Twenty One

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Vi's POV

Parei na ponta do píer e olhei para o que estava na minha frente. Era um barco, que tinha escrito na sua direita a palavra "Sirene", isso era certo.
Águas de Sentina era recheada de piratas, contrabandistas e todo tipo de gente com intenções duvidosas, de acordo com o que sempre ouvi. Era até estranho alguém deste lugar ter coragem de vir até Piltover.
Ao meu redor, tinha um monte de Defensores, também admirando o barco. Não tinha nenhum sinal de Caitlyn ou qualquer outra autoridade.

— ... Deveríamos entrar? — alguém murmurou.

— Não sei, seria melhor esperarmos ordens da Xerife. — outro respondeu.

Eu, como sempre, ignorei a ideia deles. Andei um passo a frente e comecei a subir pela escadas de madeira do barco. Os outros me encaravam como se eu fosse louca.

— Tinha que ser a boa e velha Violet! — alguém brincou, o que puxou a risada de todos.

Ignorei as piadinhas deles ao perceber que já estava a bordo. Olhei ao redor, nada de suspeito por ali.
Aquilo só podia ser brincadeira. O barco não tinha nada demais, por que Caitlyn fez questão de que todos nós fossemos até lá?
A tripulação, composta por sua maioria homens, me analisava da cabeça aos pés. Desconfiados, é claro. Também não gostaria se uma mulher baixinha de cabelo rosa entrasse no meu barco sem pedir. Mas logo percebi uma silhueta gigantesca atrás de mim.
Me virei. Era um outro pirata. Alto, fortíssimo e com um rosto ameaçador. Ele vestia roupas de couro, dentre elas uma jaqueta vermelha que ía até seus pés. Sua barba escura tinha alguns fios acizentados, sinal de que ele era um pouco velho. No seu rosto, tinha uma cicatriz que ia da ponta do nariz até um certo ponto de sua bochecha.
Respirei fundo. Não dava para ficar muda, e certamente, Caitlyn iria querer que eu fosse profissional.
Limpei a garganta.

— Boa tarde, senhor. Eu sou a oficial Violet. — me apresentei, mostrando meu distintivo. Ele não disse nada, apenas continuou com a cara emburrada. — Eu presumo que você seja... O capitão deste barco?

Mas bastou eu dizer aquilo para o mesmo abrir a boca para dar uma gargalhada. Além dele ser um pouco desprovido de dentes — como se eu também já não tivesse perdido alguns da parte de trás —, ele tinha um bafo horrível. Tive que segurar uma careta ao sentir o cheiro vindo no meu rosto.

— Não, não sou o capitão, dona oficial. — ele disse. A forma como me chamou era deboche.

— Então, será que poderia me levar até o chefe da sua tripulação? — ousei perguntar. Nossa, que vocabulário extenso eu ganhei nesses meses com a Caitlyn!

Ele pensou por alguns instantes, no entanto, me deu a resposta que eu queria:

— Por aqui.

O pirata andou até a porta à sua esquerda e então a abriu. Não consegui ver quem estava ali de imediato, visto que o grandão estava na minha frente.

— Tem uma Defensora querendo falar com você. — anunciou ele para alguém, e saíndo da minha frente.

E, nossa. Eu estava esperando outro pirata grandão e com bafo, mas me enganei completamente!
De pernas cruzadas e com os pés na mesa, estava na minha frente uma mulher de rosto jovial e atraente. Seus olhos tinham uma mistura do verde com o azul, seu chapéu preto estava um pouco inclinado para frente e ela tinha um gigantesco cabelo vermelho.
Vestindo roupas de couro como todos da sua tripulação, a capitã do Sirene segurava em mãos uma taça de vidro, que estava cheia de vinho por dentro. Ela estava focada num mapa que estava sobre sua mesa, no entanto, sua atenção se virou para mim em instantes. De primeira impressão, ela se demonstrou um tanto impressionada comigo.
Ela deveria estar pensando que era baixinha demais para ser Defensora, todo mundo diz isso.

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