𝒄𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 𝟐𝟑 - 𝒖𝒎 𝒔𝒆𝒙 𝒐𝒏 𝒕𝒉𝒆 𝒃𝒆𝒂𝒄𝒉, 𝒑𝒐𝒓 𝒇𝒂𝒗𝒐𝒓

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Lucca's POV

Miami, Estados Unidos.

Domingo: dia de corrida.

- Vou pegar uma bebida pra gente - apontei com o indicador para o bar a alguns metros de nós, me desvencilhando a contragosto do aroma de cereja que eu estava começando a gostar. - Arruma um lugar no sofá, te encontro daqui a pouco, sim?

- Sex on the beach, pra mim - o jeito lascivo com que ela anunciou o drink me fez jogar no mar ao nosso redor todo aquele meu discurso de "não era exatamente explícito". Sorri um pouco atordoado, confesso, e fui atrás da bebida.

- Um whisky com gelo e uma sex on the beach, amigo - pedi ao barman que prontamente se virou para servir os copos.

Me virei de costas para o balcão de madeira do bar, apoiando os cotovelos sobre ele, e sorri abertamente ao ver que a noite já havia começado para algumas pessoas. Pelo jeito, todo o sex appeal que Diana exalava pelos próprios poros havia sido suficiente para que eu me esquecesse do cara que tinha me dado uma carona naquela noite - e que agora parecia totalmente anestesiado por um cheiro melhor que o de limão siciliano.

Aliás, vale aqui a menção à identidade visual do casal - uma jogada digna de pole position de Zhou. A cor da bendita camisa diferia de modo sutil, quase imperceptível, das tranças sintéticas que Ayana tinha presas em um coque elegante. A calça de algodão preta eu preferi entender como um golpe de sorte do chinês, mas, de qualquer forma, fazia seu par com o vestido preto da garota.

Não. Não, nada de analisar o vestido. Péssima ideia.

Voltando. Guanyu nunca me pareceu um cara de atitude, mas a empolgação com que suas mãos brincavam entre a nuca e a cintura de Aya fez com que eu revisasse meus conceitos sobre ele. Ela, para ser sincero, também não parecia estar muito atrás. Se movia ao ritmo da música, de frente para o piloto, dedicada a não afastar o rosto do rapaz do seu. Não havia beijo (ainda), só uma sintonia bonita de se ver. Quase desesperada. Quase.

Sorri, percebendo que eu conhecia a sensação. Aquela de querer que as coisas andem mais rápido, mas estar tão satisfeito com o jeito que estão que acelerá-las acaba não sendo uma prioridade. Eu sabia como era. Já tinha sentido há alguns anos, quando Naomi deixou de se fazer de difícil na final da Fórmula 3 e acei...

- Aqui, senhor - fui salvo pelo barman que me esticava os dois copos e me afastava da minha maldita mente.

Agradeci de imediato, antes que ele pudesse se dirigir a um grupo de garotas que parecia indeciso quanto aos seus próprios pedidos. Passei os olhos pelo salão - dessa vez evitando o casal, o vestido e a cena que me levariam para longe dali mais uma vez - até encontrar Diana sentada em um dos estofados claros na lateral do barco. No entanto, não me apressei para ir em sua direção.

Ela parecia ligeiramente diferente da garota sorridente e prestativa de alguns minutos atrás. Ao invés do olhar descontraído ao qual eu já estava me acostumando, parecia estar absurdamente entediada enquanto analisava tudo ao seu redor com um olhar que beirava o esnobismo. Franzi o cenho, me aproximando a passos lentos até o sofá e analisando enquanto cada músculo de sua face se transformava ao perceber que eu a observava de longe.

E num piscar de olhos, a deusa da felicidade e da libido estava de volta. Como num passe de mágica. Todo o ar esnobe foi soprado para longe pelo tom de voz doce e sugestivo.

- Pediu direitinho, né? - Ela esticou o braço até o copo de vidro que eu lhe estendia e respondi com um sorriso amarelo antes de me sentar ao seu lado. Sem pedir permissão, como sempre, Diana escorregou uma das pernas para cima da minha quando me acomodei sobre o estofado. - Que bom. Precisava de uma desculpa para te agradecer.

FLYING LAP [HIATUS E REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora