24. praia e "puxa, eu amo mulheres"

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ANDRÔMEDA DAVIS JÁ TINHA reparado na presença de Alaska antes mesmo do jogo acabar. Por estar no banco e ser reserva, ela tinha a liberdade de se virar e avistar as pessoas que estavam na arquibancada.

E, além do mais, era quase impossível não reparar em Alaska diante das roupas que usava. Parecia que nem mesmo um jogo de lacrosse do colégio era capaz de faze-la se vestir de maneira menos sofisticada.

Andrômeda gostava disso. Alaska tinha um ótimo senso de moda e de como combinar peças e tonalidades de roupa sem parecer forçado. Na maioria das vezes, ela usava tons de vermelho com calçados castanhos e pretos. Combinava com a visão geral de Hill Valley, que era uma cidade composta de tons neutros e, às vezes, quentes.

── Se você estivesse lá, com certeza o time teria conquistado mais pontos.

Ao ouvir a voz por cima de seu ombro, Andrômeda abriu um sorriso e rodopiou sobre os calcanhares, vendo os fios loiros e esvoaçantes da garota moldando seu rosto esquelético.

── Não achei que viria ── confessou Andy, enfiando as mãos no bolso de sua calça cargo. Ela havia trocado de roupa antes de os garotos correrem para o vestiário.

As garotas não tinham um vestiário próximo do campo. Era por isso que elas iam e vinham com suas roupas e maquiagens já prontas. E era por isso, também, que Andrômeda precisava se trocar antes dos meninos tanto antes como depois do jogo. Caso contrário, ela seria a última a usar o vestiário.

E, sinceramente, o cheiro de chulé e de suor não era muito agradável após o final das partidas.

── Sydney disse que as líderes de torcida tinham montado uma coreografia nova e pediu para que eu viesse assistir ── Alaska afastou os cabelos para trás da orelha, lutando contra o vento que batia em sua nuca e fazia cócegas nas bochechas coradas da jogadora. ── Além disso, você me chamou para festa, lembra?

Andrômeda não escondeu um sorrisinho com aquela fala.

── Lembro. Só estou surpresa de você ter concordado em ir para a casa de Lewis Brooke.

── Me disseram que é uma casa grande. Acho que não vou esbarrar com ele lá.

Os olhos da jogadora encararam o meio sorriso de Alaska. Ela sabia que a jornalista estava apenas parafraseando o que Andrômeda tinha dito quando tentou convencê-la a ir para a casa de Brooke.

Até que Alaska tinha senso de humor, afinal.

── Estive pensando ── Andrômeda avançou alguns passos para fora do campo, sendo seguida por Alaska. ── você não tem muitos amigos em Hill Valley.

── Uau. É assim que vamos começar a noite?

── Desculpa ── Andrômeda fechou os olhos com força, como se tivesse dado uma mancada enorme. ── não foi isso que eu quis dizer.

── Sério? ── a loira ergueu suas sobrancelhas cinzentas.

── É só que... ── Andrômeda ajeitou a alça da mochila com suas coisas sobre o ombro. ── você não parece querer se aproximar das pessoas.

── Talvez as pessoas não sejam dignas da minha companhia.

── Nossa, que ego inflado, senhorita O'Brady. Cuidado para que ninguém o estoure.

── Não é ego, é questão de ser objetiva e prática ── Alaska parou na porta do carona do carro de Andrômeda enquanto a jogadora contornava o veículo. ── Por exemplo, você acha que Lewis Brooke é digno de nossa companhia?

── Não ── respondeu rapidamente. ── Não, mesmo.

── É disso que estou falando ── Alaska sorriu.

ALASKA & ANDRÔMEDA ━ sáfico [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora