No dia seguinte, já na casa da minha mãe, eu me encontrava no seu jardim sentada em frente de uma mesa, aonde tinha alguns bolinhos e chá preparado por ela. Era uma tarde de uma quinta-feira, dia estava bastante ensolarado, o ar fresco que as vezes eu sentia falta.
— Desde que você chegou, filha, ficou o tempo inteiro fechada. — Minha mãe se sentou na minha frente com sua xícara de chá.
Seu comentário me fez lembrar da Billie, queria saber o que ela estava fazendo nesse exato momento. Quando voltei para cá não era a mesma coisa, não pertencia mais a esse lugar, meu lugar era com ela. A gente dividimos a mesma casa, o mesmo quarto, assim, só dividimos quando eu implorava para que ela ficasse nele. Sua companhia se tornou importante para mim.
— São coisas, mamãe. A senhora não entenderia — Dei um gole do meu chá antes de ajeitar minha postura na cadeira. — O chá está muito bom.
— Você está diferente. Vejo algo diferente em você.
— Bom, dizem que com o tempo as pessoas mudam, talvez comigo não seja diferente. — Sorri abertamente.
— O que você fez enquanto esteve lá? — Perguntou, revirei meus olhos e depois soltei uma risada baixa, isso estava parecendo um interrogatório.
— Coisas, eu tenho feito muitas coisas. — Dei de ombros.
— Coisas? — Assenti. — E por que não fala que coisas são?
— Porque mamãe, são coisas minhas.
Deixei meu corpo jogado naquela cadeira, bufei cansada mexendo em meu cabelo molhado, fechei meus olhos lembrando que daqui alguns dias eu estarei de volta para casa.
— Eu só me preocupo com você. — Abaixou a cabeça.
— Eu também me preocupo com você — Levei minha mão até a sua em cima da mesa e apertei. — Só deixa esse cara, mamãe, você não precisa dele.
— Eu tento tirar ele da minha vida, mas acontece que ele não quer sair dela. — Sua voz estava trêmula.
— Então vem viver comigo.
Sim, eu disse isso. Foi no automático, não sei quais consequências isso poderia trazer, mas eu estava disposta a fazer qualquer coisa para que ela seja feliz.
— Eu não quero atrapalhar a sua vida, filha... — A interrompi.
— Mas você não vai atrapalhar.
— Eu vou. Eu sei que vou, e você sabe disso. Você está grande, já é uma mulher formada e precisa do seu espaço. — Disse, se levantando da cadeira e indo para dentro da casa.
[...]
Eu me encontrava dentro do carro, estava andando pela cidade sem rumo e era a noite. Estar dentro daquele carro me fazia está bem, bem perto dela, seu cheiro me fazia sentir sua falta. Falta da sua voz e implicâncias. Billie em nenhum momento saia da minha cabeça, isso é loucura, eu sei, mas às vezes tenho quase certeza que ela colocou isso na minha cabeça. Sua confiança em entregar seu carro para mim me surpreendeu muito. Teu beijo me marcou e provavelmente ela sabe disso, pois também não saia da minha cabeça.
—... But I've got to work shit out, baby
I'm exorcising demons, got 'em running around the block now(Mas eu tenho que resolver essa merda, amor
Estou exorcizando demônios, que estão por aí agora)Olhei para o rádio que tocava uma música, aumentei ela viajando nos meus pensamentos enquanto dirigia nas ruas de Los Angeles. Los Angeles foi uma cidade que sempre admirei, a noite era uma coisa impressionante, as ruas são bastante iluminadas, o trânsito as vezes era estressante.
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Midnight | B.E
FanfictionCeleste é uma jovem de 20 anos que resolveu comprar uma casa afastada da cidade, mas mal sabia que naquela casa havia muitos segredos e coisas sem explicações. "- Eu posso ver seu medo estampados em seus olhos. - Disse a criatura, rapidamente a port...