Fourteen

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Caitlyn's POV

As semanas após aquela missão se passaram rápido. As buscas pelo doutor Singed já haviam sido iniciadas, Violet era uma dos defensores que estava andando por Zaun inteira em busca desse alquimista louco. E eu confesso, me enchia de orgulho ouvir Morty falar que a missão estava progredindo bem graças à ela.
Numa tarde, eu havia voltado da delegacia há algumas horas e amanhã estaria de folga. Sentada na sala, eu conversava com Jayce sobre alguns assuntos banais. Ele estava sedentário naquele dia, não muito interessado em ir até a minha casa.
Tudo ia bem, até ele dizer:

— Cait, eu queria te perguntar uma coisa.

Me arrumei no sofá, curiosa para saber o que era.

— O que foi?

— Andei reparando que você e a Violet são bem próximas. — o mesmo comentou.

Soltei uma risada nasal.

— Como não seríamos? — eu disse, pondo a mão no queixo. — Moramos na mesma casa, trabalhamos juntas...

Parei de falar por alguns instantes, ficar reparando muito em Vi fazia meu coração bater mais rápido ultimamente. Eu não entendia porque, mas estava tentando evitar isto ao máximo.

— É, você tem razão. — respondeu ele, satisfeito por alguma razão. — Mas você anda tão estranha ultimamente...

— Jayce Talis, o que você quer dizer com isso?

— Estou achando que você está namorando alguém e está escondendo das pessoas. — concluiu. Tive que fazer uma careta. — Mas por que você não contou? Você sabe que não precisa esconder seus namoricos de mim.

— Claro que eu sei, tanto que você já saberia se eu estivesse namorando.

Era uma meia mentira talvez. Eu e Violet não estávamos namorando, esta era talvez uma palavra muito forte para nossa relação.
Nós só ficávamos algumas vezes, e nada depois disso.
Jayce pareceu enfim se convencer.

— Cadê a Vi?

— Saiu para dar uma volta, deve estar jogando bola por aí. — as crianças de Piltover simplesmente amavam quando a Vi jogava com eles. Ela com certeza seria uma irmã mais velha divertida de se ter.

— Entendi. Seus pais chegam essa semana, né?

— É... — eu tinha chegado a me esquecer que meus pais estariam de volta. Eu e Vi teríamos de ser mais cuidadosas.

Foi então que Violet chegou. Me despedi rapidamente de Jayce e me virei para ela.

— Já voltou? — imediatamente, a mesma fez uma careta.

— Nossa, eu esperava alguma coisa mais gentil. Como, sei lá, "nossa, que bom que você está aqui!" ou "bem-vinda, senti saudades!". — rebateu ela, indignada. — Enquanto isso, você só tem a me dizer "já voltou?".

— Você não demorou tanto a ponto de eu poder dizer essas coisas. — conformada, ela se sentou no sofá ao meu lado. Logo reparei que ela tinha algo nas mãos. — O que é isso?

— Morangos. Comprei alguns no caminho. — ela abriu a caixinha de plástico, comendo as frutinhas sem nem mesmo as lavar.

Fiquei em silêncio enquanto via a mesma se deliciar com os morangos. Eles estavam com uma cara boa, até.
Violet de repente colocou um deles na minha boca. Não recusei ou reclamei, aquele morango estava gostoso demais para que eu arrumasse um motivo para gritar com ela.

— Sua gulosa! — repreendeu ela, assim que viu metade dos morangos sumirem da caixa. Eu os comi.

— Ninguém mandou me atiçar. — comentei lambendo os dedos, com um sorriso brincalhão no rosto.

Ela deu uma gargalhada, mas ficou séria de forma repentina.

— Preciso te contar uma coisa.

— O que foi?

— Sabe, Cupcake, eu comecei a achar que eu já estou morando a muito tempo aqui, na casa dos seus pais. — começou ela. — Eu não acho isso muito justo, então, vamos supor que eu estivesse juntando um dinheirinho e...

— E? — perguntei, curiosa. Ela não podia estar falando sério, como iríamos nos encontrar sem causar suspeitas?

— E conseguisse comprar um apartamento próximo da delegacia? — de repente, ela tirou chaves do seu bolso.

Tá bom, ela estava falando sério.
Tudo bem, ela estava certa em querer ter sua casa própria, no entanto, aquilo poderia arriscar o nosso acordo.

— Vi, isso é ótimo para você. — eu disse, esboçando um sorriso. — Só que tem um problema...

— Eu sei, o nosso trato. Mas eu andei pensando numa solução para isso: você pode vir morar comigo.

— ... Como?

— O apartamento não é nem um pouco minúsculo. — explicou ela. — Óbvio que ele não é esse casarão dos seus pais, mas é um lugar bom para duas pessoas. É perto do trabalho, da casa dos seus pais. Existe o monte de amigos por aí que moram juntos, as pessoas não vão ficar nos perturbando.

Fiquei pensando por alguns instantes. Vi tinha razão, mas eu ainda tinha medo. E se ela estivesse errada? E se as pessoas começassem a comentar? As conversas voam por Piltover tanto quanto os aviões da cidade.

— Olha, Vi... Eu... Eu não sei. — conclui por fim. — Eu ainda tenho que pensar.

Ela suspirou.

— Tudo bem, te dou todo tempo do mundo. — responde ela.

Depois de um silêncio, ela voltou a falar:

— Vem, vamos jantar para depois nos divertirmos um pouco.

Eu assenti, e fui com ela até a sala de jantar.

~~~

Já era de manhã, mas o quarto ainda estava escuro. Vi agarra meu corpo de forma possessa. Ela sempre deixava claro que eu era dela com seus atos e suas palavras. Eu era dela. E ela era minha.
Seus lábios estavam grudados no meu pescoço, me mordendo e me beijando em certos momentos. Sua mão esquerda estava sobre um dos meus seios, o acariciando.
E eu? Bem, eu usava minha voz para pedir por mais. Minhas mãos subiam por sua nuca e seu pescoço.
Era bom começar as manhãs daquele jeito. Muito bom, na verdade.
Era tão bom que eu não havia reparado que a porta estava destrancada dessa vez. Violet e eu nos convencemos de que estava tudo bem, ninguém iria ouvir ou contar para os meus pais.
Mas naquele momento em específico, isso era o de menos. Com minhas mãos, fiz com que Violet virasse seu rosto para mim e me beijasse.
Eu arfava pesado durante o beijo. Merda, aquela zaunita estava me enlouquecendo. E eu realmente não me importava.

— Me beija, Vi... — eu pedi, vermelha. — Me faz sua de novo, por favor... Eu preciso disso...

— Mas o que é isso?! — a voz de minha mãe invadiu o quarto.

Ah, não.

Trato é TratoOnde histórias criam vida. Descubra agora