Forty Three

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Caitlyn's POV

Assim que nós três chegamos no subsolo da mansão, que era aonde estava instalado o laboratório, encontramos Jayce e os Defensores apontando suas armas para Viktor, enquanto o mesmo estava com Abigail no colo, movimentando dois fantoches para brincar com ela, um desses fantoches ele mexia com o braço mecânico de sua armadura. O olhar do zaunita parecia calmo, nada ameaçador. Aquela era a primeira vez que eu o via sem a sua máscara depois de tudo o que aconteceu, e ele não havia mudado muito.

— Eu não vejo o porquê de tantas armas. — comentou o mesmo, em tom de deboche.

— Eu só abaixo elas se você soltar a minha filha! — esbravejou o Talis.

Eu já estava prestes a dizer para Jayce que aquela agressividade toda não ajudaria nada, embora Vi também já estivesse entrando na onda dos outros e preparando suas manoplas para o ataque, mas logo Viktor respondeu:

— Você fala de mim como se eu pudesse fazer mal a uma criança que não tem nada a ver com isso. — disse o mesmo tirando os fantoches de suas mãos e os entregando para Abby. — Vá para o seu pai, pequenina.

Assim que foi colocada no chão, Abigail fez exatamente o que Viktor mandou, e foi direto para seu pai, que a pegou no colo aliviado. Os outros Defensores então abaixaram as suas armas.

— Se era para a entregar tão fácil assim, por que você fez todo esse alvoroço?! — Vi questionou, confusa.

— Por que eu precisava conversar com o Jayce, mas eu sabia que ele não iria querer falar comigo tão facilmente. — o zaunita explicou.

Jayce tirou os olhos da filha por alguns instantes, para poder olhar para o mesmo.

— O que você quer falar comigo? — o conselheiro indagou, confuso.

— Precisa ser em particular.

Um silêncio ficou pela sala. Jayce olhou para mim e então entregou Abby para mim. Naquele exato momento, eu sabia que o mesmo já estava disposto a ouvir o que seu ex-parceiro tinha a lhe dizer, o que me convenceu a fazer os outros saírem da sala comigo.

— Tem certeza de que vai dar tudo certo lá dentro? — minha esposa me perguntou, se sentando no velho sofá que tinha no corredor.

— Se der algo de errado, arrombamos a porta. — expliquei, me sentando ao lado dela. Foi então que me virei para Abigail, que estava no meu colo sem entender nada. Abri um sorriso para a mesma. — Abby, querida, você tem noção do susto que você deu em nós?!

— Você nunca viu aquele homem na vida, por que você não disse para a professora que não conhecia ele? — perguntou Violet para ela, colocando a mão no ombro da garota.

— Porque ele é amigo do meu pai! — explicou a filha de Jayce. — Ele disse que os dois descobriram muitas coisas juntos, e ainda me pagou um sorvete!

— Abby, ele poderia ter te machucado... — Vi falou, após soltar um longo suspiro.

— Ah, não! O Viktor não conseguiria machucar ninguém! Ele é muito bonzinho.

Olhei para Violet para lhe demonstrar que não tinha como dizer mais nada para a menina, e minha esposa então se calou. Ficamos em silêncio a partir daquele momento, até que um tempo depois, Violet se lembrou de alguém:

— Ei, cadê a Jinx? — indagou a mesma, olhando para todos os lados.

Mas assim que ela perguntou aquilo, Jinx saiu correndo do laboratório de Viktor em direção a saída, cheia de armas em mãos.

— FOI MUITO BOM FAZER ESSE PASSEIO COM VOCÊS, GALERA! — ela gritou para nós. — MAS AGORA, EU TENHO QUE IR!!

Ficamos todos olhando aquela cena, confusos, quando Jayce e Viktor saíram da sala.

— Vocês dois que estavam aí dentro, podem me dizer que porra foi essa? — Vi logo perguntou, enquanto nós duas nos levantamos no sofá para falar com eles.

— Ah, ela veio pegar as armas que o Viktor confiscou dela, coisa do tipo. — o conselheiro respondeu, pegando a filha dele dos meus braços. — Nós dois já terminamos de conversar, melhor irmos embora.

Assenti que sim com a cabeça, e sem olhar para Viktor, fomos embora. Toda a viagem correu em silêncio, até que me virei para Jayce, e comecei a falar:

— Sobre o que você e ele conversaram?

— Sobre meus estudos para poder criar seu filho e o da Vi. — foi a resposta rápida do, enquanto ele ajustava a adormecida Abigail em seu colo. — Ele ficou sabendo e quis ajudar, para poder mostrar a Piltover que seu universo ideal poderia dar certo.

— Você aceitou a ajuda dele?

— Não vi porquê recusar. Assim, ele talvez não venha a encostar na minha família de novo. — ele comentou. — E assim, vocês também poderão ter seu filho mais rapidamente.

Fiquei em silêncio. Internamente, eu estava contente que ele aceitara. Talvez isso significasse que eu não teria que esperar tanto para poder ter uma criança com Vi.

Com o fim do caso, todos nós resolvemos que o trabalho havia chegado ao fim, e poderíamos ir para casa.

— Bem, eu fico contente que essa história terminou bem. — Violet comentou, enquanto fechava a porta do apartamento.

Assim que ela se virou, ela obviamente não esperava que eu a empurrasse na porta e começasse a beijar de forma feroz. Violet se assustou, mas não demorou para que se rendesse.

— É isso que você gosta de fazer depois de salvar sua afilhada de um cientista esquisito? — indagou ela próximo ao meu ouvido.

— Você não pode pensar que eu não vou querer mais depois do que aconteceu com nós duas naquele armário.

Ela riu.

— Tem razão. Venha, vamos para nosso quarto.

~~~

Jayce's POV

— Eu acho que está feito. — eu disse, assim que olhei para o nosso trabalho completo.

Foram semanas de pesquisa até eu e Viktor descobrirmos como gerar vida com a Hextec. É uma longa história: runas, juntar o DNA de Vi e Cait... Eu dúvido que entenderiam se eu explicasse. A última coisa que faltava era inserir aquilo em Cait, que iria gerar o bebê.

— Parece que agora suas amigas devem estar muito contentes que eu tenha "sequestrado" sua filha. — Viktor comentou, se aproximando de mim com sua bengala.

Soltei uma risadinha.

— Você quase me matou de susto aquele dia.

— Já te garanti que não vai mais acontecer, não há o que se preocupar.

Nós dois ficamos em silêncio por alguns instantes. Viktor ficou parado, olhando ao redor do laboratório. Nós dois trabalhamos em muitas coisas ali, era óbvio que ele estava nostálgico (assim como eu).

— Se lembra daquele dia em que aquela senhorinha idosa da recepção quase nos pegou no flagra?

— Não me lembre disso...

Ficamos nos encarando por alguns instantes. Os olhos amarelos vibrantes de Viktor pareciam querer me dizer algo, mas ele não falou nada.

Viktor apenas pegou sua máscara e a colocou, indo até a porta.

— Até algum dia, meu velho amigo. — declarou o mesmo, abrindo a porta e enfim sumindo.

Trato é TratoOnde histórias criam vida. Descubra agora