đ’„đ’‚đ’‘đ’ŠÌđ’•đ’–đ’đ’ 𝟏𝟏 - 𝒐 𝒑𝒓𝒐𝒕𝒆𝒔𝒕𝒐 𝒅𝒂 𝒆𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂 đ’†đ’đ’†Ìđ’•đ’“đ’Šđ’„đ’‚

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Naomi's POV

Melbourne, Austrália.
Sábado: dia de treino classificatório.

Não eram nem oito da manhã e a mesa de café da manhã que separava Aya e eu tinha mais papel do que comida. Era a terceira das quatro corridas consecutivas que iríamos cobrir juntas - depois disso, Diana assumiria o meu lugar ao lado da cinegrafista, e eu ficaria responsável pelos artigos sobre as categorias de base que a garota estava assinando -, e precisávamos selecionar as melhores fotos e notícias do fim de semana para não deixar dúvidas de que éramos a dupla ideal para assumir o posto no ano que vem.

Era por isso que, entre os ovos fritos, fatias de bacon e nossos clássicos cafés, haviam vários post-its coloridos com nossas ideias. Eu sei, você pode pensar "mas não é só escrever a notícia e pronto?" - e realmente é assim, mas quando você já é o jornalista principal. Se a gente quisesse fazer algo digno de titular, mas ainda como estagiárias, tudo precisaria combinar. Ser perfeito, entende?

- Foca no Ricciardo - Aya sugeriu, anotando o nome de Daniel em um dos papéis -, é a primeira home race dele em três anos. Se eu der sorte, consigo alguma foto dele com os fãs. Os caras aqui são loucos pelo Danny.

Concordei, murmurando com um pedaço de bacon na boca. Encostei a ponta da caneta em outro pedaço colorido da mesa - o que tinha o desenho do traçado de Albert Park -, e estava prestes a circular uma das curvas quando todo o refeitório foi imerso em uma breve escuridão. A energia elétrica, no entanto, voltou em questão de segundos em meio às feições constrangidas dos funcionários.

- Sabia que tinha algo errado pra deixarem a gente se hospedar aqui - Ayana comentou, olhando para cima. - Mas pelo menos a porta do nosso banheiro é resistente.

- Enfim - continuei, rindo e rabiscando uma parte do desenho à minha frente -, a gente tenta ficar antes da curva nove no treino de hoje - sugeri, vendo-a concordar com a cabeça. - Pega o lago no fundo, DRS aberto, quem sabe. A luz de lá ajuda?

- O Sol estaria nascendo do nosso lado da pista, então sim. Mas a gente tem que correr.

Comecei a retirar todos os papéis da mesa, entendendo o recado, e colando-os uns sobre os outros para enfiar no meio do meu bloquinho. Aya se abaixou para pegar a bolsa com todo o equipamento e copiei seu gesto ao pegar a mochila que estava jogada aos meus pés. A alça, no entanto, fez uma tangente um pouco maior do que a que eu havia previsto quando a coloquei no ombro e derrubou o copo de café com leite que tinha na minha frente.

- Ah, merda - resmunguei, afastando do meu corpo o tecido da blusa (agora bastante quente e suja) que eu vestia. A mesa já estava, graças a Deus, livre de qualquer papel, e imediatamente alguns garçons se aproximaram para tentar minimizar a catástrofe que eu havia causado. Comecei a juntar alguns guardanapos na mão para ajudá-los - meu Deus, me desculpa, deixa que eu limpo isso.

- Não, imagina - um dos rapazes se apressou em tirar os papéis da minha mão. - Pode ficar tranquila, acontece sempre.

"Mentira", pensei, incomodada por ter causado aquilo tudo. "O povo que se hospeda aqui tem classe, não é estabanado assim" - mas, de qualquer forma, agradeci.

- Sniffs - Aya me chamou visivelmente decepcionada, apontando para a minha blusa, e segui seu olhar. Um desastre retumbante, para resumir. - Vai se trocar, mas a gente não vai conseguir ficar naquele lugar.

- Vai na frente - pedi me afastando da mesa. Enfiei a mão no bolso da minha calça, tirando um pequeno molho de chaves e jogando-o em sua direção - Eu te encontro lá, prometo. Pode levar o carro, eu chego logo.

FLYING LAP [HIATUS E REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora