Vi's POV
Quando eu abri a porta, me deparei com uma mesa de jantar muito bem preparada. Ela já estava me esperando, me senti irritada. Jinx desceu saltitando alegremente, com uma bandeja em mãos.
— Vi, que surpresa! — comemorou ela. — Olha só, eu preparei um almoço delicioso hoje! Por que não se junta a mim...
Não deixei que ela terminasse, eu não queria jantar algum. A agarrei pela gola de sua blusa e comecei a gritar.
— O que você fez?! O que fez com a Caitlyn?!
Ela riu, mas seus olhos não pareciam nada contentes.
— Ora, o que há? Esqueça essa mulher de uma vez, olha o tanto de comida que fiz! — declarou ela, tentando mudar o assunto.
— Você nem ouse falar desse jeito, me responda!
— Está tão certa de que eu sou a responsável...
— Eu conheço a sua letra perfeitamente, Jinx.
— Se é assim, me solte que eu conto.
A coloquei de volta no chão, e tentei me acalmar. Era impossível. Jinx fez com que eu me sentasse a mesa com ela, mas não queria comer nada.
— Só queria que você viesse me ver. — confessou ela.
Arregalei os olhos. Ora essa, eu já não sabia mais o quão longe aquela garota podia ir!
— Então por que não foi falar comigo?!
— Eu fui. — respondeu ela, me olhando fixamente. — Mas vi algo que não queria ver.
— ... O quê?
— "Ah, Vi, mais, por favor! Eu estou no meu limite!" — Jinx dizia, forçando uma voz fina. Meu queixo caiu. — "Eu quero que você chame meu nome, Cupcake! Eu quero que você seja minha!"
Ela continuou imitando a mim e a Caitlyn por um bom tempo, demonstrando que claramente não apoiava nada do que falava. Aquilo estava começando ficar seriamente constrangedor.
Foi então que ela parou, e se virou para mim novamente.— Eu queria que você me respondesse algo, irmã. — comentou ela. — Me diz do fundo do seu coração: você ama mesmo aquela mulher? Ou você só está fazendo isso para me proteger? Eu preciso saber!
Fiquei sem palavras, desviando do olhar dela. Ela estava certa de que eu havia me submetido a um acordo com Caitlyn, mas não imaginava que era o contrário.
— Powder, eu... — soltei um suspiro. — Ela não me força a nada. Na verdade, fui eu que pedi. Eu disse que só iria trabalhar com a Caitlyn se... Ela dormisse comigo.
Eu pensei que ela fosse gritar, chorar e tentar acabar comigo, mas não. Minha irmã ficou em silêncio, olhando para o nada. Tudo o que eu queria saber era o que se passava na cabeça dela.
— Então, é isso? — ela soltou um resmungo. — Eu sabia que você me abandonaria de novo.
— Powder... — eu tentei a chamar, vendo ela subir as escadas de novo.
— Não, volte para sua namoradinha. — interrompeu ela, sem olhar para trás. — Ela não vai morrer, aquele veneno não é forte o suficiente para isso.
Abaixei a cabeça e me levantei. Não valia a pena tentar argumentar com ela. Ao sair, fechei a porta, e a primeira coisa que escutei foi um grito de ódio, raiva e decepção vindo do lado de dentro. Segurei minhas lágrimas, e tentei sair de Zaun o mais forte que eu podia.
Será que eu havia falhado com a minha irmã? Com as minhas raízes?
Abri as portas da sala dos Kiramman, Jayce e Mel ainda estavam lá. O Talis estava parado em frente a janela, os dois me encararam assim que cheguei.

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Trato é Trato
Fanfiction❝...Afinal, trato é trato não é mesmo, Cupcake? - disse ela, num tom zombeteiro e com um sorriso malicioso no rosto. Aquele sorrisinho já estava me tirando do sério e, diabos! Queria por tudo nesse mundo que aquela zaunita tivesse pedido dinheiro ao...