26. monólogo e conselhos

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TALVEZ ANDRÔMEDA DAVIS NÃO estivesse completamente acordada e atenta quando Jackson Kross entrou em sua casa na manhã seguinte e começou a tagarelar um monólogo inteiro sobre o fato de que a noite passada havia sido um caos. Não que isso importasse, já que Jackson não se incomodou de repetir três vezes o fato de que Sydney havia beijado Lewis Brooke durante um jogo estúpido.

Andrômeda sabia bem que jogo estúpido era aquele.

── E então ela foi e ficou me olhando como se fosse uma criança que tinha acabado de pintar toda a parede com giz de cera ── prosseguiu Kross, ignorando completamente o olhar desfocado e a cara de sono da amiga. ── Se ela achou que estava fazendo algo de errado, por que ela ainda assim o fez?

O silêncio que se seguiu fez a latina olhar para o amigo.

── Achei que tinha sido uma pergunta retórica ── confessou Andy.

── Aí eu fiquei ali, parado, olhando para ela e para Lewis Brooke como se eu fosse o Leonard olhando para Penny e para o Sheldon se pegando na sala de estar!

O rosto de Andrômeda se torceu em uma careta rápida.

── Sem referência nerd, por favor. São oito da manhã.

── E você não sabe a pior parte: todos estavam olhando para nós ── prosseguiu, hiperativo e muito elétrico. ── Bryan Olsen, Viktor Potter, aquela líder de torcida que eu até agora não me lembro do nome...

── Olívia.

── O que?

── A líder de torcida é a Olívia ── Andrômeda bocejou, coçando os olhos. ── ela me perguntou sobre você. É amiga de Sydney. Talvez fosse por essa razão que Sydney te arrastou para o jogo: para ficar com Olívia.

── Eu não ligo para a Olívia ── Jackson esbravejou, jogando as mãos pra cima. ── você não ouviu nada do que eu falei?

Andrômeda contraiu os lábios, não querendo ser sincera e dizer que não havia escutado completamente seu desabafo. Ela havia sido acordada com Jackson ligando para seu celular e pedindo para que ela fosse abrir a porta para ele. Quando se deu por si, estava escutando-o falar mais de cem palavras por minuto.

── Você falou da Sydney ── ergueu as sobrancelhas, sugestiva. ── você sempre fala dela.

── Andy ── repreendeu, mas chama-la pelo apelido só fez com que Andrômeda sorrisse. ── é uma crise. Um assunto sério.

── Não dava pra esperar até às dez? É domingo!

── Agradeça por eu teria conseguido esperar até às oito.

── Deus me ajude.

A cabeça de Andromeda deitou sobre os braços dela em cima da bancada, como se ela estivesse dormindo. Jackson andou de um lado para o outro, impaciente – Andrômeda conseguiu escutar o som irritante dos chinelos do amigo em atrito com o chão.

── Não precisa mais sair com Alaska.

── O que? ── sua voz soou abafada contra a pele dos bíceps.

── Alaska O'Brady. Sydney O'Brady. Vamos esquece-las. Vou jogar meu plano no lixo.

Os olhos castanhos dela se ergueram, chocada.

── Você tá brincando?

── Escuta, eu te meti nessa por puro egoísmo. Não sabia que se envolver com uma O'Brady resultaria nisso.

── Você nem se envolveu com Sydney. ── o tom incrédulo fez Jackson parar de andar. ── Você deixou que ela te chamasse de amigo e que ela colocasse essa barreira entre vocês. Você nunca foi direto, nunca disse o que estava sentindo.

ALASKA & ANDRÔMEDA ━ sáfico [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora