50. a não-reconciliação e a decepção

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ANDRÔMEDA NÃO gostava muito da ideia de Lewis Brooke ficar a sós com Brittany, mas não havia muito a se fazer naquela situação. Depois de ela ter basicamente jogado indiretas bem diretas para ele, Lewis acabou tomando a atitude de chamá-la para sair - após passar uns cinco minutos tentando conseguir a aprovação de Andy para isso.

Jackson, por outro lado, decidiu ir atrás de Sydney depois de vê-la correndo atrás da irmã. Não que ele fizesse alguma ideia do que estava acontecendo - somente estava querendo ficar perto da namorada.

Então, Andrômeda estava sozinha.

Era irônica, na verdade, a sua situação. Há alguns meses, diversas garotas já teriam pedido para se encontrar com ela atrás das arquibancadas, após o jogo amistoso, para dar alguns amassos. Mas, naquele momento, nenhuma menina tinha lhe mandado mensagem em busca de uma sessão de beijos casual.

Nenhuma que ela soubesse, pelo menos.

Fazia muito tempo que Andy não via suas mensagens ou entrava no Instagram. Desde que o artigo sobre ela foi publicado por Alaska, Andrômeda desistiu de ver as mensagens de ódio que andava recebendo. E, apesar de dizer repetidamente que não estava nem aí, ela começava a se importar, sim, com os comentários que andavam fazendo.

Parando na esquina de casa, decidiu retirar o celular da bolsa. Andrômeda não saía sem ele, apesar de não estar vendo atualizações de suas redes sociais. Havia outros aplicativos para usar quando não se estava afim de interagir com as pessoas - como os joguinhos instalados que costumava usar para competir com Lídia, igual o Candy Crush ou Criminal Case.

Seu dedão pressionou o WhatsApp. A primeira coisa que viu, ao invés das dezenas de conversas com seus amigos do time e colegas do colégio, foi a foto de sua mãe no topo das notificações do aplicativo. Sem hesitar, Andrômeda apertou para ler o que Lorelai Davis tinha lhe mandado.

O sorriso que estava começando a se formar em seu rosto, vacilou. Palavras como "desapontamento" e "irresponsabilidade" foram as mais usadas entre as setenta e três mensagens enviadas. Seu dedo deslizou rapidamente pela tela, em busca de algo que não se relacionasse com sua atitude envolvendo a própria vida romântica, mas a única que fugia do tema era tão decepcionante quanto as outras.

"Não queremos lidar com esse problema no momento, voltaremos para Hill Valley na primavera."

Os lábios de Andy se pressionaram um contra o outro, sentindo um nó se formando na garganta. Ela abaixou o celular, bloqueando a tela, e então voltou a caminhar em direção à sua casa. Sua vida estava desmoronando e ela não sabia o que fazer; nem mesmo seus pais queriam vê-la depois da confusão.

Aparentemente, ninguém a queria por perto depois do que tinha feito.

Para a surpresa de Andrômeda, no entanto, alguém estava esperando por ela na frente de casa. Seus passos foram diminuindo a velocidade conforme se aproximava da varanda da entrada, observando os fios loiros cobrindo parte do rosto da garota. Foi somente quando parou na frente dos degraus finos que a pessoa, sentada neles, ergueu o olhar.

As perguntas que cruzaram sua mente correram muito rápido. "O que está fazendo aqui?"; "Por que saiu correndo hoje, no campo?"; "Ficou muito tempo me esperando?"; "Você está saindo com alguém?".

Porém, a única coisa que saiu de sua boca foi:

── Oi.

── Oi ── Alaska respondeu, baixinho.

Andrômeda enfiou o celular no bolso traseiro de seu jeans surrado, não querendo lidar com a mensagem que recebeu de sua mãe há poucos minutos atrás. Ela espiou as janelas, notando que estavam fechadas; significava que Lídia tinha saído para encontrar sua melhor amiga - Pat.

ALASKA & ANDRÔMEDA ━ sáfico [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora