15. Everything i Wanted

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— Mãe, a senhora está bem? — Me sentei na beirada da cama preocupada.

Ela virou um pouco seu corpo para mim, consegui enxergar seu rosto, o abajur não iluminava muito o quarto, por isso a dificuldade de enxergar os detalhes do seu rosto. Tive uma surpresa quando meus olhos pararam no roxo do seu olho esquerdo, coloquei meus dedos naquela mancha, ela fechou os olhos cheios de lágrimas e uma lágrima escorreu pelo seu olho, consegui impedir ela descer até seus lábios.

— Sabe que eu te amo, não sabe? — Deitei meu tronco para frente, abraçando seu corpo, sentia meus olhos arderem. — Ele não deveria ter feito isso.

Suas mãos foram até meu cabelo, fechei meus olhos sentindo seus dedos acariciarem meus cabelos, ouvi seus suspiros baixos, tentei meu máximo para não chorar na sua frente. Eu tenho medo de perder ela.

— Eu te amo. — Sua voz falha embargada pelo choro silencioso, sei que se esforçava, pois estava sem força naquele momento.

Em momento de raiva, eu sai de perto dela e caminhei raivosa até o último andar daquela casa, aonde eu poderia encontrar aquele marmanjo preguiçoso sentado no sofá. No momento que eu o vi na minha frente, minhas mãos alcançaram um vaso preenchido de água, atingi em sua cabeça, fazendo um enorme corte fundo. Eram dois adultos brigando no meio daquela sala, sua mão esquerda segurou meu cabelo por trás com força, soltei um gemido de dor, tentei tirar sua mão dali.

— O que vai fazer? — Perguntei com os olhos semicerrados, bati em seu braço esquerdo, consegui enxergar a perversidade em seus olhos escuros. — O QUE VAI FAZER? — Gritei em alto desespero, sendo arrastada para o fundo da casa.

Michael não disse uma palavra, apenas me arrastava para os fundos, minha mãe desceu as escadas desesperada, ele me jogou para dentro de um quartinho sujo empoeirado, antes que minha mãe podesse falar algo, Michael fechou a porta em sua cara. Meus olhos se inundaram de lágrimas ao ver suas mãos tirando o cinto da sua calça social, o trauma estava de volta e Michael não pegaria leve dessa vez.

— Você vai aprender a me obedecer ou hoje será seu último dia respirando, ENTENDEU? — Gritou estérico, seus olhos quase saltaram do seu rosto, o sangue escorria da sua testa, mas o mesmo nem se importava.

— Você não é meu pai. — Me arrastei para trás.

— Agora eu sou seu pai. — Abriu o cinto e depois ergueu seu braço com ele.

Ele acertou o cinto no meu rosto com força, imediatamente soltei um grito de dor sentindo a pele do meu rosto rasgar, e depois ele acertou outra nas minhas mãos que escondia o meu rosto, o ferro do cinto rasgou minha mão direita, assim fazendo eu caí no profundo desespero sem fim.

— MICHAEL, NÃO BATE NELA!!! — Minha mãe gritava enquanto batia forte na porta diversas vezes.

Michael continuava acertando aquele cinto em meu corpo sem pausa, eu caí para o lado não sentindo mais nada, estava quase se apagando naquele chão imundo, abri minha boca que não saia mais barulho, ela foi rasgada com uma cintada. Minha mãe conseguiu abri a porta do quarto e se meteu na minha frente, mas Michael não parou, ele então acertou o cinto nela.

— Mãe, tá doendo — Soltei um grito doloroso com a boca sangrando, virei rapidamente o rosto para o lado quando ele acertou outra cintada no meu rosto. — PARAAA!!! — Bati fracamente minhas mãos no chão.

Minha mãe se levantou e tentou ir pra cima dele, Michael acertou um murro em seu rosto e com o impacto, seu corpo foi parar diretamente no chão, batendo sua cabeça contra umas madeiras que estavam alí. Levantei me do chão com as últimas forças que tinha, me joguei para cima dele arrancando o cinto da sua mão, acertei um soco em seu rosto com o semblante raivoso, suas mãos foram até a minha cabeça e arremessou ela na parede até eu perder a consciência.

Midnight | B.EOnde histórias criam vida. Descubra agora