Capítulo 17

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Mexicano

A cobrança das nossas plantações tardava mas não falhava. Essa era a verdade, tudo que nós faz de ruim aqui, hoje, tu paga amanhã. Durante o processo pode até haver conquistas, tu vai se achar o máximo, que tá na sua melhor fase e tá, por que o que vem depois é só o dobro de tudo aquilo que um dia praticamos.
Tinha acordado hoje pra ficar mais na minha; quando cheguei de plantão, tomei um banho e fui colocar minha comida. Bianca é foda, não deixava em falta e tava tudo lá na geladeira só pra eu esquentar. Sono? Tava sem nenhum, por isso fui comer na sala á procura de algum filme maneiro nas paradas que mandei Bianca assinar.

Richard tinha ido embora ontem pela manhã, tava aqui comigo, não me deixou em paz!  Come pra caralho assim como fala pra caralho tbm, aquele meno é esperto, não parava quieto e sempre tinha uma conversa nova. Porra, fico fodido com o pensamento que perdi tempo demais c ele, perdi seus primeiros passos, sua primeira fala, a primeira ida a escola... Caralho, fico magoado pra caralho com essas coisas e papo reto, só piora quando sei que a culpa e a maior porcentagem disso tudo ter acontecido foi minha. Por ter prometido a Maria Barbara que as coisas com a chegada dele seria diferente quando, só piorou.

Não mereço perdão, o que fiz com ela e meu filho não tem perdão. Mesmo que ela não seja nenhuma santa, mas não merecia... Fico mal com essa porra e me bate a vontade de querer procurar ela pra conversar, pra mesmo sabendo que não adiantaria nada, pedir desculpas. Na moral mesmo Mané, vagabundo só se dá conta de suas ações com as consequências delas, tive a minha. Perdi a mulher que eu amo ou amei, nem sei mais! Mas sentimento eu ainda tenho e fico até com uma raiva do caralho por isso, mas bora pra frente! Não procuro, deixo pra lá... Ela vive a vida dela agora e eu, vou continuar aproveitando até o dia que Deus decida que seja o último.

Flashback tempos atrás;

A dose de whisky desceu quente na garganta, não perco tempo e balanço o lança em minha mão, baforando em seguida. Coloco o boné pra trás, ajeito a bandoleira do fuzil; baile da gaiola e como sempre, lotado pra caralho! Só viso pelo lucro, a festa depois era garantida.

— Aê mexicano, descola uma de 50 pra mim! — O carinha pede, aponto para o beco e mando ele seguir pra lá, hoje tava sem nada, apenas na segurança do chefe.

Guiei o mlk até o sandrinho e quando retornei o olhar para frente, uma morena linda toma as minhas vistas.

— Olha, Tony devia parar de usar essas coisas, Cindy! — Ela diz com a amiga, cruzando os braços e joga os cabelos cacheados para trás.

— Ai, Babi!!! Vc sabe né, amiga! Ele não consegue, viciou e ta aí agora, pino atrás de pino. — A amiga responde; desço meu olhar para a silhueta fina e da bunda empinada da morena bronzeada com os pelinhos lourinhos e a marca de fita. Magrinha, peitinho pequeninho, bunda grande. Ai papai...

— Tô loukaaa, vamos piranhas! — O carinha que havia falado comigo sai do beco.

— Limpa o nariz , tá sujo, Tony. — Ela diz ao cara que faz o que ela pede.

— Ow.. — Chamo a atenção deles três, não era de perder tempo. — Tu aí, posso trocar um papo contigo? — falei diretamente com ela, que me encara de cima abaixo e depois olha pra ambos os amigos, por fim vem até a mim. — Qual teu nome?

— Maria Bárbara e o teu? — pergunta.

— Mexicano.

— Hum, e qual foi?

— Tu é bonita pra caralho, nunca te vi por aqui! Qual foi, é casada?

— Obrigado, não, não sou casada.

Ilusão 🎭 (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora