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"Então tu basicamente tens amigos?" A minha mãe perguntou incrédula e eu revirei os olhos. "Tipo reais? Tu fizeste amigos no primeiro dia de aulas e eles são verdadeiros, é?"

"Sim mãe, há um grupo de pessoas que quer estar comigo e são pessoas verdadeiras." Garanti. "Posso ir?"

"Tens aulas amanhã. Nem pensar. Para além disso, vais estar com eles amanhã e podem sair no fimde-semana." O meu pai disse enquanto lia o jornal atentamente e eu bati com o pé no chão, fazendo barulho. "Controla-te."

"Eu finalmente faço amigos e não me deixam sair com eles. Tens noção do quão estúpido isso é?" Cruzei os braços no peito, obviamente zangada.

"Problema teu. Sobe." Ele falou de forma firme. Olhei a minha mãe, pedindo ajuda, mas ela apenas deu de ombros e foi para a cozinha. Irritada, subi as escadas, batendo com força no chão, e quando cheguei ao quarto, bati com a porta.

Peguei no telemóvel e procurei o número de Carol, mandando-lhe uma mensagem de seguida:

Para: Carol - Os meus pais não me deixam ir porque temos aulas amanhã.

Poucos segundos passaram até ela responder de volta: - Que pena. Veste algo curto e sexy. Salta pela janela. Sê rebelde.

Revirei os olhos e sentei-me na cama. Eu sabia que era má ideia e que os mais me matariam se descobrissem que eu fugi. Mas claro que tive segundos pensamentos. Podia correr mal... Mas também podia correr bem. Para além disso, era uma pequena festa, entre o grupo, e era uma oportunidade fantástica para eu os conhecer melhor. O que fazem em festas, como dançam, os seus costumes. E claro que o facto de eu nunca ter sido convidada para uma festa também ajudou.

Algo curto e sexy. A única coisa que eu podia fazer era colocar uns calções sem collants e um top. Não tinha muito mais que isso e estava frio na rua. Decidi então seguir essa ideia mesmo: Uns calções pretos, mostrando as minhas pernas longas e magras, até demais. Calcei umas botas pretas e coloquei um top preto com um casaco de ganga por cima. Deixei a maquilhagem esborratada como já estava antes, não tendo paciência para a retocar, e soltei o cabelo completamente encaracolado que me caiu sob os ombros.

Coloquei a carteira e o telemóvel numa mala e enchi a cama com almofadas, caso os meus pais decidissem confirmar se eu estava a dormir. Coloquei o escadote da parte de fora da janela e desliguei as luzes.

Uma sensação de nervosismo e náuseas percorreu o meu corpo à medida que eu descia os escadote e sentia o frio bater nas minhas pernas. Mas não era uma má sensação de todo. Era adrenalina e excitação. Quando finalmente os meus pés bateram na relva, comecei a correr até ao portão e saí dali tentando ser silenciosa.

Quando cheguei à porta da escola, estava tudo escuro e vazio. Cheguei a pensar que eles me tinham pregado uma partida e na realidade não ia aparecer ninguém. No entanto, umas mãos rodearam a minha cintura e um beijo doce foi deixado no meu pescoço, fazendo-me saltar. "Sempre vieste." Era Bellamy.

Virei-me para ele e sorri. Ele tinha uma mochila às costas. "Para que é a mochila?" Perguntei.

"Tem as garrafas e a erva." Deu de ombros, como se tivesse falado da coisa mais natural do mundo. E era. Não no meu mundo mas no dele era. E eu estava prestes a entrar nesse mundo e Deus, eu não me ia arrepender.

O resto do grupo veio atrás dele e todos me abraçaram de forma carinhosa: Exceto Harry, obviamente, que ficou apenas com as mãos nos bolsos a olhar a cena toda. Dei de ombros e olhei Carol enquanto ela abria os portões grandes da escola. De seguida, esticou-se e começou a clicar numa máquina qualquer, provavelmente os alarmes e as câmeras.

THUNDERSTORM | Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora