Trato é Trato

Twenty Six

Caitlyn's POV

— Eu ainda acho que foi uma péssima ideia ter contado do nosso namoro para seu pai logo depois de ter sido sequestrada. — Violet comentou pela noite, quando já estávamos na cama.

Soltei uma risadinha, e me aconcheguei mais ao seu abraço.

— Não se preocupe, foi só um desmaio. — respondo, enquanto ela passava a mão no meu braço. — Papai supera essas coisas.

— Caitlyn, ele teve um infarto!

— Se ele fosse minha mãe, teria pegado uma espingarda e corrido atrás de você. — assegurei. — Não se preocupe, minha mãe já disse que ele está melhor agora e abençoa o nosso relacionamento. Satisfeita, dona Violet?

Ela soltou um suspiro, e beijou minha nuca.

— Está bem, Cupcake. Vamos esquecer isso nos divertindo um pouco... — e desligou o abajur.

Violet ficou sobre mim, ficando parada por alguns segundos para analisar a silhueta do meu rosto. Estava escuro, não conseguíamos nos enxergar. Mas não fazia diferença, só de saber que ela estava ali, era bom.
Não demorou muito para que ela me desse um lento beijo. Levei minhas mãos até a barra de sua blusa e comecei a subi-la para cima. A mesma riu enquanto mordia meu lábio inferior.

— Apressada, Cupcake? — brincou, enquanto alisava minha coxa com sua mão direita.

Fiz uma cara emburrada, e o beijo continuou.

— Eu fiquei com medo de te perder. — confessou Violet, enquanto descia sua boca da minha mandíbula até meu pescoço.

— É sério? — abri um sorriso. — Vi.

— Quê?

— Me deixa mandar hoje. — pedi, colocando a mão em sua barriga. A mesma afastou a cabeça um pouco, agora que minha visão se acostumara com a escuridão, vi que ela havia feito uma expressão surpresa.

— Mandar? Como?

Soltei uma risadinha, e me aproveitei para a colocar deitada. Havia sido um movimento rápido, o que a assustou. Fiquei por cima de Violet, usando meu joelho para fazer pressão em sua intimidade, ela soltou um gemido alto.

— Eu te mostro. — declarei, dando uma mordiscada em seu pescoço.

— Cait, Cait... Calma, vamos devagar! — ela falava, vermelha.

Dei uma gargalhada. Bem, aquela foi uma grande noite.

~~~

Em frente ao espelho, eu arrumava meu vestido azul pastel. Ele era lindo, longo de alças finas e com uma fenda que ia até metade do meu joelho.
Em minhas orelhas, eu usava um brinco pequeno de pérolas. Meu cabelo estava solto, e minha maquiagem não era muito forte.

— Olha só, quem é essa mulher gata para caralho na minha casa? — ouvi a voz de Violet vindo na porta, em tom sarcástico. — Minha namorada vai ficar furiosa se te ver aqui.

Soltei uma risadinha. Ela também estava linda naquele terno — Violet ficava linda em qualquer tipo de terno.

— A minha namorada também não vai gostar de saber que estou na casa de uma mulher tão bonita. — comentei, também brincando, enquanto ia até ela para lhe dar um rápido beijinho.

— O carro já está lá embaixo, está pronta? — questionou, enquanto eu segurava suas bochechas.

— Estou, pode ir na frente. Vou pegar minha bolsa. — ela obedeceu prontamente.

Estávamos a caminho do casamento de Mel e Jayce, o qual os dois escolheram justamente na nossa folga, para que eu e Violet não tivéssemos desculpa para faltar. Iria ser um evento bem agitado para Piltover, afinal, não era todo dia que um Conselheiro se casava com outro Conselheiro. E como Jayce amava se exibir, teria muita gente.
Quando saí do prédio, Violet prontamente abriu a porta do táxi.

— Damas primeiro. — declarou sarcasticamente, o que me fez rir.

Me acomodei no banco de trás, e assim que Violet fez o mesmo, o carro zarpou em direção a igreja.
A cerimônia havia sido feita na Igreja de Piltover, e a festa começaria logo em seguida, na mansão dos Medarda. Assim que cheguei, cumprimentei rapidamente meus pais e depois fiquei passeando pelo local junto de Vi, que segurava firme na minha mão.

— Está com medo que eu saía correndo? — brinquei, e ela abriu um sorriso de lado.

— Na verdade não, só quero que nos vejam. Quero que olhem para nós e pensem: "puta merda, que baita de um casal!" — respondeu, triunfante. De qualquer forma, estava dando certo. Nós não éramos as noivas, mas por enquanto, todos os olhos estavam sobre nós.

Foi então que encontrei a Jayce, e fui até ele. O mesmo estava arrumando sua gravata borboleta preta da mesma cor do paletó, parecia nervoso.
Por um momento, pensei que Mel teria o deixado no altar, mas não acho que ele continuaria a festa se fosse isso. Ele voltaria para casa chorando que nem um bebê.

— Parece nervoso. — comentei, pondo a mão em seu ombro. Violet estava enchendo seu copo com alguma bebida naquele momento. — Mas vou te dar um desconto, não se casa todo dia.

— Ah sim, claro que sim. — ele soltou uma risadinha. — Quero que seja bonito, mas não é só isso.

O fitei séria.

— Qual é o problema?

— O presente da senhora Medarda. — ele confessou, num sussurro. Fiz uma expressão confusa, o que poderia ter de tão ruim no presente da sogra?

— E daí?

— Ela vai ficar conosco até o fim da gravidez da Mel. — assim que vi seu rosto de derrotado, segurei o riso.

— Meu Deus, ela não falou sério, né?

— Pior que disse. Ela veio com malas gigantescas, era óbvio que não iria embora tão cedo. — ele engoliu o seco, nós dois olhamos para aonde a mesma estava. A senhora Medarda estava na companhia de um garoto que tinha idade para ser meu irmão, mas estava na cara que eles tinham algo.

— Bem, é melhor que aproveite bem a lua de mel, nesse caso.

— Ah sim, nós vamos. Nossa casa vai se tornar um quartel enquanto estivermos fora, mas tudo bem. — ele riu, e então olhou para o seu relógio. — A cerimônia vai começar, tenho que ir.

Assenti, e logo fui atrás de Vi para nos sentarmos em nossos lugares. Nos sentamos do lado do noivo, junto de meus pais. E a cerimônia começou. A mãe de Jayce parecia muito comovida com tudo que estava acontecendo ali. Ela entrou com o filho logo no começo. Os padrinhos e as madrinhas entraram logo em seguida, e por último Mel, sozinha.
Mas isso nem fazia diferença, afinal, ela estava linda. Todo mundo já sabia muito bem que Mel ficava ótima de branco, mas agora, ela garantiu isso.
Os olhos de Jayce brilharam quando a mesma segurou em sua mão, ele era muito apaixonado mesmo.
Falando em pessoas apaixonadas... Assim que eu vi a cena, senti minha mão ser envolvida por outra. Era Violet, segurando minha mão, e seus olhos também brilhavam quando ela olhava para mim.
Naquele instante, passou pela minha cabeça eu e Violet nos casando. Eu sabia muito bem que queria me casar com ela e formar uma família, mas naquele momento, era tudo que eu mais queria. Abri um sorriso, e apoiei minha cabeça em seu ombro.

— ... Um dia, vai ser a gente. — confirmei, num sussurro o qual somente ela ouviu.

Vi sorriu. Por Deus, ela era tudo.

— Vai. — ela assentiu, e voltamos a prestar atenção na cerimônia.