Reservado || JIKOOK

🐹 CAPÍTULO 17 🐹

JIMIN

Depois de ouvir um monte de merda vindo da amiga ou sei lá o que de Jungkook, eu me despedi do pessoal e resolvi ir embora, Hoseok queria me levar, mas eu não atrapalharia o encontro dele ou do Jin, então fingi que havia pedido um uber e saí.

Tentei engolir o choro por todo o caminho, eu não queria desabar ali na frente deles ou de alguém na boate, eu não estava com raiva da Yerin, foi assim que a chamaram, eu estava triste porque tudo o que ela falou não deixava de ser verdade.

A quem eu queria enganar, eu ia para o reservado com Jungkook, ele pagava para ficar comigo e mesmo que não rolasse nada ainda era um programa, se bem que no nosso último encontro rolou algo, não foi o sexo em si, mas não deixou de ser e no fim da noite eu recebi, então qual diferença tem com um programa?

A realidade bateu na minha cara no momento em que eu fingia que era alguém normal, alguém que valia a pena ou merecia sair num encontro com o cara que aparentemente estava a fim de mim, cara esse que odiava lugares como a boate e odiava promiscuidade pelo que entendi.

Tentei pedir um táxi, mas nenhum parava, ou já estavam com algum passageiro ou tinha aqueles que não paravam em frente a boate por saber do que se tratava ali, apesar de a boate ser de luxo e só ir gente importante, ainda tinham muitos preconceitos e os taxistas sabiam que se tinha alguém pedindo por um táxi, empresário é que não era.

Escutei a voz de Jungkook me chamando ao longe e fingi que não tinha ouvido, fiquei mais desesperado em conseguir um táxi antes que ele se aproximasse, o que não aconteceu, óbvio, mas agora eu estava sem reação após ouvir o que Jungkook acabou de falar.

— Jungkook. — Falei baixo, meus olhos ardiam lutando contra as lágrimas.

— Jimin, para de falar essas coisas, você não é um garoto de programa e se fosse pouco me importa, não muda o que eu sinto, quero que entenda que o reservado foi apenas a maneira que eu encontrei de me aproximar de você. — Jungkook me olhava e eu já não conseguia controlar minhas lágrimas.

— Há muitos jeitos de se aproximar de alguém Jungkook. — Tentei argumentar.

— E nenhuma delas daria certo com você, porque você é muito difícil, puta merda Jimin é mais fácil construir uma ponte daqui até o Brasil do que me aproximar de você. — Seu tom é brincalhão o que me fez rir um pouco. — Eu queria que você confiasse em mim, que me visse como alguém que você pudesse contar e falar sobre você sem medo, ao mesmo tempo que queria te conhecer melhor e saber o que eu sentia, se era só atração ou tinha algo mais.

— E o que descobriu? — O notei surpreso com a pergunta.

— Que você é mais que um corpo Park Jimin. — Ele me encarou e eu engoli em seco, minha barriga dava voltas. — Só queria que confiasse em mim e...

— Eu confio. — O interrompi, Jungkook me olha surpreso, os olhos o dobro do tamanho, estava fofo. — O pior de tudo isso é que eu confio, mas eu não quero confiar. — Voltei a chorar. — Eu não quero me machucar mais, Jungkook eu sou um estudante que dança em uma boate e você é...

— Eu sou o homem que gosta desse estudante. — Ele me interrompeu. — Como você disse Jimin, nem sempre vamos ter a vida que queremos, mas eu quero te dar a vida que você merece, só confia em mim, por favor. — Ele suplicou, foi a primeira vez que vi Jungkook sair de sua pose séria.

Eu chorei, me permiti ser fraco e vulnerável pelo menos uma vez, Jungkook me abraçou tentando me confortar e dizendo coisas como o quanto eu era especial e corajoso, por passar por tudo que eu passei de cabeça erguida e sorrindo. Deixei que ele me abraçasse, eu queria sentir ele, me permiti ser cuidado por alguém e fiquei feliz que esse alguém era Jungkook.