12. Human

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Sabe quando sua mente está uma bagunça, e você não sabe por onde começar? Você não sabe se está indo no caminho certo ou errado. Dias se passando e nem percebe, horas passando rápido demais. Daí, quando você olha para o calendário fica assustada, porque já se passaram dois meses da última vez que olhou um calendário. Os tempos andam cada vez mais triste e entediante. Eu? Decidi ficar ao lado do demônio que até por enquanto está cuidando de mim.

Abro meus olhos vagarosamente encontrando Billie com a forma midnight, levanto minha cabeça passando minha mão em seu rosto, ela não tinha acordado, estava do mesmo jeito. Talvez, seja de madrugada e por isso sua forma. Seu braço estava em minha cintura como se tivesse me abraçando, olhei para a porta que por debaixo saia uma fumaça branca, as cortinas brancas foram assopradas pelo vento gelado que entrava pela sacada aberta.

— Billie — Levantei um pouco meu corpo para cima do seu, coloquei minha mão esquerda em seu rosto, confesso que era assustador, mas era ela. Apenas ela. — Acorde. — Minha voz saiu suave, tentei tirar aquela placa metálica do seus olhos, era impossível.

De repente, sua mão começou a se mexer no meu colo, um suspiro baixo saiu da sua boca, apertei sua mão no meu colo. Não sei, mas aquilo me deixou feliz, ela estava aqui comigo, estava reagindo. Uma lágrima escorreu do meu olho direito, então abracei seu corpo.

— Você acordou — Sorri entre minha animação, coloquei minhas duas mãos em cada lado do seu rosto, juntei nossas testas. — Você acordou. Mid, você acordou. — Sorri abertamente.

Suas mãos foram até minha cintura, ela me tirou de cima do seu corpo com cuidado, resmunguei baixo pela dor do meu joelho machucado, que por sinal manchou o lençol da cama de sangue, observei midnight caminhar até a sacada que estava molhada pela chuva, encarei assustada quando mid olhou para o céu e gritou alto.

— Mid? — Tentei sair da cama, fiquei em pé com as pernas querendo doer, o corte abriu e começou a sangrar. — Merda.

Me sentei na beirada da cama tocando no corte, a dor tinha voltado, franzi os lábios tentando segurar o choro que estava entalado na garganta.

— Celeste — Olhei para frente segurando as lágrimas, Billie veio correndo na minha direção com sua aparência normal, suas roupas estavam folgadas e rasgadas. — Isso não era para está acontecendo.

Billie se agachou na minha frente  colocando sua mão em cima do corte, a sua outra mão puxou forte rasgando uma parte da sua calça, ela então enrolou aquele pequeno pano em volta do meu joelho.

— Obrigada. — Agradeci com um sorriso fraco nos lábios, ainda queria chorar a madrugada toda.

— Obrigada você por ter me ajudado. — Disse preocupada.

Billie andou até o banheiro com passos lentos, parecia estar perdida, respirei fundo puxando minha camisola para cima, fiquei em pé atrás da Billie, abracei meu corpo sentindo o vento gelado.

— Posso tomar banho com você? — Perguntei baixo.

Billie se virou para mim, seus olhos desceram lentamente para o meu corpo nu, seus lábios foram umedecidos vagarosamente pela sua língua rosada, observei ela desabotoar sua camiseta preta do midnight enquanto seus olhos estavam fixos nos meus, depois ela puxou sua calça para baixo. Billie estava totalmente exposta na minha frente, abaixei a cabeça envergonhada, senti suas mãos em minha cintura, levantei a cabeça dando de cara com seus olhos brilhosos.

— Vamos. — Disse, com o rosto próximo ao meu.

Billie me pegou em seus braços, coloquei minhas mãos em seu ombro, minha cabeça deitou em seu peito, olhei para a sua mão com algumas veias que apertava minha coxa, seu corpo estava ficando quente. Billie me ajudou a descer do seu braço, liguei o registro, ela ficou atrás de mim com sua mão esquerda na minha cintura, fechei meus olhos sentindo a água molhar meu corpo e cabelo, me virei para Billie que estava de olhos fechados aproveitando a água.

Midnight | B.EOnde histórias criam vida. Descubra agora