𝒄𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 𝟒𝟓 - 𝒎𝒆 𝒕𝒊𝒓𝒐𝒖 𝒅𝒐 𝒔𝒆́𝒓𝒊𝒐

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Naomi's POV

Montreal, Canadá.
Sábado: dia de treinos livres.

Lucca estava sozinho, como esperado, e encostado na parede oposta às portas dos reservados. Sem notar minha presença, cumprimentou com um breve movimento de cabeça um rapaz que estava saindo do banheiro masculino. Parei à sua frente, olhando ao meu redor para conferir se realmente estávamos a sós.

- Diga - talvez o frio no pé da minha barriga tenha transparecido na minha voz, e ele levantou o olhar sério para o meu rosto.

Claramente me analisando, se aproximou a passos lentos para ficar a poucos centímetros do meu corpo. Por conta da música ainda alta, ele precisou levar a boca até onde pudesse me falar no pé do ouvido:

- Você achou que ia dar bom, essa brincadeirinha? - A pergunta me fez arquear uma sobrancelha, mesmo que ele não pudesse ver. Não tinha raiva alguma na voz de Lucca. - Já não bastava aparecer gostosa desse jeito num lugar em que eu não posso nem te tocar direito?

O canto do meu lábio se levantou em um sorriso torto. Paciência porra nenhuma, eu estava pra atingir um outro limite dele.

- Poder, você pode - respondi no mesmo tom discreto, me afastando para encará-lo. - Só não pode deixar os outros verem.

Sem esboçar qualquer menção de um sorriso (que eu, sinceramente, esperava), ele se aproximou um pouco mais de mim, me fazendo recuar por puro reflexo e bater as costas contra a porta do banheiro feminino. Com a mão livre do copo, o rapaz girou a maçaneta ao meu lado, automaticamente nos colocando para dentro do cubículo - que, na verdade, não era tão pequeno quanto eu imaginava ser.

A luz do cômodo se fazia só um pouco mais forte do que a do salão, revelando paredes opacas e acinzentadas. À frente do grande espelho que cobria boa parte da lateral do banheiro, se via uma bancada de mármore escuro onde Lucca depositou o copo quase vazio com certa pressa.

Como se já tivesse esperado tempo demais por aquilo, ele segurou meu rosto entre as mãos geladas para que pudesse juntar nossas bocas num beijo urgente que foi retribuído mais do que imediatamente. O hálito de uísque que me invadia me convenceu a jogar os braços ao redor de seu pescoço para garantir que ele não sairia dali e, como resposta, o piloto se abaixou até que suas mãos alcançassem a base da minha bunda em um apertão firme.

Fechando os olhos com um pouco mais de força, parti o beijo para poder pegar de volta o ar que aquele desespero para sentí-lo havia me tomado.

- Ah, porra - Lucca xingou mais para si mesmo do que para mim antes de me erguer para cima da pia, mas não parecia bravo. Era mais como uma... admiração.

Finalmente processando a situação por completo, abri as pernas para grudar seu corpo ao meu e voltei a buscar aquela boca que para início de conversa nem deveria ter deixado a minha. No entanto, ele a desviou em direção ao pé do meu ouvido mais uma vez.

- Era esse o seu plano? - Sussurrou, fazendo com que uma lufada de ar quente batesse contra a minha pele e depositou um beijo molhado na lateral do meu pescoço. - Me provocar até que eu te pegasse do jeito que a gente fez em Mônaco?

- Adivinhou - respondi, tentando manter a voz firme.

Mesmo sem olhá-lo, pude sentir o sorriso de Lucca se formando em seu rosto com a minha resposta. Estendeu, então, o braço até a maçaneta da porta para trancá-la e senti um frio voltando a subir pela minha barriga.

Afastou ainda mais minhas pernas com uma das mãos, usando a outra para entrelaçar seus dedos no meu cabelo. Com um leve puxão na raiz, deixou à própria mercê a pele exposta da lateral do meu pescoço, aproveitando para distribuir leves mordidas por toda a sua extensão. Para piorar (ou não) minha situação, Lucca fincava os dedos em todo pedaço de carne que alcançava na parte interna da minha coxa - exceto, bem, onde mais me interessava.

FLYING LAP [HIATUS E REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora