34. Fire Line

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Uma tempestade caía sobre a cidade de Los Angeles. Trovões, e relâmpagos que cortavam o céu como se quisessem partir o mundo em dois pedaços. Uma ou duas árvores caiam com a força do vento violento.

E eu só conseguia lembrar de você como uma parte que faltava na minha vida. Meu amor, todos os dias eu escrevo cartas para você, pensando se algum dia você irá ler todas elas. Foram dois meses longe de você. Dois meses de tortura. Sinto falta do paraíso. Estar em seus braços era como ganhar na loteria. Não sabe o quanto chorei sentindo a sua falta, me sentia dentro do poço mais fundo.

— Ainda está aí, Celeste? — Pergunta Megan, na minha frente, estralando seus dedos.

Pisco algumas vezes saindo do transe, respiro fundo desviando meu olhar da janela para a garota loira na minha frente. Megan sabia que eu não estava bem, por isso ficava sempre perto de mim quando podia.

— Sim, estou. — Respondo, ouvindo os barulhos altíssimos de trovões.

— Você... — Megan parou de falar assim que às luzes do quarto começaram a piscar e depois faltar energia. — Droga!

Megan foi até o receptor, fez uma cara frustrada ao perceber que realmente faltou energia. De repente, voltou a energia, mas não durou muito até que faltou de novo, deixando o quarto escuro. Megan pegou duas lanternas da sua escrivaninha e me entregou uma.

— Acho que foi na faculdade toda. — Disse Megan, apontando a lanterna para a porta.

Me levantei da cama segurando firme a lanterna, coloquei shark dentro do meu moletom que usava, colocando sua cabeça para fora. Abri a porta do quarto me deparando com a escuridão do corredor da república.

Me sentia perdida no meio daquela escuridão, não sabia para onde estava indo, apenas andava para frente com as vistas doloridas. Como se tivesse tampado meus olhos com algo difícil de tirar.

— Estou aqui!!

Paro no meio do caminho ouvindo uma voz sussurrar na direção contrária, segurei firme shark que tremia por debaixo do moletom. Beijo o topo da sua cabeça apontando a lanterna para vários lugares a procura de alguém.

— Aqui! Hey, me deixa ficar com você.

Apontei a lanterna para uma porta afastada das outras. Ela estava encostada. Arquei minha sobrancelha esquerda dando a meia volta para o quarto, então ouso uma risada extremamente bizarra de uma criança. A lanterna caiu da minha mão, olho para trás observando a porta sendo iluminada pela lanterna caída, soltei um pasmo ao ver a porta bater fortemente.

— Celeste?

Sinto alguém tocar meu ombro, vou para trás assustada até que encontro Megan com a lanterna apontada para mim. Ela viu que eu não estava bem e resolveu se aproximar tocando em meus ombros.

— O que foi? Você está assustada. — Perguntou, envolvendo meus ombros com seu braço direito e me guiando até o quarto.

— Não, não é nada.

A vejo abrir a porta para que eu entrasse, forcei um sorriso para ela enquanto entrava dentro do quarto. Me sentei na beirada da cama com a mão na lateral da minha testa, suspirei pesadamente. Shark saiu de dentro do moletom ficando deitado ao lado do meu corpo, aproveito e tiro a parte de cima do moletom, fiquei um pouco surpresa ao ver que estava suando frio.

Nos últimos dias, estava acontecendo coisas estranhas na faculdade e em todos os lugares. Como se o mundo fosse dominado por coisas ruins. As únicas notícias eram sempre sobre acidentes sem explicações e desaparecimentos. E quando acham, é o seu cadáver aberto, com expressão de que viu o próprio demônio na sua frente. Igrejas sendo invadidas misteriosamente.

Midnight | B.EOnde histórias criam vida. Descubra agora