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(CAPÍTULO REESCRITO).

Inglaterra, realidade original.

08/09/2007. (2 anos)

– Insupotavel, bicoito. – Aurora esticou os bracinhos em direção a bancada enquanto enviava olhares desesperados para o pai, que a encarava ainda indignado com o modo que Louise ensinara a garota a chamá-lo.

– São três da tarde! Essa criança não deveria estar dormindo? E que cheiro ruim é esse? – Jenna adentrou a cozinha, largando as sacolas de compras em cima da bancada, e vendo a filha lançar para ela os mesmos olhares desesperados que lançava para o pai.

Já estava há mais ou menos oito minutos naquela situação.

– Mamãe, bicoito. – Aurora pediu, mas nenhum dos dois parecia dar-lhe atenção.

– Falar é fácil. – Andrew resmungou, um tanto estressado, e soltou um longo suspiro, se arrependendo do seu feito logo em seguida, quando o fedor invadiu seu nariz e apodreceu seus pulmões. – Eu não aguento mais isso, e essa florzinha não fica quieta um segundo.

– Ela parece quieta para mim. – Disse Jenna, olhando rapidamente para a filha que dava pulinhos para alcançar os biscoitos na bancada.

– Insupotavel, mamãe! Bicoito, pu pabor! – Aurora soou desesperada. Ninguém estava vendo que ela queria biscoito?

– Olhe a parede atrás de você. – Pediu Andrew para a esposa em um tom cansado.

Jenna se virou rapidamente, contendo um revirar de olhos e então se deparou com a origem daquele cheiro podre que estava sentindo desde que adentrara o local.

A frauda que antes Aurora usava estava aberta no chão, e o conteúdo? Bem, a cozinha tinha uma parede de cor diferente agora.

– Você prefere brincar com a Aurora ou limpar... Isso? –  Andrew apontou para a parede. – Eu já dei banho nela, então você só precisa distrai-la.

Jenna olhou para a parede suja de coco e depois para a filha que agora se encontrava em cima da bancada com o pote de biscoito em mãos, tentando abri-lo.

Como essa criança foi parar ai? Pensou fazendo uma careta.

– E então?

– Eu vou limpar a obra de arte da sua filha. – Decidiu Jenna recebendo um olhar confuso do marido.

Andrew não conseguia entender o motivo pela qual Jenna sempre preferia limpar a bagunça ao invés de olhar a própria filha brincar, ou no momento, olhar Aurora morder a tampa do pote de biscoitos numa tentativa -muito falha, diga-se de passagem- de fazer o pote abrir.

– Está bem, então eu vou levá-la para brincar com as gêmeas. Ela não vai dormir mesmo. – Andrew deu de ombros e tirou o pote de biscoitos da boca da filha, colocando o objeto de volta na bancada e pegando a criança no colo que por pouco não o mordeu.

– Insupotavel, neném qué bicoito. – Aurora grunhiu, irritada como nunca.

– Argh, você é igualzinha a sua avó, aquela velha chata. – Andrew resmungou e então saiu pela porta da frente de casa, deixando a pequena Aurora indignada com a lerdeza do pai e, sem os biscoitos.

Tocou a campainha três vezes e por pouco não fez Aurora passar pela portinha do cachorro ao perceber a demora para atenderem eles.

– Será que eles estão em casa? – Andrew ergueu o olhar para a filha que se encontrava distraída de mais fazendo nós no cabelo dele.

– Em casa.

– Você vai repetir tudo que eu disser, não é?

– Tudo qui dissé.

Traveler - Fred Weasley. Onde histórias criam vida. Descubra agora