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Dear Rose 8

Sal na ferida

— Não acredito que você passou mal e quis ir para casa sem sequer ter entrado em uma das aulas — Sophie disse desacreditada.

Suspirei olhando para o teto estrelado do meu quarto.

Depois do que tinha acontecido, saí correndo em direção ao banheiro. Onde sucessivas e quentes lágrimas escorreram por meu rosto em silêncio, enquanto eu estava sentada em um dos cantos de uma cabine trancada.

Tinha chorado tanto que minhas lágrimas se recusavam a sair mais, e minha cabeça latejava como se tivesse assumido a função do coração.

O que fiz em seguida?

Lavei o rosto , disse a secretária da diretora que não estava me sentido bem e vim para casa. Onde usei o mal-estar como desculpa para me trancar em meu quarto.

Passei a tarde inteira em posição fetal lendo "Mil vezes adeus" de John Green.

— Eu não estava me sentindo bem Soph, não aguentaria ficar até a última aula — menti passando a mão no cabelo.

— Uma vez, você saltou pela janela do seu quarto só para ir a escola. Mesmo com a testa fervendo pela febre , seu nariz pingando e as lágrimas escorrendo em sua fase! Então não invente que não estava se sentindo bem e que esse foi o motivo de você não ter entrado nas aulas de hoje — disse severamente.

Engoli em seco, sorrindo fraco.

— Sei que se houvesse uma greve entre os estudantes para que não se estudasse mais você seria a única a não ficar do nosso lado — soltei uma risada bem humorada por sua frase nada dramática.

— Você e o idiota do Benjamin Johnson — acrescentou dizendo o último nome com certo desprezo.

Benjamin, ou melhor, Ben é um garoto "prodígio" ( nerd) que derrubou sumo de uva no vestido branco que Sophie usava no baile de outono do ano passado.

— Vai contar o que aconteceu? — perguntou com a voz mais mansa.

Passei a língua pelos meus lábios , humedecêndo-os como um ato de diminuir a sensação de nervoso que estava sentindo.

Quando abri a boca para dizer que não queria contar naquele momento , notei que um envelope cor-de-rosa foi jogado em minha janela.

Primeiramente, fiquei paralisada.

*Essa brincadeira não tinha acabado?*

Já tinham se passado muitos dias sem que o tal "querido amigo " escrevesse para mim e logo hoje ele decidiu voltar a escrever.

*Boa!*

— Rose?! — Sophie me chamou.

— Enviaram uma nova carta — eu disse olhando para a carta que estava próxima ao parapeito da janela que estava aberta.

— Quando? — questionou curiosa e talvez inpolgada também.

— Agora — respondi sem pensar direito — quis dizer, há alguns minutos — me corrigi.

— Você viu quem deixou ela aí? — tornou a perguntar.

— Não! Nem pensei nisso — passei a mão pelo cabelo caminhando apressada até a janela.

Mas não vi nenhum movimento estranho, estava tudo normal.

Meu olhar foi direcionado a uma rosa vermelha, que tinha sido deixada na janela.

Dear RoseOnde histórias criam vida. Descubra agora