Pela primeira vez durante aquela semana o hospital estava vazio e calmo, apenas enfermeiros ou médicos passavam de um lado para o outro com exames feitos, silenciosos. Alguns paravam e conversavam entre si, rindo sobre algo bobo para distrair um pouco a mente cansada. Se sentou na cadeira quando entrou em uma das salas que usavam para descanso, iria virar a noite naquele hospital trabalhando de um lado para o outro. Durante a madrugada as coisas eram mais sérias e movimentadas.
Por que as pessoas simplesmente não podiam ficar em casa, dormindo tranquilamente ao invés de saírem e se acidentarem?
Esticou as pernas e passou as mãos sobre as coxas cobertas com aquela calça branca. Deixou o jaleco do mesmo tom da calça em um canto e respirou fundo, passando as mãos na lateral da cabeça, onde estava raspado, e acariciou o local. Estava exausto, faziam dois dias que não voltava para casa e falava com suas irmãs, a não ser por mensagens trocadas ou ligações.
Ele observou aquela salinha branca e se perguntou como sua mãe não enlouquecia nas vezes em que trabalhava dobrado no hospital. Mas ele sabia que era o que ela amava fazer, cuidar das pessoas, então entendia o porque de quase nunca reclamar.
Sentia falta da dona Inko todos os dias, mas sempre que parava e sentava, pensava na mesma a saudade doía demais. Não importava o tempo que tenha se passado, ele ainda tinha toda a memória viva em sua mente. De chegar em casa depois de uma noite horrível, quando era para ser seu dia mais feliz - sua formatura - e encontrar policiais, ambulâncias e suas irmãs chorando e sua mãe embalada em um plástico preto, morta. Seu assassino nunca foi pego, mas ele sabia quem tinha sido.
Respirou fundo quando decidiu mandar toda aquela lembrava pelo o ar e afundou mais na cadeira e cobriu o rosto com os braços, precisava de um descanso urgentemente.
(...)
Quando finalmente estava pegando no sono, seu nome ressoou pelos alto falantes e se sentiu desperto quando levantou e vestiu o jaleco não demorando em sair daquela sala.
— O que aconteceu com ele?
Sua atenção foi em direção a prancheta que lhe foi entregue, a enfermeira o acompanhava rapidamente explicando.
: Acidente de carro. Dois carros se chocaram e uma moto. O motoqueiro-
— Ele tá aqui?
: Não. Ele foi embora sem receber nenhum tratamento.
— E os outros dois?
: O senhor vai atender um agora e o outro não sofreu graves ferimentos, ele está sendo atendido pelo doutor Lee.
Entregou a prancheta com as informações que precisava e seguiu em direção a sala de cirurgia para que se preparasse.
— Nome do paciente?
Perguntou antes que entrasse por fim na sala e sentiu seu corpo gelar por completo, parecia que sua alma tinha saído de seu corpo e seu coração parado de bater. O nome ressoou em sua cabeça até entrar na sala e se aproximar do corpo do paciente que tinha a máscara de oxigênio no rosto e realmente ver quem era.
Katsuki Bakugou.
Estava deitado na maca de cirurgia, faltando pouco para que a anestesia fizesse o seu feito e o mesmo apagasse por completo, antes que o loiro fechasse os olhos de vez, seus olhares se cruzaram.
(...)
A cirurgia durou cinco horas seguidas e Izuku estava completamente exausto. Mas no fim tudo havia ocorrido bem, nada tinha dado errado. E ele agradecia silenciosamente a Deus por não ter ficado nervoso durante a cirurgia como ele pensou que ficaria.
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Babá do filho dos Bakugou
FanfictionMidoriya decide arrumar um emprego e acaba achando um que é perfeito para ele. Trabalharia como babá, quem não gosta de crianças? Ainda mais se for aquelas que nem andar sabem, são fofas e algumas até mesmo são calmas.. o Izuko só não imaginava que...