Capítulo 1

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Da pequena varanda da casa rústica e de cor branca desbotada com relvas, agora secas pelo tempo frio; a casa tão anosa quanto os seus antigos moradores, esses que partiram recentemente para o descanso eterno ou para qualquer lugar que as suas cren...

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Da pequena varanda da casa rústica e de cor branca desbotada com relvas, agora secas pelo tempo frio; a casa tão anosa quanto os seus antigos moradores, esses que partiram recentemente para o descanso eterno ou para qualquer lugar que as suas crenças os tenham levado, observo as folhas caírem com o balançar dos galhos da grande árvore, que cresceu ao lado da bela casa, e nos dias mais quentes é possível se deleitar com a sua boa sombra. Um soprar gélido beija a pele do meu rosto e mãos, me fazendo desejar ruidosamente uma xícara de chá quente ou um bom café, esses que alguns dias atrás seriam feitos pela minha querida e doce avó enquanto o seu marido, o meu avô contava história da sua infância.

Suspiro de forma sofrida encarando a estrada de chão que dá entrada a propriedade, sumindo em meio às árvores, e sem muito ânimo movo-me para dentro da casa, em busca de um pouco de calor, saindo do frio do inverno que se aproxima cada vez mais. Inverno, nos últimos anos acabei detestando os tempos frios; não que essa época do ano ou o tempo sejam culpados de qualquer tragédia que me acontecera ou das notícias más ou do quão sombrio e solitário ele tenha sido nesses últimos anos e agora ainda mais. Em tempos atrás, quando eu era apenas uma pequena e tola menina, contava os dias para que essa época do ano chegasse, mas agora essa época apenas me traz dor e pesadelos do passado.
Caminho pela casa, indo até a pequena cozinha que ainda tem o cheiro de ervas que colhi alguns dias atrás na horta, distraída coloco água no velho bule de cor verde, ligando o fogo para fazer o costumeiro café que tomávamos sempre a tarde. Enquanto a água esquenta, olho pela janela para a grande e escura floresta que fica aos fundos da casa "Ela parece mais aterrorizante agora" - penso e distancio-me da janela indo até o fogão.
Preparo o café, o seu aroma inunda o ar da cozinha e sem esperar muito encho uma xícara e deleito-me com o calor que ela transmite nas minhas mãos, assopro fazendo uma pequena fumaça subir. Tomando um pequeno gole, sinto o meu celular vibrar no meu bolso o que me faz resmungar irritada e revirar os olhos ao ver o nome mãe brilhando na tela.

No fim, apenas recuso a sua chamada e volto a bebericar o meu café com os meus olhos focados na floresta escura, o jardim e horta bem cuidados, que logo irão desaparecer em meio a neve, penso em caminhar pela floresta assim como a minha avó costumava a fazer, mas desisto ao ver alguns indícios de flocos brancos caindo. Recordo do modo que os meus avós amavam a natureza e o porque que ambos se mudaram para essa casa, tão distante de qualquer civilização, a cidade mais próxima fica a vinte quilómetros e o vizinho a dez, fazendo esse lugar se tornar o meu refúgio. O meu celular torna a vibrar e suspirando e sem muito ânimo descido atender a ligação, sentindo o meu peito acelerar de forma nervosa.

Sob os Olhos do Rei - ThranduilOnde histórias criam vida. Descubra agora