Capítulo 8

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Vejo as luzes acesas, o que significa que Thranduil conseguiu se virar enquanto eu estive fora, mordo meu lábio para diminuir o sorriso que se forma em minha boca, ao me recordar dos momentos em que o elfo fingia não ter interesse em aprender sobr...

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Vejo as luzes acesas, o que significa que Thranduil conseguiu se virar enquanto eu estive fora, mordo meu lábio para diminuir o sorriso que se forma em minha boca, ao me recordar dos momentos em que o elfo fingia não ter interesse em aprender sobre o meu mundo. Me vem a imagem do grande Rei Élfico atrás do meu computador, pesquisando sabe-se lá o que. E só por uma pequena precaução, me certifiquei de apagar o meu histórico de pesquisa, o elfo não precisa saber que mesmo eu trabalhando com livros, tenho que pesquisar na internet como se escreve algumas palavras, entre outras coisas bastante constrangedoras, em outro contexto, ele não precisa saber que sou meio lesada.

Mesmo com receio, decido descer do carro e ir em direção a minha casa. Respirando fundo, saio do carro e quando tenho a certeza de que meus pés estão firmes no chão lamacento que é; uma mistura de barro, neve e grama, tomo cuidado para não escorregar e cair de bunda na lama fria. Pego seis das várias sacolas de compras esparramadas pelo banco e assoalho do carro, fecho a porta, para que não caia flocos de neve dentro e acabe molhando o estofado. Caminho compassadamente, e a cada pequeno e cuidadoso passo que dou, meu coração acelera cada vez mais, como se eu estivesse... Caminhando em direção a minha perdição, um caminho que não teria mais volta.

Abro a porta de maneira silenciosa, assim que entro sou recebida pelo ar morno e convidativo da casa, sinto meu corpo agradecer pelo calor do ambiente, fecho a porta usando meu pé esquerdo, elevo minhas sobrancelhas ao me deparar com Thranduil, sentado na pequena poltrona próximo a janela, com um livro em sua mão direita enquanto meu gato extremamente folgado está deitado sobre seu colo. Salem ronrona enquanto com a mão livre, Thranduil desliza seus longos dedos sobre as costas da bolas de pelo, que parece muito contente com o carinho que recebe do elfo.

Os fios claros do seu cabelo estão caídos sobre seus ombros e rosto, e sua face está congelado em uma expressão concentrada, seus olhos se movem conforme lê as linhas do livro, não sei por quanto tempo fiquei encarando-o, só notei quando Thranduil levantou a cabeça e me encarou com as suas sobrancelhas franzidas, mas logo ele inclina a cabeça para o lado esquerdo e um sorriso de canto surge em seus lábios, seus olhos azuis parecem ler minha pobre alma pecadora.

Sob os Olhos do Rei - ThranduilOnde histórias criam vida. Descubra agora