8.

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(CAPÍTULO REESCRITO).

Olhei meu reflexo no espelho mais uma vez, me analisando desde a roupa que usava até a maquiagem em meu rosto.

Queria ter o mesmo poder que Eliza e mudar a minha aparência. Pensei, sem conseguir tirar as palavras da minha verdadeira mãe da cabeça.

– E quem você pensa que é, Aurora? Acha que é bonita? Olhe para você! Acha mesmo que impressionou aquele garoto? – Jenna debochou e então segurou o meu rosto com tanta força que suas unhas fizeram um corte. – Você não é nada. Nunca vai ser bonita ou boa o suficiente. Ninguém nunca vai te amar, não importa o quanto tente. Eu ainda me pergunto como posso ter dado a luz à você.

– Aurora? – A voz de Eliza me pegou de surpresa.

Pude ver sua expressão preocupada no reflexo do espelho, mas fingi que não tinha visto e apenas sorri em sua direção.

– Oi, eu não sabia que viria me ver hoje. Comprei um presente pra você. – Enxuguei a lágrima que escorreu pelo meu rosto com rapidez e olhei em volta à procura da caixinha com o colar que tinha comprado.

– Aurora, querida, está tudo bem?

– Claro. – Dei de ombros com um sorriso no rosto, mas minha resposta não pareceu convence-la. – Onde esteve esse tempo todo? Ah, achei.

– Estava esfriando a cabeça. Também te trouxe isso. – Eliza me estendeu uma caixa azul escuro e então eu lhe dei a caixa vermelho escuro que tinha em mãos.

Nós duas tínhamos comprado colares uma para a outra.

– Eu amei. Obrigada, Eliza.

– De nada, querida. Eu também amei o meu.

– Disse que estava esfriando a cabeça, mas para onde você foi especificamente?

– Bem, eu...

– Aurora, o jantar está pronto. – Jenna gritou lá de baixo.

– Daqui a pouco eu desço. – Gritei de volta.

– Não, tudo bem, pode ir, querida. – Disse Eliza com um sorriso pequeno no rosto. – Eu não vou ir embora.

– Está bem, então até mais tarde. – Fui em direção a porta e então me virei para minha guardiã. – Quer que eu traga algo para você comer ou...?

– Não precisa, obrigada.

– Então eu já vou indo. Vou tentar não demorar.

Quando cheguei na sala de jantar, me deparei com uma quantidade de comida suficiente para mim e minha família. Já que normalmente passávamos o natal com os Weasley e esse ano não iriamos, eles decidiram que fariam um jantar simples e que passaríamos o resto da noite nos entupindo de chocolate quente e marshmallows.

– Olhe só para você, está tão linda. Aposto que o Fred fica caidinho por você toda vez que te vê pelos corredores de Hogwarts. – Disse Louise, sorrindo casamenteira -se é que esse tipo de sorriso existe.

– Fred? Que Fred? Fred Weasley? – Meu pai perguntou confuso e um tanto desesperado.

– Quem mais seria, estrupício?

– Parece que foi ontem que vocês se casaram de mentira. – Jenna comentou nostálgica, com um grande sorriso no rosto. – Não vejo a hora de acontecer de verdade.

– Fred e eu somos só amigos, Jenna.

Além do mais, o que ele veria em mim? Eu sou só uma qualquer e ele vai levar a Angelina para o baile no futuro, não eu.

Traveler - Fred Weasley. Onde histórias criam vida. Descubra agora