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Dear Rose 11

O beijo

— Por quê você não foi ao jantar do sábado? — perguntei ao David depois de algum tempo tentando ignorar esse meu lado curioso.

— Não estava a fim — respondeu simples.

Hudson , que tava organizando os livros de ficção científica em ordem alfabética, sequer se deu ao trabalho de me encarar.

O modo como ele respondeu deixou claro que não só estava a fim de ir ao jantar , como também não tava a fim de conversa. Pelo menos não naquele momento.

— Oh...okay— comprimi os lábios contendo qualquer palavra a mais que implorava dolorosamente para sair da minha boca.

Virei as costas pronta para me afastar. No momento não tinha nenhuma função , então ficaria de bobeira até que tivesse outra coisa para fazer.

— Rose — escutei Hudson pronunciar o meu nome e num giro, virei-me para ele.

— Sim...? — a frase saiu mais como uma forma de incentiva-lo a dizer o porquê de ter me chamado.

— Deixa pra lá — disse fazendo-me fechar os olhos e respirar fundo.

Daí-me paciência!

Que haja paciência!

Daí-me paciência!

Repeti essas frases como um mantra enquanto virava as costas e caminhava para longe.

— Rose você pode jogar este lixo fora, por favor? — Jessy pediu apontando para um caixote no canto da livraria.

— Claro — respondi continuando a caminhar em direção ao caixote.

"Deixa pra lá"

Idiota!

Minha curiosidade era tão grande que não suportava quando coisas daquele gênero aconteciam. Mas não daria aquele gostinho a ele, não o deixaria saber que estava curiosa sobre o que ele queria me dizer e que estava irritada por ele não ter dito.

Nem louca eu daria esse gostinho para ele!

— Triste seria imaginar que você já deu esse "gostinho" — Hudson disse debochado fazendo-me saltar de susto e derrubar o caixote de lixo antes de entorná-lo no contentor.

Fechei os olhos pousando a mão no peito, tentando me recuperar do susto que o filho da...me deu.

— Você tem algum problema mental?! — perguntei elevando o meu tom de voz , notavelmente irritada com ele.

— Eu é que devia perguntar isso a você! Sempre a encontro falando sozinha — retrucou com uma sombra de riso nos lábios.

— Pessoas normais falam sozinhas — argumentei e olhei para a bagunça que a rua estava — Olha só para o que você fez! — acusei apontando para o lixo espalhado.

— Você é que não presta atenção no que faz e eu levo a culpa disso? — soltou uma risada debochada e senti vontade de fechar aquele linda, mas irritante boca.

—  Idiota! Idiota! Babaca! — xinguei-o enquanto caminhava para o lugar em que guardávamos os objectos de limpeza.

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— Você nem acredita no quão chateada eu fiquei, Soph! — eu disse enquanto caminhávamos  em direção a uma mesa — Não havia necessidade alguma para tamanha grosseria...

Dear RoseOnde histórias criam vida. Descubra agora