Estávamos os dois sentados na cama, os nossos olhares intensos focados um no outro. Não havia mais nada ali: Éramos só nós os dois. Seria correto? Nós não namorávamos, não nos amávamos... Não dessa forma, não da forma necessária. É a ideia do mundo não é? A nossa virgindade é algo precioso que deve apenas ser entregue à pessoa que amamos. Mas e se um dia essa pessoa já não for digna desse sentimento? Voltamos atrás? Não podemos. Então qual seria o problema de o fazer com Harry? Ele era de confiança, era meu amigo, respeitava-me. E isso para mim sempre foi o mais importante.
Respirei fundo e fechei os olhos. "Tu tens a certeza?" Perguntei. Fui apanhada de surpresa quando me contou que seria a sua primeira vez também. Harry parecia ter tanta experiência com tudo: A forma de falar comigo, agarrar-me. Ele era tão confiante que o choque tomou conta de mim quando me contou que nunca tinha feito nada com uma rapariga ou rapaz. Mas novamente: O que era eu com ele? Eu podia ser uma pessoa insegura, mas perto dele isso mudava. Ele conseguia meter-me à vontade, conseguia fazer-me sentir bem comigo mesma.
"Tu tens?" Perguntou. O rapaz fez-me uma leve festa na bochecha e aproximou-se, beijando a minha testa. Assenti com a cabeça. Não era suposto sentir-me nervosa? Dizem que geralmente nos sentimos nervosos antes deste momento, sobretudo se estivermos prestes a faze-lo com a pessoa errada. No entanto, eu estava calma. O meu coração batia ao ritmo normal, a minha respiração estava pacifica.
"Eu tenho a certeza absoluta." Disse. Assenti e olhei para a porta, tentando perceber se ele a tinha trancado. Quando vi que sim, olhei pela janela que ficava ao lado da cama, tentando perceber se os nossos amigos continuavam a festa. A música já tinha acabado e não se ouviam vozes. "A festa já deve ter acabado, querida. Estamos há mais de uma hora a olhar um para o outro e todos eles me pareciam com vontade de ir embora com os respetivos namorados."
"E a Carol e o Bellamy? Eles estão solteiros." Respondi. Harry gargalhou enquanto abanava a cabeça e de seguida olhou para mim com uma sobrancelha erguida. "Não!" Exclamei. "Eles os dois!?"
"É ocasionalmente... Para não se sentirem sozinhos." Deu de ombros. "Não têm sentimentos um pelo outro então vai uma aqui, outra ali... É quando querem, sem compromisso. Estão livres para estar com outras pessoas."
Apenas assenti. Compreendia agora o porquê de Carol querer tanto que eu perdoasse Bellamy e era compreensível. Eles provavelmente falaram sobre o quão arrependido ele estava e ela tentou dar-me a volta. Para além disso, era bom o que estavam a fazer. Assim ela tirava as atenções dele de cima de mim e não se sentiam tão sozinhos no meio do grupo, sobretudo agora que Cook estava numa relação.
Olhei então o rapaz nos olhos e engoli em seco. "Tudo bem, vamos a isto." Disse. Ele assentiu também e viu o nervosismo em mim, visto que ele próprio tomou iniciativa de se levantar e retirar a sua camisola. Olhei-o de cima a baixo e acabei por gargalhar. "É irritante que fumes e bebas como se a tua vida dependesse disso... Mas ainda assim tens um corpo lindo e saudável. Que tipo de magia negra é essa? Precisas de me ensinar."
"A magia consiste em fazer exercício físico todos os dias... Ia dizer que alimentar-me fazia parte mas também não o faço com frequência..." Disse, enquanto andava na minha direção. Pegou nos meus pulsos e fez com que eu levantasse os mesmos no ar. De seguida, pegou no fim do meu vestido e levantou-o, arrancando-o do meu corpo. "E eu a pensar que aquela fotografia tinha sido falsificada. Afinal tens tudo no sitio, hein?"
Decidi não responder, não querendo pensar muito no assunto, assim não correria o risco de ficar insegura novamente. "Devíamos ter música de fundo..." Comentei. "Para dar mais intensidade à coisa e assim."
Concordo." Respondeu o rapaz e olhou em volta. "Vivem aqui dois velhinhos por isso devem ouvir tipo jazz ou apenas piano certo?" Comentou enquanto caminhava até perto de um rádio, por cima da cómoda. "Tem um CD cá dentro."
VOCÊ ESTÁ LENDO
THUNDERSTORM | Harry Styles
FanfictionEu aprendi a valorizar os meus raios de sol, não as minhas tempestades... porque elas não duram para sempre.