ALASKA O'BRADY NÃO ERA fã dos eventos de Hill Valley, mas o halloween era a algo que ela se ela recusava a perder.
Antes, quando Alaska era pequena, os adolescentes faziam uma festança em uma de suas casas e isso gerava fofocas durante longos meses. Eram festas radicais, com bebidas, pegação e, às vezes, drogas. Ela achava aqueles jovens um máximo mas, agora, tudo que Alaska mais queria era manter distância de pessoas daquele tipo.
Sydney havia decidido ir de líder de torcida assassina. Ela comprou sangue falso, fez alguns rasgos em seu uniforme antigo, caprichou na maquiagem e pegou uma faca falsa no baú de brinquedos antigo das irmãs. Alaska achou que aquela havia sido a melhor fantasia que Sydney já havia usado durante sua vivência na cidade. Já ela, por outro lado, havia decidido se fantasiar de Elite.
A jornalista odiava a série e tudo que continha nela, mas Alaska tinha que admitir que aqueles uniformes lhe caíam muito bem. Com alguns ajustes e costuras, a garota conseguiu transformar alguns trapos em uma fantasia incrível para sair pela rua.
Alaska O'Brady nunca havia contado para alguém, mas seu maior sonho sempre foi ser estilista. Obviamente, era um sonho inalcançável, já que apenas poucas pessoas conseguiam se dar bem nesse ramo; por isso, ela havia recorrido a sua segunda opção: jornalismo. Era um bom curso a se fazer, e poderia envia-la para um bom sucesso, já que ela tinha bastante experiência e se destacava em artigos do colégio e da cidade.
Não havia outra coisa que ela pudesse fazer tão bem. Com jornalismo, Alaska sabia que não tinha como errar.
Alisando a mão pelo tecido de algodão da saia, a jornalista sorriu para o próprio reflexo do espelho, satisfeita com o resultado de sua produção. Ela havia passado o fim de semana em claro para conseguir finalizar o projeto, o que quase a fez perder a primeira aula do dia; mas valeu a pena. Era algo que ela precisava fazer, algo que ela necessitava concluir.
E ela não se arrependia dos furos que havia ganho das agulhas em seus dedos, do estresse com a linha enrolando várias vezes na máquina e, muito menos, com o fato de ela ter cortado diversas roupas que, mesmo que fossem úteis, tinham um propósito maior.
Tudo, no final, resultou em uma ótima fantasia. Se tivesse comprado em São Francisco, sairia muito caro. Mas, como fora Alaska que havia feito com tecidos inutilizados e linhas baratas, acabou saindo mais em conta.
O evento do Halloween acontecia no centro, onde o parque central ficava bem decorado e muito convidativo. Todos participavam daquela festa, mesmo os idosos e as crianças. Era algo bem nacionalista, unindo todos e transformando-os de meros indivíduos à uma grande família diversificada.
Quando Alaska chegou, o parque já estava cheio de adolescentes. Sydney, ao seu lado, pareceu procurar alguém com o olhar conforme as duas se acostumavam com a música alta e a iluminação misturada com as sombras da noite.
Os olhos azuis de Alaska caíram sobre Andrômeda Davis antes que ela tivesse chance de pensar em localizá-la. Eles haviam agido como ímãs, atraídos para fios castanhos presos em um rabo de cavalo e os olhos amendoados que se estreitavam com frequência quando a latina usava sarcasmo.
Andrômeda sorriu, erguendo um copo de plástico para Alaska em forma de cumprimento. A jornalista sorriu de volta, acenando com a cabeça em um movimento tão sutil que parecia que ela mal havia sinalizado.
── Tudo bem se eu te deixar sozinha? ── Sydney olhou para a irmã de maneira culpada. ── Preciso falar com uma pessoa.
Alaska comprimiu os lábios para não sorrir.
── Eu que deveria me preocupar de te deixar sozinha.
── Prometo que volto ao seu lado daqui alguns minutos ── garantiu a irmã.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ALASKA & ANDRÔMEDA ━ sáfico [✓]
RomansaINSPIRADO EM "10 THINGS I HATE ABOUT YOU". ALASKA & ANDRÔMEDA ━ ❝ eu beijei uma garota e gostei disso. ❞ ㅤ ALASKA O'BRADY PODERIA ser considerada a personificação menos suportável de Cher Horowitz. Estilosa, agressiva e irônica, Alaska tem a...