A minha roupa era linda. Comprei-a no dia seguinte ao Natal, com algum dinheiro que o meu pai me deu. Eu estava entusiasmada: A minha maquilhagem estava no ponto, o meu cabelo arranjado, eu sentia-me bem no meu próprio corpo. Naquela tarde, não deixei que as inseguranças se apoderassem do meu corpo e essa foi uma das coisas mais dificeis que fiz: E também uma das melhores. A minha confiança estava bem. Eu estava bem naquela tarde. Não fiz uma careta quando me olhei ao espelho.
O espelho tornou-se o meu maior inimigo nos últimos tempos. Sempre que o olhava, era como se uma pedra me atingisse em cheio no peito. Eu sentia um vazio enorme seguido de uma vontade de me esconder e nunca sair de casa. Isso tudo porque este mundo injusto criou um conceito de 'beleza' que nem devia existir. O que é a beleza afinal? É um corpo magro, uns peitos grandes? Isso é beleza. Mas gordura também é beleza e magreza também é beleza. Existem pessoas diferentes no mundo, é isso que nos torna humanos, seres unicamente diferentes e especiais. Porque é que tem que haver um conceito de beleza? Eu posso achar uma pessoa lindíssima e alguém no mundo pensará exatamente ao contrário.
Mas naquele dia eu estava bem. E eu acho que isso é o verdadeiro conceito de beleza: O que é mais bonito do que uma rapariga que se sente confortável com ela mesma? Isso é a verdadeira beleza. Confiança é bonita. Respeito por nós próprias é beleza.
"Muitas pessoas levam a ideia de respeito próprio para o lado errado." Comentei com Carol, enquanto ela tentava aperfeiçoar a linha do seu eyeliner. "Respeito por nós próprias é ter confiança, sabermos que somos boas independentemente do que os outros pensam. Porque é que as pessoas dizem que as raparigas com respeito por elas próprias, são as que não dormem com diferentes pessoas e ficam em casa a ler um livro? Eu acho que é o oposto."
"Eu concordo." Raquel comentou. "Se as raparigas são confiantes o suficiente para dormir com várias pessoas, é porque se respeitam a si mesmas e aos seus corpos. Se não o fazem, ainda bem. Se o fazem, ainda bem." Deu de ombros.
"Eu fico tão orgulhosa de ter amigas como vocês..." Carol comentou, um bonito sorriso presente no seu rosto. "Que seria de mim sem vocês?"
"Oh, momento gay! Me abraça amiga, me abraça!" Gritei, correndo para ela e envolvendo os meus braços em torno do seu corpo. Pousei a cabeça no seu peito e sorri.
"Isso foi uma desculpa para meteres a cabeça nas minhas mamas não foi? Tem vergonha Olivia Boyle! Tem vergonha!" Gritou. Raquel gargalhou alto e olhou em volta. O quarto estava uma confusão: Havia roupa espalhada por todo o lado, sapatos até por cima da cama, maquilhagem no chão. Passámos a tarde toda a tentar arranjar-nos para a noite de passagem de ano... Decidimos ir para a quinta de uns amigos da família da Raquel que iam estar fora. Eles confiaram em nós para deixarmos tudo em condições então decidimos não planear uma festa com muitas pessoas... Apenas nós, o nosso grupo, exceto Cook que decidiu passar a noite com Winter.
Todos pediram ao rapaz para que fosse à festa com a sua namorada mas ele negou, dizendo que esse não era o ambiente perfeito para ela. Todos ficaram muito confusos mas acabaram por aceitar, não querendo ir contra a sua vontade.
"O Bellamy vai?" Perguntei. Não conseguia parar de pensar na carta de Louis. Não conseguia parar de pensar no que ele contou, que ele e Bellamy se envolveram, que Louis foi usado. Mas no fundo: Bellamy foi usado também. Louis tinha sentimentos fortes pelo Harry e mesmo assim deixou-se levar por uma atração física. Bellamy provavelmente estava confuso, todos temos essa fase correto? Onde ficamos confusos e tentamos encontrar-nos.
"Claro... Ele faz parte do grupo mesmo que tenham havido algumas desavenças..." Carol suspirou. "Ele no fundo é boa pessoa Olivia. Ele é um rapaz diferente, teve uma educação especial e diferente e por essa razão tem uma mentalidade um pouco à antiga. Mas acredita que ele está muito arrependido do que te fez e eu acho que está na hora de resolverem as coisas."
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THUNDERSTORM | Harry Styles
FanfictionEu aprendi a valorizar os meus raios de sol, não as minhas tempestades... porque elas não duram para sempre.