THUNDERSTORM | Harry Styles

17

Os braços de Cook eram a melhor medicação para dias maus. Eram fortes mas confortáveis, a sua pele de bebé tornava tudo mais calmo e fácil de aceitar. Eu estava uma confusão: O meu cabelo estava bagunçado, a maquilhagem borrada, apenas a usar a camisola de Harry e umas cuecas.  

Com Cook era tudo tão simples. Ele simplesmente não via o mal nas pessoas. Eu podia desabafar sobre qualquer coisa e ele continuaria a ouvir-me e a dizer-me o que acha de cada situação. Eu podia ser a pior pessoa do mundo, podia agir mal nas situações menos previsíveis mas ele nunca me julgaria. Ele seria o primeiro a puxar-me para os seus braços e a sussurrar doces palavras no meu ouvido.  

"Ela está errada. Tu sabes disso não sabes?" Sussurrou, as suas mãos deixando leves festas no meu cabelo. "Ela está muito errada Olivia. Tu tens que esquecer o espelho na parede, tu és a rapariga mais bonita que já conheci. E és boa pessoa. Isso não conta também? Eles continuam a fazer-te tanto mal, querida, e tu não mereces." 

"Eu não sei se mereço ou não." Suspirei, aconchegando-me contra o seu peito. "Se calhar até mereço. As pessoas continuam a tratar-me assim, só pode ser castigo por algo que fiz no passado. Porque é que ainda me estás a aturar?" 

Olhei para cima, olhei os seus olhos, mostrando que queria sinceridade na sua resposta. Cook sorriu, um sorriso calmo, pequeno, carinhoso e respondeu: 

"Quando tu amas alguém, amas essa pessoa com as suas cicatrizes, com a sua tristeza e com os seus defeitos." Respondeu. 

Queria responder-lhe mas a) estava sem palavras b) a campainha tocou. Pensei dois segundos antes de me levantar e abrir a porta, tendo um pingo de esperança que fosse Harry, mesmo que a companhia de Cook fosse a minha preferida nestes momentos. Eu estava arrependida. Harry beijou-me e eu empurrei-o mas planeava explicar-lhe o porquê no dia seguinte. 

O rosto de Raquel estava vermelho, os seus olhos estavam rodeados por longos e grandes círculos escuros. Assim que abri a porta, ela abriu os braços e saltou-me para cima, abraçando-me com força contra ela.  

"Tu és linda, tu és a mais linda, o vestido fica-te tão bem." Falou, tendo que recuperar o fôlego diversas vezes. Os seus braços apertavam-me com força, fazendo-me elevar o rosto em busca de ar. "Eu fui tão estúpida, por favor perdoa-me Olivia, tu és linda, o teu corpo é lindo, tu és linda." 

Eu estava em silêncio. Era óbvio que a ia perdoar, estava na cara que ela estava arrependida e pelo menos, ao contrário de Bellamy, teve coragem de admitir os seus erros e falar comigo sobre isso. Mas eu não sabia o que dizer. Eu fui completamente apanhada de surpresa e estava em choque. 

"Olivia está tudo bem?" Cook perguntou e finalmente Raquel largou-me. Ambas nos virámos para o rapaz sonolento que apareceu atrás de mim na porta e os seus lindos olhos arregalaram-se no momento em que a viu. "Que estás aqui a fazer?" 

"Está tudo bem amor, ela está sóbria." Garanti e Cook apenas assentiu. O rapaz olhou-me durante momentos, verificando se eu estava bem, e logo voltou para dentro. 

Fiz sinal a Raquel para que me seguisse e entrei em casa, a rapariga vindo atrás de mim a passos apressados enquanto caminhávamos para o meu quarto. Sentei-me na cama e bati no colchão ao meu lado, pedindo que ela fizesse o mesmo. Mal o fez, falei: 

"Quero que tenhas plena consciência que usar o corpo de uma pessoa para a deitar abaixo jamais será uma boa forma de ganhar uma discussão." Disse, fria, firme. "Quero que saibas que não és ninguém no mundo para ir buscar as minhas maiores inseguranças para que consigas sentir-te superior. Digo isto porque te conheço bem o suficiente para saber que não és assim." 

Raquel baixou o rosto, encarou as suas mãos. "Eu agi mal, de cabeça quente. O álcool afetou-me e de certa forma eu precisava de descarregar em alguém." De seguida, encarou o rosto, o seu cabelo branco caindo-lhe sob os olhos. Peguei no mesmo e coloquei-o atrás da sua orelha. Sorriu. "Eu gosto muito de ti Olivia e não penso nenhuma daquelas coisas horríveis que te disse."