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(CAPÍTULO REESCRITO).

– Vamos, Aurora, já está quase na hora do jogo. – Gritou Lino do lado de fora do banheiro feminino.
 
Aurora estava terminando de se arrumar. Passara, na verdade, os últimos 40 minutos apenas tentando desenhar um leão na maçã do rosto para estar bem caracterizada quando o tão esperado jogo da Grifinória contra Lufa-Lufa, finalmente começasse.
 
– Eu já estou terminando, Chatolino, espera só mais um pouquinho.
 
– Estou esperando já faz quase duas horas! – Reclamou Lino.
 
– Porque você é um ótimo amigo.
 
– Eu te aguento por obrigação, não opção. – Alfinetou ele.
 
– Eu fico chateada com esses comentários, sabia? Eu tenho um coração muito delicado. – Disse Aurora com a voz mais cínica do mundo, mas ela não estava mentindo e apesar de sempre chamar Lino de Figurante ou de Chatolino e implicar com ele, ela sabia que o amava, mas não sabia se ele compartilhava o mesmo sentimento. – Estou pronta.
 
Ela estava vestida de vermelho da cabeça aos pés, com “Grifinória” e o nome de todos os membros do time de quadribol escritos nos dois braços, o brasão de sua casa desenhado no lado direto do rosto e um coração vermelho com as iniciais de Fred e George em dourado no lado esquerdo. Ela também tinha algumas das pulseiras de contas vermelhas e douradas que sobraram de suas vendas para os torcedores da Grifinória espalhadas pelo braço direito, e nas palmas das mãos ela tinha escrito “Chato" e “Lino", em homenagem ao amigo locutor que fazia todos os jogos ficarem muito mais interessantes.
 
– As vezes eu sinto muita vergonha de você. – Disse Lino, sorrindo em meio a descrença. – Isso no seu rosto é um leão?
 
– Sim! – Respondeu, dando alguns pulinhos de alegria por Lino ter notado. – Achei que não iria perceber.
 
– Não parece um leão. – Disse Lino por fim e deu as costas para a menina, a deixando indignada para trás.
 
Aurora correu rapidinho para o banheiro e se olhou no reflexo, bufando em seguida com seu ego ferido.
 
Parece um leão, sim. Ela resmungou em sua mente e então se foi, tendo que correr para alcançar o amigo.
 

                                      ...
 

– Nossa, você realmente caprichou dessa vez. – Disse Hermione assim que Aurora e Lino se aproximaram. – Como vai, Lino?
 
Antes que ele pudesse começar a reclamar, Aurora tampou a boca dele com a mão e respondeu em seu lugar.
 
– Ele está ótimo, Hermione, apenas um pouco amargo por causa do meu pequeno atraso. – Aurora respondeu e sorriu para Lino, sabendo que se fazer de sonsa o deixaria mais irritado. – Olá, Ronald, como vai?
 
– Bem. – O ruivo respondeu contra gosto. Ele seguia não gostando muito da garota devido às brincadeiras durante a infância e Aurora achava divertido irrita-lo apesar daquele sentimento de rejeição nunca parar de gritar em sua mente.
 
– Olá, Neville. – Aurora sorriu em direção ao garoto. Ela gostava muito dele e não conseguia entender como as pessoas tinham coragem de implicar com alguém tão adorável como ele.
 
– Olá, Aurora. – O menino sorriu grande para ela. – Eu gostei do desenho no seu rosto. É um leão?
 
– É sim. – Um sorriso brilhante de alegria dançou em seu rosto, feliz por terem reconhecido seu esforço. – Lino me disse que não se parece com um, mas estou feliz que tenha gostado, Neville.
 
– Senhor Jordan, o jogo já vai começar. – A professora Minerva chamou de longe.
 
– Eu estou indo, professora. – Lino gritou em resposta e se virou para a amiga. – Aurora, você vem?
 
– Acho que vou ficar aqui mais um pouco, mas guarde o meu lugar, por favor.
 
– Está bem. Até daqui a pouco. – Ele se despediu e então se afastou.
 
Aurora na verdade queria ir com Lino, mas se lembrou de que agora seria o momento em que Draco ofenderia Neville e seus amigos Fred e George, e por isso decidiu que era um bom momento para dar um belo fora no loiro, ou talvez jogá-lo arquibancada a baixo. Ainda estava decidindo.
 
Sentia muita pena de Draco e do que o futuro lhe aguardava, mas não gostava do bullying que ele fazia e achava que já estava na hora de alguém mostrá-lo que ele não podia fazer o que que quiser e depois sair impune. E se dinheiro e sangue puro eram seus passes para sempre se safar de tudo que fazia, Draco deveria ficar esperto, porque Aurora também tinha isso de sobra.
 
– Quando eles vão aparecer? Eu não estou vendo eles. – Disse Aurora ansiosa, depois de alguns minutos de espera.
 
– Eles já vão chegar. – Disse Rony, revirando os olhos.
 
– Não fale assim com ela, Rony, ela só fez uma pergunta. – Hermione a defendeu, como sempre costumava fazer quando Rony implicava ou a tratava com indiferença. Um modo que a garota tinha de agradecer por Aurora estar com ela naquele dia horrível em que quase foi morta por um trasgo.
 
– E eu só respondi. – Respondeu mau educado.
 
– Cale a boca, Ronald, eles estão chegando. – Aurora empurrou o garoto para o lado assim que viu Olivio entrar em seu campo de visão junto com o time da Grifinória, fazendo o ruivo quase cair da arquibancada.
 
– Maluca.
 
– Shiu. – Aurora fez sinal para que ele parasse de falar e começou a gritar por Fred e George, mesmo que todos estivessem em silêncio ainda.
 
– Tudo bem, senhorita Mayne, nós já entendemos que você gosta muito dos seus amigos mas deixe os gritos para quando o jogo começar. – Minerva a repreendeu.
 
– Desculpe, professora. – Aurora sorriu sem graça e começou a saltitar, comemorando a entrada dos amigos sem fazer som.
 
– Olhe, começou. – Disse Ronald o óbvio e então soltou uma reclamação quando Draco cutucou sua cabeça.
 
– Ah, desculpe, Weasley, não vi você aí. – O loiro sonso olhou em sua direção e depois sorriu largo para Crabbe e Goyle. – Quanto tempo será que Potter vai se aguentar na vassoura desta vez? Alguém quer apostar? E você, Weasley?
 
– Que burrice, George. Não joga balaço nos professores! – Gritou Aurora quando o amigo por pouco não atingiu o professor Snape com a bola e por isso ganhou uma penalidade. E então olhou para Draco, pronta para lhe dar uma resposta.
 
– Sabe como eu acho que eles escolhem jogadores para o time da Grifinória? – Começou Draco mas parou a linha de raciocínio quando Aurora gritou outra vez, mas dessa vez chamando Snape de seboso por ter penalizado a Grifinória sem motivo algum.
 
– Menos quinze pontos pela insolência. – Snape mexeu os lábios na direção de Aurora.
 
– Escolhem as pessoas que dão pena. – Continuou Draco mas Aurora o interrompeu outra vez com outro grito. – Dá pra você parar de gritar enquanto eu falo?
 
– Por que eu deveria? Acha que só porque é isso que os seus amiguinhos interesseiros fazem o resto do mundo também tem que se ajoelhar diante da sua vontade? Aqui não é um circo, Malfoy, e com certeza você não é a atração principal. Então vê se para de ser tão antipático e assista o jogo. Foi para isso que você veio aqui, não foi? Porque se não, terei um imenso prazer de joga-lo para fora das arquibancadas e dar o seu lugar para alguém que realmente esteja interessado em assistir.
 
Rony, Neville e Hermione olharam para Aurora admirados por sua coragem e seguiram assim por alguns segundos até que Hermione gritou Ronald para que ele prestasse atenção em Harry.
 
– Quê? Onde? – O ruivo olhou para o campo de quadribol procurando desesperadamente pelo amigo.
 
Harry inesperadamente tinha acabado de dar um mergulho espetacular, que provocou exclamações e vivas da torcida, mas Hermione é Aurora sabiam que não deviam comemorar tanto já que Harry agora estava voando em direção ao chão como uma bala.
 
– Você está com sorte, Weasley, Potter com certeza localizou dinheiro no chão! – Implicou Draco, sendo aquilo a gota d’água para o pequeno Weasley que reagiu, empurrando-o no chão. Neville logo se juntou a briga, em um emaranhado de socos e chutes com os brutamontes Crabbe e Goyle que Aurora fez questão de dar um chega para lá quando eles começaram a brigar perto de mais dela e a empurraram.
 
– Meninos. – Aurora bufou enquanto encarava os garotos briguentos.
 
– Vamos, Harry! – Hermione gritou, pulando em cima da cadeira para observar Harry se precipitar na direção de Snape.
 
No alto, Snape virou na vassoura bem em tempo de ver uma coisa vermelha passar veloz por ele, deixando de atingi-lo por centímetros – e no segundo seguinte, Harry saía do mergulho, o braço erguido em triunfo, o pomo seguro na mão.
 
As arquibancadas explodiram diante da vitória extremamente rápida da Grifinória. Ninguém conseguia lembrar se um dia o pomo tinha sido pego tão rápido.
 
– Rony! Rony! Cadê você? A partida terminou! Harry ganhou! Nós ganhamos! Grifinória está na frente! – gritava Hermione, dançando da cadeira para o chão e dali para a cadeira e se abraçando com Aurora e Parvati que estava na fileira da frente.
 
– Harry ganhou? Isso, Harry! – Rony agora também pulava de alegria e tinha um nariz escorrendo sangue, só não estava pior que Neville desacordado na arquibancada.
 
– O que vocês são? Animais lutando pelo último pedaço de carne? – Aurora ergueu o olhar para Draco, Crabbe e Goyle que estavam machucados e irritados com a vitória do Potter. – Vão ir até Dumbledore e vão admitir o que fizeram. Enquanto isso eu levarei o Nev para enfermaria.
 
– Nós não fizemos nada. – Draco torceu o nariz, decidido. – Foi o pobretão do Weasley que ficou todo irritadinho. Aliás, me aguarde, Weasley.
 
– Ei, ei, ei, sem ameaças. E você fez sim algo, Malfoy, exaurir a paciência de seus colegas com ofensas é errado, se chama bullying, sabia? E pode te levar para cadeia.
 
– Eu não me lembro dessa lei bruxa. – Draco uniu as sobrancelhas confusas, agora usando um tom mais leve para falar com Aurora. – Não me lembro que ela possa me levar para Azkaban, na verdade.
 
– Não pode te levar para Azkaban, tem razão, mas com certeza pode levar vocês três a terem uma conversa muito mais séria comigo. Eu estou pegando leve agora, Draco e companhia, mas se eu souber que vocês saíram trocando socos novamente com alguém, vocês já eram. Agora me ajudem a carregar o Neville.
 
Draco não mexeu um dedo, assim como seus companheiros e foi somente quando viu um brilho azul tomar conta dos olhos de Aurora que eles resolveram se mexer e carregar o Longbottom até a madame Pomfrey.
 

Traveler - Fred Weasley. Onde histórias criam vida. Descubra agora