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(CAPÍTULO REESCRITO).

- Você precisa tomar cuidado.  - Eliza surgiu de repente, me fazendo pular de susto.

- Caramba, Eliza, não chega assim sem avisar. - Falei, pondo a mão no coração pelo susto.

- Eu estou falando algo sério, Aurora. - O tom de Eliza me deixou um tanto ansiosa.

- Desculpe. O que a senhora quer dizer com isso?

- Não me chame de senhora. - Eliza resmungou, me lembrando um pouco da minha vó Louise quando eu a chamava de senhora. Não a vó Louise dessa realidade, a da minha original.

- Desculpa de novo.

- Tudo bem. - Eliza balançou a mão como para dizer que eu deveria deixar para lá. Ela  parecia nervosa com algo. - Eu deixei algumas informações importantes de lado e pelo jeito eu não tenho outra opção além de conta-las agora. Será que seu quarto é um lugar seguro agora? Onde estão as meninas que dividem ele com você?

- Elas estão na biblioteca terminando um trabalho de 20 páginas do Snape, não vão chegar tão cedo.

- Certo. - Disse, ainda soando ansiosa, e então se sentou na ponta da minha cama. Eu fiz o mesmo e fiquei esperando que ela começasse a falar, mas ela permaneceu quieta, olhando para os lados como se alguém fosse nos ouvir.

- Eliza, é um assunto tão sério assim? - Eu perguntei após alguns minutos de silêncio. Ela não me respondeu de primeira, mas o olhar que me lançou disse tudo.

- Você não pode deixar que ninguém descubra que é uma viajante, Aurora. Ninguém. - Alertou Eliza. - As viajantes estão proibidas de viajar desde que um grande...detalhe, aconteceu. Nem sempre foi assim, mas agora toda vez que uma viajante vai para outra realidade, o universo leva ela de volta para a realidade original, a realidade onde se originam as viajantes.

- Então por que eu ainda estou aqui? Por que o universo não me levou de volta.

- Erros técnicos. - Disse Eliza, mas não me convenceu.

- Mas o universo não vê que estou aqui? Ele não escutou nossas conversas sobre eu ter mudado de realidade? Como ele pode continuar não sabendo que estou aqui? - Minhas perguntas pegaram Eliza de surpresa e ela me olhou derrotada, como se percebesse que não poderia me esconder muita coisa.

- O nosso poder é muito grande, querida, e muito desejado também.

- Desejados por quem? - Ela não estava respondendo minhas perguntas anteriores, mas não a cobrei. Talvez ela não pudesse mesmo me contar.

- Bruxos.

- Bruxos? Como os que estudam comigo todos os dias? - Meu rosto se transformou numa expressão de puro desespero.

- Não. Quer dizer, sim, mas o que eu quero dizer são bruxos em geral, de todas as realidades, porque existem bruxos em todas as realidades, menos na que você nasceu, por isso lá é seguro para as viajantes. Enfim, esses bruxos, pelo menos os que possuem conhecimento da nossa existência, costumavam caçar viajantes para usar como fonte de poder e em caso mais raros, como uma ponte, um portal, para outras realidades. Claro que muitas tentativas foram falhas, mas teve uma que deu certo. Foi isso que obrigou o universo a impedir as viajantes de sair da própria realidade. - O rosto de Eliza se tornou escuro. - Foi antes de você ou eu existirmos, mas não faz tanto tempo assim. Eu vou te mostrar como aconteceu.

Senti o toque de Eliza no meu braço foi estranho, pois ela era muito gelada e minha pele muito quente. Assim que ela me tocou, uma imagem de um homem jovem, loiro, de olhos verdes e barba rala tomou minha mente.

Traveler - Fred Weasley. Onde histórias criam vida. Descubra agora