Thirty Six

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Cait's POV

Assim que eu ouvi o barulho da porta sendo aberta, tirei meus olhos da TV e corri até Violet, imediatamente me jogando nos braços dela. No entanto, Vi parecia estar perdida nos seus pensamentos.

— Boa noite, senhorita Violet! — disse, afim de tentar trazer a atenção de minha noiva para mim.

— Ah, boa noite, Cupcake. — ela falou, rapidamente me abraçando e me beijando.

— Boa noite... Você demorou. — eu falei, vendo a mesma se sentar no sofá cansada.

— Ah, tive um contratempo. — explicou a mesma, pondo a mão na testa.

Me sentei ao lado dela no sofá, e nós duas ficamos assistindo o filme que passava na TV por um tempo.
No entanto, eu sabia muito que Violet não estava prestando atenção no filme - na verdade, nem eu estava.
Eu olhava nos seus olhos e conseguia perceber que ela estava preocupada com outra coisa, logo, não consegui evitar perguntar:

— Você está estranha, o que aconteceu?

A mesma suspirou, e vendo que não podia esconder a verdade de mim, começou a falar:

— Lembra quando eu te contei que eu tinha mais dois irmãos além da Jinx?

Confirmei com a cabeça que sim.

- Mas o que isso tem a ver?

— Eu descobri hoje que eles na verdade estão vivos, e presos em Aguamansa.

Fiz uma expressão surpresa. Aquela era realmente uma reviravolta muito surpreendente.

— E como eles foram parar lá?

— O Silco deu um jeito de prender eles lá, porque o antigo xerife era um cúmplice deles. — explicou. — Cupcake, não sei se você conseguiria, mas acha que tem algum jeito de você tirar eles de lá? Eu te juro que, diferente da Powder, eles não merecem ficar presos.

Fiquei em silêncio por um tempo.
Eu já tinha uma boa noção dos atos corruptos que o xerife Marcus fez para esconder os crimes de Silco, visto que assumi meu cargo como xerife pouco tempo depois dele morrer. Então eu acreditava em o que Vi estava dizendo e queria ajuda-la a tirar os irmãos de lá.
Seria muito fácil se eles fossem menores de idade, no entanto, era muito óbvio que os irmãos dela já deveriam ser adultos.

— Eu posso tentar ver se colocaram algum tipo de crime na lista dos dois. - respondi. — Se não, posso libera-los amanhã mesmo.

A mesma sorriu para mim.

— Obrigada, Cupcake. — ela agradeceu.— Não sabe o quanto isso é importante para mim.

Também abri um sorriso para a mesma, a dando um rápido beijinho.
É claro que Violet fez esse rápido beijinho se tornar outra coisa, mas não é preciso entrar em detalhes.

~~~

— Jayce, está ocupado? — perguntei, assim que entrei na sala do Conselho.

O conselheiro Talis estava sozinho na sala, sentado em sua cadeira, enquanto lia alguns papéis. Mas assim que ouviu minha voz, se virou para mim.

— Ah, Cait! Por favor, entre! O que aconteceu?

Imediatamente me aproximei, logo indo direto ao ponto:

— Descobri mais um dos erros do antigo xerife.

— Outro?

— Sim. Outro. — coloquei as fichas de Mylo e Claggor sobre a mesa. Jayce então as pegou e olhou para elas por um tempo. — Ele prendeu esses dois quando eles ainda eram menores de idade sem dar nenhuma explicação sobre seus crimes. Aguamansa está superlotada e já faz um bom tempo que eu preciso de alguém tirar alguém de lá, então, eu preciso da sua autorização para liberta-los.

Jayce suspirou.

— Não vejo problema nenhum. — ele falou. — Mas me tire uma dúvida.

— Qual?

— Foi a Violet quem pediu isso ou você precisa mesmo tirar alguém de Aguamansa?

Arregalei os olhos assustada. Ele riu, visto que já tinha certeza da resposta.

— Como você descobriu?!

— Está escrito aqui que eles são zaunitas, e zaunita é o que não falta em Aguamansa. Mas achei estranho você pedir para liberar justamente esses dois.

— Ok, você venceu. Eles são irmãos da Vi. — confessei.

— A Vi tem irmãos?!

— Sim, e é só isso que você deve saber. Tenho que ir agora.

Não deixei o Talis perguntar mais nada e fui embora da sala.

~~~

Vi's POV

— 'Tô começando a entender o porquê você estar noiva dessa piltie, Vi. — Mylo brincou, quando nós dois estávamos sentados no chão, enquanto ele olhava Caitlyn conversando com uma menina dos Fogolumes. Ela deveria estar perguntando como Ekko e os outros estavam cuidando de Zaun após o acordo que fiz com a Baronesa.

Aquela foi a primeira vez no dia em que eu fiquei séria.
Foi só Caitlyn pedir para Jayce liberar os dois que naquela mesma manhã meus irmãos estavam soltos, como a Cupcake disse.
Contei para Ekko sobre a novidade e imediatamente ele permitiu que Mylo e Claggor fossem morar com ele.

— Olha só, cara, eu te tiro da prisão e é assim que você me agradece?! Olhando para a minha mulher?! — perguntei, indignada. — Vai tomar no cu, seu talarico!

Ele logo soltou uma alta gargalhada.

— Estou brincando, se acalme! — ele assegurou. — Mas é sério, como que você foi conhecer uma mulher dessas?!

— Meu filho, você sabe muito bem que nenhuma mulher resiste a mim, e isso inclue a Xerife de Piltover! — brinquei. — Mas é uma história bacana, eu conto para vocês dois depois.

— Claggor, porque você ficou quieto de repente? - Mylo perguntou, se virando para ele.

Claggor estava apoiado na parede ao meu lado direito, e parecia preocupado com algo.

— Vi... O que aconteceu com a Powder?

Ficou um clima muito tenso entre nós três. Fiquei pensando se era certo contar para eles uma notícia terrível dessas justo agora que eles saíram da prisão, mas, sabia que não iria conseguir mudar de assunto.

— A Powder... Não é mais a Powder.

— Como assim? — Mylo questionou, já preocupado.

— Depois de tudo, eu encontrei a Powder e descobri que foi ela quem chamou a atenção dos guardas.

— Ela foi atrás da gente?

— Sim. Acabei brigando com ela muito feio e a deixando sozinha por um tempo, porque eu precisava pensar um pouco. Quando eu voltei, ela não estava mais lá. Pensei que o Silco tinha a matado, e, com medo dele fazer o mesmo comigo, fugi. Depois de anos, eu descobri que ela estava viva.

Vi a expressão dos dois ficarem aliviados ao ouvirem aquilo, e continuei:

— O Silco, por algum tipo de milagre, ficou com pena dela e a criou. Mas é óbvio que não iria dar certo, e ela agora é uma criminosa chamada Jinx.

Os dois ficaram em silêncio. Mylo apoiou as mãos no rosto e começou a chorar.

— É culpa minha. — disse ele. — Eu não deveria ficar a chamando assim, eu era um adolescente burro, eu...

— Mylo, não é culpa sua. — eu falei, pondo a mão no seu ombro. — Não é culpa de ninguém, além do Silco.

— Você... Tem algum contato com ela ainda? — Claggor indagou.

— Até tenho, mas... Eu não recomendaria vocês irem atrás dela agora.

— Certo, eu entendo.

Logo Caitlyn apareceu, e nós duas fomos para casa. Eu queria poder ficar perto dos meus irmãos, no entanto, eu tinha um casamento para resolver.

Trato é TratoOnde histórias criam vida. Descubra agora