Midnight | B.E

23. Wind Of Change

Os segundos passava devagar, meus lábios não se movia a um bom tempo, meus olhos estavam atentos a eles que discutiam a ponto de brigarem a qualquer momento, mas Billie evitava qualquer agressividade naquela mesa. Sua mão se posicionou na minha coxa direita, olhei para baixo observando seus dedos acariciar minha pele arrepiada.

Eu não posso entrar na mente deles, mas eu consigo entrar na sua. Quer ir lá fora?

Me espantei com uma voz masculina acoando em minha cabeça, olhei para o Ryder que me olhava com sua taça de vinho, Billie não percebeu, ainda.

— Você está desafiando todos, Billie. O que você tem, deveria pelos menos honrar — O ruivo olhava sério para Billie. — Mas você não se importa porque sabe que é impossível acabar com um ser que você é.

— Honrar? Não diga besteiras, Finneas. Toda essa sua raiva é por causa do que eu fiz? Sinto muito, irmão. Espere muito mais de mim. — Disse Billie.

— Estamos preocupados, Mid — Ryder entrou no meio da conversa. — Não quero morrer por tão cedo, irmã.  Entrego a você minha alma e o pacto.

Me encolhi na cadeira ouvindo aquela conversa, abracei meu corpo olhando para eles, Billie retirou sua mão da minha coxa percebendo meu desconforto.

— Irmão, ande comigo e eu o protegerei — Os olhos de Billie ficaram escuros, sua voz rouca me dava calafrios, seus lábios se formaram um sorriso de lado. — Todos aqueles que o perseguirem, eu vou caçar e depois devorar.

Ryder sorriu para Billie que olhava para Finneas, que estava olhando tudo aquilo com os olhos cheios de raiva.

— Olha, eu vou sair aqui... — Billie segurou meu pulso esquerdo, fazendo que eu olhasse para o seu rosto, tentei transmitir em meus olhos que estava tudo bem, mas ela parecia está preocupada. — Tá tudo bem.

— Tem certeza? — Perguntou preocupada, acenei que sim com a cabeça, tirei sua mão do meu pulso.

— Eu vou junto com você, Celeste. — Cláudia se levantou da cadeira e veio até o meu encontro.

Billie não tirou os olhos de mim, respirei fundo passando por aquelas mesas ocupadas por pessoas, Cláudia agarrou no meu braço direito, encostei minha cabeça na lateral da sua, estava exausta. Aquele ambiente sugava toda a minha energia.

— A Billie está muito interessada em você. — Comentou Cláudia, assim que chegamos no área externa.

— Eu não sei. — Me sentei em uma cadeira isolada.

— A gente ficamos impressionados com essa surpresa, Billie nunca apareceu com uma acompanhante nestes eventos tediosos — Olhei para Cláudia que sentou na minha frente arrumando seu decote. — É triste saber que as pessoas que nós duas gostamos não são como a gente, dá uns certos calafrios. Eles já foram como a gente. Não mais. Celeste, você vai morrer.

Senti um calafrio percorrer em todo o meu corpo com sua última frase, minhas mãos começaram a ficar suadas.

— Como sabe disso? Eles te contaram? — Perguntei, olhando para um vaso de rosas.

— Não, isso é tão... Óbvio — Voltei a olhar para ela que me olhava preocupada. — Eu fico triste com uma coisa dessas... vendo pessoas se matarem por uma coisa que não vale apena.

— Eu vi tudo. Não posso largar ela. Fiz um pacto com ela — Levantei da cadeira e caminhei em sua direção. — Acredito que você trepa' com aquele ruivo e você não pode negar que sente o mesmo que eu. Sente as emoções quando te deseja. Também acredito que ela esteja tentando ser humana de novo.