18. Only If For A Night

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— Celeste, não entre! — Corri desesperada para dentro de uma floresta, Billie estava atrás de mim. — NÃO! — Gritou.

Meu vestido branco longo balançava por causa do vento gelado, corria dentro daquela floresta descalça com os cabelos soltos, minha mão direita carregava um buquê de rosas vermelhas, desviei das árvores na minha frente, olhei para trás não vendo mais a Billie.

— EU NÃO VOU VOLTAR! — Gritei, correndo segurando a barra do meu vestido.

Olhei para o lado esquerdo percebendo que algo estava se movimentando rápido demais, meu peito subia e descia descontroladamente, observei ele apontar uma flecha no meu peito, tentei correr o máximo possível, tentava respirar pela boca. De repente, uma coisa atravessou meu peito, coloquei minha mão trêmula na ponta da flecha, meu vestido que era branco ficou vermelho, cai no chão sem força nas pernas, fui perdendo minha consciência aos poucos, meu rosto se virou para o lado direito vendo Billie matar o homem encapuzado, ela o decapitou em segundos, fechei meus olhos antes que ela conseguisse chegar perto de mim.

Acordei no meio da madrugada gritando desesperada, levantei meu tronco para frente segurando o lençol no meu corpo, passei minha mão esquerda no meu rosto suado, olhei para o lado da cama vazio, suspirei saindo da cama, fui para frente do espelho, afastei a parte de cima do meu pijama, notei que tinha uma marca vermelha no meu peito, no mesmo lugar que a flecha tinha acertado.

— Amiga? — Celeste entrou dentro quarto com seu rosto coberto por uma máscara facial verde. — Ouvi você gritar.

— Foi só um pesadelo. — Arrumei meu pijama antes de voltar a me deitar na cama.

— Tem certeza? — Assenti cabisbaixa, não queria chorar de novo na sua frente. — Qualquer coisa estou no quarto ao lado.

Zoe saiu fechando a porta, abracei o travesseiro contra o meu corpo, uma lágrima escorreu sem esforço do meu olho esquerdo, fiquei encarando o abajur por um tempo, passei minha mão no meu rosto limpando as lágrimas.

Já tinha uma semana que eu não falava com a Billie e nem sinal dela, confesso que isso ultimamente estava doendo em mim, chorava todas as noites com os pesadelos que ficaram frequentes. Apesar que nós duas não tinha nada, eu gostava muito dela, me sentia especial com ela. Minha teimosa atrapalhou muitas coisas, atrapalhou tudo, mas eu estava disposta a qualquer coisa. Tirando Zoe, a Billie era uma ótima amiga. Meu orgulho, meu ego, fizeram ela ir embora. Sou jovem demais, tola demais para perceber que eu deveria ter lhe ouvido e acreditado em você.

Levantei da cama e andei para fora do quarto apressada, desci às escadas com lágrimas rolando em meu rosto, fui para a cozinha encontrando Shark deitado no tapete, procurei a chave do porão nas gavetas dos armários, foi aí que eu percebi que ela pegou a chave para que eu não entrasse, entrei no colapso do desespero. Meu corpo deslizou na parede, me sentei no chão com o rosto dentro das minhas mãos, comecei a chorar sem parar naquela cozinha.

— De novo não — Balancei a cabeça de um lado para o outro. — De novo não, por favor.

Levantei do chão lembrando do livro, corri para o andar de cima ansiosa, abri a porta do meu quarto aonde Zoe estava dormindo, procurei o livro na gaveta da mesinha sem fazer barulho, acabei encontrando ele debaixo dos outros livros.

— Celeste? — Zoe se mexeu na cama sonolenta. — O que está fazendo?

— Preciso falar com ela. — Digo, abrindo a porta do quarto, Zoe me olhou com a sobrancelha direita arqueada.

— Só agora percebeu que precisa falar com ela? — Perguntou. — É melhor falar com ela mesmo, a filha da mãe tá gelando horrores essa casa.

— Vá dormir, Zoy. — Sorri vendo ela mostrar a língua para mim por causa do apelido.

Midnight | B.EOnde histórias criam vida. Descubra agora