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Einstein uma vez falou sobre o tempo ser relativo: Um minuto pode ter uma quantidade de tempo diferente para cada um de nós. Para uma pessoa normal, um minuto era apenas um minuto. Uma pequena porção de tempo pela qual eles nem davam conta. Um pequeno espaço de tempo que servia para eles conseguirem pestanejar umas quantas vezes, respirar mais algumas, talvez ajeitar as suas roupas e olhar em volta. Para nós – eu, Harry, Louis, Gemma – era bem mais que isso. Cada minuto que passava era mais uma volta no nosso estômago, mais um pouco que a nossa garganta apertava. Afinal, um minuto a mais para nós, era um minuto a menos para Louis. Cada minuto que passava, cada sessenta segundos que passavam, eram sessenta segundos que temíamos que Louis fechasse os olhos para sempre.

Já tinham passado três dias desde que chegáramos a Itália e Harry parecia estar a usá-los para crescer e se auto conhecer. O rapaz estava a agir sempre com calma, sendo sempre cuidadoso com as coisas que dizia, as coisas que fazia. Era impossível não notar o quanto lhe doía sempre que Louis caía ao chão sem forças ou sempre que o rapaz tossia tanto que era obrigado a ficar com lágrimas a escorrer-lhe pelas magras bochechas. Mas era ainda mais impossível não notar na felicidade do meu irmão sempre que Harry pegava numa das suas mãos ou lhe lia uma história diferente.

"Ele está definitivamente feliz." Acenei afirmativamente com o rosto, enquanto Gemma e eu esperávamos pelos pais de Louis no aeroporto – neste caso, a mãe adotiva de Louis e o nosso pai. "Pelo menos aparenta estar. O Harry faz-lhe muito bem. Pensei que me fosse magoar mas definitivamente estou bem com isto, com a relação que eles os dois têm... Consigo entender que se conhecem melhor que ninguém, que se amam imenso e que fariam qualquer coisa um pelo outro."

"Tu estás a ser uma rapariga muito forte no meio disto tudo." Gemma concordou com o rosto, apontando então para os dois adultos que olhavam desesperadamente em volta, procurando-nos. Quando vi Carl, pensei que me fosse doer mais, mas definitivamente foi como vê-lo pela primeira vez: Esqueci por completo que ele era o meu pai biológico. Afinal, ele não sabia que o era. Ele pensava genuinamente que eu era filha do Richard e no fundo, eu era. Foi ele quem cuidou de mim, foi ele quem me deu um amor incondicional e todos os valores que eu precisava de aprender. "Aqui!"

Ambos rapidamente caminharam até nós, Carl abrindo os seus braços e envolvendo Gemma nos mesmos. "Ele está bem?" Perguntou. O homem então virou-se para mim, e agora tudo fazia sentido. O seu olhar não era ódio por eu ter namorado com Harry, mas sim ódio por eu ser filha da mãe de Louis. A verdadeira mãe. Depois, olhei para Margaret, mãe adotiva de Louis e a senhora sorriu-me ligeiramente, mesmo que fosse um sorriso falso.

"Ele está muito cansado e já é muito difícil para ele andar, mas queremos acreditar que irá ter mais uns dias de vida com a presença dos pais." A rapariga falou com alguma arrogância na sua voz e, na minha mais modesta opinião, eu compreendia. Afinal, eles eram os pais dele, as pessoas que estiveram com ele toda a sua vida e não o acompanhavam. Não acompanhavam a doença, não cuidavam dele, não se preocupavam minimamente com o facto de o filho estar a morrer. "O Harry ficou com ele em casa, também está lá a Doutora Sivan."

"Essa mulher é uma incompetente..." Margaret comentou enquanto caminhávamos todos até ao carro de Gemma. A rapariga abriu o porta bagagens e colocou lá as malas dos adultos, que se foram sentar, ambos nos bancos de trás. Sentei-me ao lado de Gemma e coloquei o cinto, pousando a minha cabeça na minha mão, o meu cotovelo perto da janela. "Se o tivéssemos entregue a outras pessoas, aposto que ele sobrevivia."

"O cancro alastrou-se Margaret." Carl revirou os olhos. "A senhora não tem culpa. Ela não tem culpa que o Louis tenha ficado doente e que a doença seja mortal. Pagámos às clínicas mais caras, não podíamos fazer muito mais."

THUNDERSTORM | Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora