Morangos e uvas.

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– Papaiiiiiiii!!! A Hana quer me matar! Socorroooooo!! — Escutou o berreiro de Hina e os passos apressados da garota e da irmã, dando indícios de que estavam correndo, para cima de para baixo, não entendendo o que Hana gritava ao que ele enfiou o rosto no travesseiro e puxou mais a coberta, preparado para voltar a dormir e ignorar o caos lá fora.

Mas como nada na vida é perfeito da forma que se quer, mais gritos foram ouvidos e Midoriya não teve outra escolha qual não fosse levantar para ver o que estava acontecendo.

— Vocês duas, podem, por favor, parar de brigar e gritar?! Os vizinhos vão começar a achar que eu tô batendo em vocês! Coisa que eu estou pensando seriamente em fazer!

As duas pareceram não ouvir ou prestar atenção em si, já que continuaram discutindo e correndo, gritando pela casa. Ele cruzou os braços e então respirou fundo, bem fundo mesmo, morrendo de sono e cansaço.

Pensou no que fazer e então se enfiou na frente de Hina que acabou esbarrando com tudo em si, dando de cara em seu peito e cambaleou.

– Pai! Me ajuda! A Hana ela tá possuída!

A observou se esconder atrás de si, olhando de forma medrosa para a gêmea ali em sua frente, ele olhou para Hana e estendeu a mão querendo que a mesma lhe entregasse o chinelo e quando a menor o fez, ele suspirou.

— O que tá acontecendo? Por que essa gritaria toda?

– A mana endoideceu! Eu juro que não fiz nada, nadinha de nada!

Olhou para a garota ainda atrás de si, grudada em sua camisa. Ele usava nada além de uma blusa grande e um samba canção para dormir.

— Deve ter feito algo para que ela estivesse correndo atrás de você com um chinelo. Aliás, Hana, o que eu disse sobre bater na sua irmã?!

– Pai! Ela! Essa coisinha pequena e chata e fofa tá me chantageando! Como se eu tivesse feito algo de errado!

Hana tomou finalmente a palavra e tirou os olhos da irmã, que ainda estava atrás de si, com uma lentidão enorme; como se fosse algum animal tirando os olhos de sua presa.

— Chantageando?

Midoriya perguntou e tirou a garota de trás de si, a colocando em sua frente bem ao lado de Hana. As duas ainda eram parecidas, por mais que cada uma tenha o seu próprio estilo.

– Eu não tô chantageando ela! — Hina se defendeu, cruzando os braços abaixo dos pequenos seios e emburrou a cara. — Apenas disse que se ela continuasse fazendo as coisas que fez, eu iria contar pro senhor!

– Isso é chantagem sua anã! — Ele não respondeu e nem defendeu uma ou outra, apenas observou as duas voltarem a discutir e a gritar. Hana foi a última a gritar e em um impulso, ela empurrou Hina com tudo a fazendo cair no chão.

— Chega! As duas!

– Papai! — Midoriya desviou sua atenção de Hana, que tinha saído batendo o pé, e encarou Hina no chão com os olhos cheios de lágrimas e um berreiro se formou ali, dando mais dores de cabeça para este. Se agachou em frente a gêmea mais nova e a ajudou a levantar, pegando a mesma nos braços enquanto soltava um suspiro pesado. Colocou Hina no sofá e se sentou ao lado da mesma, segurando suas mãos vermelhas por conta do baque.

— Se machucou?

A viu negar e passar as mãos no rosto, completamente chorosa do jeito que era, fungando diversas vezes até o choro ir cessando.

– Ela me odeia, né?

Tocou o topo da cabeça da garota e fez um carinho nos fios castanhos e deixou um selar em sua testa, sorrindo pequeno.

Babá do filho dos BakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora