Traveler - Fred Weasley.

25.

– Um dia, minha querida, vai descobrir os milhares de mundo diferentes que existem por aí. – Disse Louise, enquanto acariciava o rosto da neta.

Já era hora de Aurora dormir e como a garotinha de seis anos não conseguia dormir sem as histórias de sua avó, Louise estava lá cobrindo-a com o cobertor e dando todo carinho do mundo.

– E eu vou poder te levar? – Perguntou Aurora, a voz infantil carregada de expectativa. Nenhum lugar seria mágico de verdade sem sua avó.

– Sim, querida, eu vou poder ir com você.

– E a mamãe e o papai também? – Perguntou Aurora e o sorriso doce que Louise carregava diminuiu até quase sumir.

– Sua mãe e seu pai são diferentes de nós, querida.

– Então eles não vão poder ir? – Aurora ficou chateada.

– Talvez um dia, quando as coisas voltarem ao normal, eu e você possamos levar eles através dos universos e...

– Mãe, quantas vezes eu vou ter que dizer para não encher a cabeça da criança com essas bobagens? – Perguntou Jenna enfurecida, entrando no quarto como um furacão. – Tudo o que eu menos preciso é de uma criança adorando contar mentiras como essa por aí.

– Mas não é mentira, Jenna, e você sabe disso. Eu costumava contar para você sobre isso todos os dias quando você era pequena e...

– E o que aconteceu? Nada! Nada nunca aconteceu! Eu não quero você falando essas coisas para a garota, entendeu?
 
– Não é “garota”, Jenna, é sua filha. – Corrigiu Louise, decepcionada. – Aurora Mayne Carter, sua filha de seis anos. Não consegue dizer isso?

– Exatamente, minha filha. – As palavras saíram como se fossem amargas de mais para se dizer. – E eu decido o que é melhor para ela. Sem histórias sobre universos. Isso não existe.

Mas existia. Agora, olhando para cada pontinho cintilante daquele vasto céu negro, Aurora tinha certeza absoluta de que sua mãe estava errada.

Parecia o espaço cheio de estrelas e todas as estrelas mantinham uma aparência só: azuis, estáveis, sem nunca enfraquecer ou apagar. Mas bem ao longe, Aurora viu duas luzes piscarem freneticamente e, entre elas, estava uma garota loira, aparentemente mais nova que Aurora. Ela segurava o meio de uma linha que unia aquelas duas estrelas, como se tivesse medo de que a linha se rompesse.

Aurora decidiu se aproximar. Não sabia quem era a garota, nem o que estava fazendo, mas parecia importante.

– Aurora, eu não posso segurar por mais tempo. Você precisa voltar para seu corpo agora! – Disse a garota loira em um tom urgente.

– Eu conheço você...Você é a garota da visão, a garota que Avalon controlou. – Disse Aurora, se aproximando o suficiente para ver que a linha que a garota segurava, estava realmente partindo.

– Teresa, prazer. E nem toque no nome daquele desgraçado. – Disse Teresa, parecendo extremamente irritada. – Pode voltar agora? Se você não voltar a linha pode se romper e o corpo de Hogwarts vai morrer e a outra você vai ficar presa no seu universo de origem e vai acabar morrendo também. Então você precisa ir agora!

– E como eu faço isso?

– Do mesmo jeito que você fazia quando ia para seu corpo original. Rápido, Aurora! O Universo vai chegar a qualquer momento!

– Está bem, está bem! – Disse Aurora, se sentindo extremamente nervosa.

– Lembre-se do que te agarra aquele universo. – Falou Teresa. – O que te faz querer ficar lá. Rápido, Aurora! A linha!