Capítulo 12

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O pequeno gato sobe no velho sofá, deslizando seu corpo felpudo sobre a cabeça de sua dona desacordada

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O pequeno gato sobe no velho sofá, deslizando seu corpo felpudo sobre a cabeça de sua dona desacordada. Salem mia chamando a atenção do elfo sentado na poltrona ao lado, esse com uma taça com vinho em sua mão esquerda. Thranduil se manteve ali, perto a observando. Ele não a levaria para o quarto, não depois de tê-la visto nua, afirmou para si mesmo que não invadiria o espaço da humana, ele mesmo não gostava quando ela invadia o seu espaço. E ele sabia que ela odiava sujar seus lençóis, por mais bagunceira que ela fosse. Thranduil havia escutado a grande bronca que o gato preto havia levado, por ter subido na cama com suas patas sujas e molhadas, ele escutou seus xingamentos, ele e boa parte das criaturas na floresta, todos exceto o gato preto.

Thranduil suspira ao ouvir o toque irritante da coisa que ela chama de celular, já havia perdido as contas de quantas vezes o barulho se repetiu em menos de poucas horas estando no bolso de sua calça, essa colada demais para os olhos do elfo. Mabelle não havia se movido nesse meio tempo, ressonando levemente em meio ao sono profundo.
O elfo encarou a taça de vinho em mãos, girando o líquido escuro na mesma enquanto seus pensamentos vão longe. Era estranho para o rei, velar o sono de alguém, as poucas vezes que o fez, foi com seu filho ainda pequeno quando tinha pesadelos ou quando chamava pela mãe, única época que o elfo teve a impressão das horas e dias serem lentos. Thranduil direciona o seu olhar para o rosto sereno da humana, notando que suas pálpebras tremem, dando indícios de que acordaria em breve, o que o fez franzir as linhas entre suas sobrancelhas, sua magia estava fraca, a cada dia que ficava a mais naquele lugar.

Mabelle abre seus olhos, sentindo seu corpo pesado e ouvindo o ronronar do seu amado gato. Ela estava em casa, sua mente sabia, assim como seu pobre corpo dolorido. Mas ainda assim, a sensação ruim pairava a sua volta, mas como sempre fez, empurrou para o canto mais escuro da sua mente, os pensamentos sombrios e ignorou o calor das chamas que ainda pairavam ao seu redor. Entretanto, se manteve inerte em sua mente, olhando para um canto, apenas ouvindo o ronronar de Salem. Mabelle não queria pensar, muito mesmo recordar do modo de como foi parar em sua sala, deitada sobre o velho sofá. Ainda assim, sentia o perfume dele no ar, mesmo não o olhando sabia que ele estava ali e que foi ele quem a colocou para dormir. Envergonhada, porém se sentia grata pelo feito. Mabelle odiava chorar, mas quando o fazia simplesmente não conseguia parar, não sem vomitar e lhe faltar o ar.

Thranduil não se moveu ou fez alguma pergunta,  apenas ficou ali olhando-a entre um gole e outro. Ouvindo-a suspirar, até enfim olha-lo.

— Oi…

— Como se sente? — Perguntou de imediato, assim que Mabelle se sentou, a resposta demorou alguns segundos para ser dita.

— Dolorida! — Deslizou as mãos sobre seu cabelo, fazendo uma careta ao sentir os nós. — Eu tive um dia horrível…

— Está segura agora, em casa. — Thranduil limpa a garganta, olhando para as pequenas bolhas em seu corpo. Ele se mexe sobre a poltrona.

Mabelle era esperta e sabia bem que o rei estava desconfortável, era notável no seu modo de agir. Por algum motivo a pequena briga dos dois logo cedo lhe veio à mente, ele estava irritado com ela, tanto que apenas saiu pela porta dos fundos quando ela estava prestes a sair para o trabalho.

Sob os Olhos do Rei - ThranduilOnde histórias criam vida. Descubra agora