07. regras e dinheiro

1.7K 235 127
                                    

ANDRÔMEDA NÃO GOSTAVA ROMANTICAMENTE DE ALASKA O'Brady, mas tinha noção que ela era a garota mais bonita de toda Hill Valley. Os olhos azuis de céu de verão; o rosto esquelético e pálido, que muitas vezes a faziam parecer uma pintura bonita demais para não estar em um museu; a forma graciosa como ela sorria.

Cada movimento de Alaska parecia articulado e calculado, mas você poderia reparar que ela estava apenas sendo ela mesma. Cada movimento, cada fala, cada olhar. Cada coisa que Alaska O'Brady fazia acabava gerando olhares de admiração em sua direção.

Uma admiração que não era emitida publicamente. As pessoas não falavam com Alaska e nem mesmo tinham coragem de tentar se aproximar. Muitos mantinham distância por conta da sua reputação de megera, mas as outras pessoas (garotas, em sua maioria) evitavam serem vistas ao lado de O'Brady por ela ser lésbica.

Um problema que acontecia com Andrômeda, também. Mas com Alaska era mais forte por ela não vir de uma família influente economicamente na sociedade de Hill Valley. Além de que Andrômeda gostava de manter seus relacionamentos em segredo, enquanto Alaska estava disposta a gritar em plenos pulmões no exato instante que beijasse uma garota.

A observando de longe, Andrômeda coçou o queixo. Jackson, ao seu lado, a olhava com expectativa. A semana inicial de outubro foi marcada, na vida de Andy, como a semana em que Jackson Kross tentou convencê-la a sair com Alaska. Ele havia usado argumentos, estratégias e até mesmo "empurrões inocentes", onde Andrômeda quase derrubou Alaska e os livros de literatura que ela carregava para cima e para baixo.

Sinceramente, Andy pensou que Alaska a detestava mais naquele momento do que há uma semana atrás. As tentativas de Jackson em juntar as duas de forma indireta (e direta) acabaram por resultar olhares tortos de O'Brady na direção dos dois.

── Sinto muito, Kross ── Andrômeda desviou o olhar assim que Alaska a encarou mortalmente há alguns metros de distância. ── não consigo. Ela não é chamada de megera a toa.

── Por favor ── Jackson juntou as mãos dramaticamente em uma forma de implorar. ── eu preciso muito que você faça isso. É a única forma.

── Não.

── Alaska sempre está de mal humor. Se ela namorasse, o humor dela ficaria ótimo ── insistiu. ── e, se você for a namorada, isso vai me ajudar quando eu pedir para sair com a irmã dela.

── E quem garante que Sydney vai concordar em sair com você? ── Andy apoiou o rosto na própria mão, amassando sua bochecha. ── Ela gosta do otário do Brooke.

── Mas Alaska jamais deixaria ele namorar com a irmã ── Jackson empertigou-se. ── Já eu...

── Você tem o ego de uma Kardashian.

── Pode até ser, mas eu sou legal, engraçado e respeito a sexualidade alheia. Diferente de Lewis. Eu posso ser o melhor pretendente de Sydney O'Brady.

── Pretendente? Em que século estamos agora? Dezenove?

── Por favor, Andrômeda.

── Já disse há uma semana e volto a repetir: pense em um plano melhor.

Andrômeda se ergueu do banco do refeitório. Assim que pegou sua bandeja para deixar em cima da bancada, seu pulso foi pego pela mão ágil de Jackson.

── Eu te pago.

── Tá me chamando de prostituta?

O sangue do rosto de Jackson se esvaiu, e Andrômeda mordeu o lábio para não rir. Ela sabia que a intenção dele não havia sido chamá-la de prostituta, mas a reação de susto e culpa no rosto dele fizeram sua acusação valer a pena.

ALASKA & ANDRÔMEDA ━ sáfico [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora