Capítulo 16

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Babi (Maria Bárbara)

Vim aqui da as caras às 7h20 da manhã nessa entrevista, tempo um gelo e o ar condicionado naquela sala me matando em tempo de eu congelar! Minha sorte foi ter trazido um casaco, coloquei ali e fiquei bem quietinha no meu canto esperando minha vez! Na minha frente tinha umas cinco cabeças, uma mona com o olhar de superioridade ficou me encarando, já tinha até desistido.
Nunca nem sequer trabalhei em toda minha vida, tenho carteira de trabalho e tudo mas conheci o Rodrigo cedo, no auge dos quinze e ele nunca aceitou que eu trabalhasse.

— Maria Bárbara Machado. — Um bofe alto de óculos adentra na sala com um papel em mãos, me levanto. — Me acompanhe , por favor. — e eu faço o que ele pede.

O sigo até um corredor e entramos em outra sala, sento na cadeira assim que o mesmo rodeia a mesa e senta-se de frente para mim; esfrego minhas mãos sobre o jeans da minha calça e ele começa primeiramente me dando Bom dia e perguntando se eu tive alguma dificuldade de encontrar o edifício, respondo que não e que já era acostumada a andar por aqui e já tinha visto esse prédio antes e não minto no que digo, frequentei muitas boates e me hospedei em hotéis perto aqui, não foi difícil achar.

— hum, e você é casada? Tem filho? — Assunto. — tem filho? Sério?! Tem cara de novinha.. — ele riu, o acompanho.

— Eu tenho vinte e dois, meu filho completou cinco recentemente. Fui mãe cedo. — Eu falo e ele assentiu anotando.

— Bom, como vc já sabe temos apenas duas vagas. O trabalho será com atendimento ao público, vc receberá todo um treinamento e tudo mais, tá?! É um salário mínimo, com direito a ticket e transporte, tá bom? Caso você passe, vamos tá pedindo seus documentos e tudo direitinho para a abertura da conta e tbm caso você queira, o plano de saúde tbm.. — E ele vai falando e me perguntando algumas coisas tbm; foi super tranquilo em relação as perguntas, não me fez ficar tão nervosa quanto a hora em que eu entrei naquela sala e eu, no meu conceito, achei que me sair bem.
Sendo a primeira entrevista na minha vida. — Espero vê-la novamente, Babi.

— Eu também, faz uma forcinha aí vai.. — Eu brinco com ele que dá risada.

Saio daquele edifício orando pra que tudo desse certo, fui para o ponto de ônibus e aguardei o meu chegar já sabendo que estaria cheissimo mesmo sendo 9h. A bicha do Antony não parava de me ligar dizendo que precisava falar comigo urgente, mandei uma mensagem avisando que assim que chegasse na favela iria na casa dele.

— Monáaaa, monáaa! De hoje que tento falar com tu, Babi! Caralho! — Ele fala assim que vem abrir o portão pra mim.

— Iiih, quero só vê o que tu tem pra me falar! Cyndielle tbm é outra..

— Minha irmã, arranjei uns projeto pra tu que quer ganhar uma graninha! — Fala e eu reviro os olhos pra ele já pedindo água. — Babi, tem umas cinco lojas de roupa querendo fazer provador com você, cara! — disse me entregando a água.

— Iih, já disse que dessas coisas eu tô fora, bicha! Que nada! Não tenho paciência pra tirar roupa, botar roupa, tirar roupa e ficar trocando toda hora não, irmã! E ainda falando.. — digo mesmo . — Uor..

— Mas mona é por um precinho que ô, da pra tu ganhar bem! Ainda com esse trabalho aí que se Deus quiser, já é teu! Tu vai ganhar bem a abeça...— A bicha diz.

— Aí, vou vê isso aí! Vou pra casa fazer comida que daq a pouco vou buscar Richard na escola.. — Digo a ele que assente.

Ilusão 🎭 (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora