04. Hungry eyes

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Meus pensamentos pesaram até perder o real motivo de ir atrás daquela criatura.

Volte para casa.

Meu corpo não reagia aos meus comandos, estava sendo controlada. A chuva estava ficando forte. Engoli o seco sentindo minha garganta seca, meus dedos apertaram firme o volante enquanto dei a ré no carro, os faróis iluminava a estrada deserta, olhei para a casa escondida na escuridão da noite, a porta da cozinha batia várias vezes forte devido ao vento forte da chuva, fechei meus olhos imaginando que amanhã seria um dia cheio para arrumar toda a bagunça.

Volte para casa.

Uma voz estrondosa e rouca invadia meus pensamentos com a única frase repetida, me perguntava se era eu que estava omitindo isso, mas tinha certeza que não era. Desde que cheguei aqui, só desastre acontecerem, poderia ir muito bem para longe daqui. O que estava me impedindo? Nada! Apenas nada.

— Foda-se essa merda toda. — Acelerei o carro na pista imensamente escura.

Meu nariz começou a sangrar, alguns pingos caiu no meu colo, manchando minha calça, passei por uma árvore e várias outras árvores no caminho, não tinha fim aquela estrada. É como se estivesse indo para o inferno. Algo grande me esperava por lá.

Volte para casa.

Avistei um ônibus parado no meio da estrada. Era um ônibus familiar, me sentia numa 'reprise' de um filme velho antigo. Aumentei a potência dos faróis do meu carro para clarear por completo aquele ônibus com os pneus da frente estourados, com o teto aberto como se fosse uma latinha de sardinha, saia umas fumaças na frente e atrás, seus faróis estavam acesos, clareando o nada.

— Mas o que é isso? — Parei o carro atrás do ônibus, meus olhos estavam focados olhando para frente, peguei a doze do banco do passageiro e sai do carro continuando olhando para frente.

Holly pulou pela janela do carro, segurei sua coleira antes que ela saísse disparada até o ônibus, segurei firme a arma enquanto andava em silêncio até a porta do ônibus, algumas janelas destroçadas, ouvi cochichos no ônibus.

— Tem alguém lá fora, Anne. — Uma voz masculina surgiu, estava trêmula sua voz, estreitei os olhos, soltei a coleira de holly, ela já estava um pouco mais calma.

Um nevoeiro surgiu com um vento gelado, meus cabelos caíram para trás do meu ombro, fechei meus olhos devido a um vento de poeira, pela estrada tinha vários rastros dos pneus. Forcei a porta do ônibus que estava trancada por dentro, dei dois chutes no puxador, depois que vi que não funcionou, acertei a parte de trás da arma com força, um barulho do prego que se soltou fez, sorri abrindo a porta do ônibus.

— Está entrando, Roger. — Agora era uma voz feminina amedrontada.

Caminhei dentro do ônibus com a arma apontada, olhei em cada assentos vazios a procura dos dois adolescentes, no chão tinha rastros de sangue fresco, na lataria tinha sangue e algumas gotas pingava no chão, bem aonde eu ia pisar.

— Ora ora, olha vocês aí. — Olhei para os dois jovens escondido nos últimos assentos na fileira esquerda.

— Quem é você? — A menina de cabelos loiros perguntou, soltei o ar que prendia, coloquei minha arma encostada no assento, e me agachei na frente deles.

— Ela é a gostosa daquela mansão que passamos hoje cedo... — O moreno respondeu, arregalei os olhos com sua resposta, mas depois soltei uma risada baixa com o avermelhado que estava surgindo em suas bochechas. — Foi os meninos que falaram, moça.

— E aonde está os outros? — Perguntei, olhando no rosto de cada um, os dois demonstraram medo.

— Eles saíram correndo para o limpo — Apontou pela janela o limpo no lado esquerdo da estrada. — Nós dois resolvemos ficar aqui porque tem algo atrás da gente. Fora é um grande risco já que o motorista e a nossas treinadora sumiram.

Midnight | B.EOnde histórias criam vida. Descubra agora