Sixteen

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Caitlyn's POV

Quando eu já estava despida, entrei no box e liguei o chuveiro. Eu não gostava de água gelada, então, coloquei no quente. Violet estava do lado de fora, escovando os dentes. Enquanto eu deixava a água cair pelo meu corpo, ela abriu a porta do box e entrou.
Dei espaço para que a mesma se molhasse também. Enquanto a água caía pelo seu corpo, seus olhos continuavam fixados em mim.
Quando fiz menção a pegar o sabonete ao lado, ela interviu:

— Deixa que eu faço isso para você. — sendo mais rápida do que eu, ela pegou o sabonete e começou a fazer espuma nas mãos.

Não neguei, mesmo que estivesse receosa em relação às suas intenções.
E suas intenções realmente não eram tranquilas. Saí do banheiro desnorteada, indo direto para o quarto. Ela vinha atrás, dando risadinha.

— Você disse que não faria nada. — murmurei, a fuzilando com os olhos. Arrumei melhor a toalha.

— Não tenho culpa se você tem uma mente pervertida, eu estava apenas passando sabão pelo seu corpo! — argumentou, colocando sua blusa. — Se veste logo, Cupcake, você parece exausta.

— Sabe muito bem porque estou exausta.

Ela riu de novo, se deitando. Quando coloquei minha camisola, deitei-me na cama ao seu lado e acabamos por dormir.
E logo vinha outro dia de trabalho. As coisas vinham mais agitadas do que o comum na delegacia, agora com essas buscas em Zaun. Eu ficava a maior parte do tempo na minha sala, analisando todos aqueles relatórios na companhia de Morty. Enquanto isso, Violet estava na sua cidade-natal, acompanhada de outros defensores.
Um pouco antes da hora do almoço, eu estava sozinha, com os olhos pesados de tanto ler as mesmas coisas — e também porque Vi tirou-me do sono com suas ideias perversas que eu sempre deixavam se tornarem reais — quando abriram a porta de repente.

— O que aconteceu? — questionei.

— Achamos ele! — declarou o defensor. Já sabia muito bem do que se tratava.

— E aonde ele está?

— Ele foi enviado para Aguamansa, foi interrogado sobre sua invenção. — explicou, colocando um papel sobre minha mesa. — Esse é o relato falado de Warwick.

Peguei o papel, o homem se retirou. Olhei bem para o desenho. Era um lobo, mas não era um lobo qualquer. Ele deveria andar em duas patas, tinha dentes enormes e garras do mesmo tamanho. Sua pele era azul escura.
Estava na cara que aquele bicho era capaz de destruir um laboratório inteiro. E quem sabe, fazer coisa pior.

— Nossa, que cachorro esquisito! — Violet gritou na minha orelha, me assustando.

Quase me levantei da cadeira num pulo, com os olhos arregalados.

— Como entrou?!

— A porta estava aberta. Mas relaxa, já tranquei. — comentou. Ela então apontou para Warwick com a cabeça. — Então essa é a invenção do Singed?

Assenti, balançando a cabeça.

— Precisamos encontrar esse bicho antes que ele faça coisa pior.

— Nós vamos continuar procurando, Cupcake, não se preocupe.

Balançei a cabeça positivamente, pondo as mãos na testa. Violet, preocupada, pôs a mão no meu ombro.

— Ei, Cupcake, que cara é essa?

— É a cara de quem não dormiu por causa de uma parceira transuda. — respondo, irritada.

Ela soltou uma gargalhada.

— Não sei como você consegue achar graça!

— Desculpe-me, Cupcake. — falou. — Então, para eu te recompensar, deixe-me te dar mais um pouco te energia.

Pronto, começou.
Vi me agarrou pela cintura, fazendo com que eu levantasse da cadeira. Ela então aproximou nossos rostos e me beijou.
Como sempre, cedi. Subi minhas mãos do seu pescoço para sua nuca. As mãos de Violet controlavam os movimentos do meu quadril, assim como também fazia nossos corpos se chocarem.

— Não podemos fazer isso aqui. — eu disse, ofegante assim que o beijo parou. Violet arrumava a gola da minha blusa, em busca de espaço para ela.

— Eu tranquei a porta, se você ficar quietinha, ninguém vai ouvir. — ela respondeu, antes de descer seus lábios para meu pescoço.

Gemi baixo ao sentir seus dentes cravando na minha pele, arqueando a cabeça. Olhei para o relógio na parede.

— Seja rápida. — ordenei.

Violet abriu um sorriso satisfeito. Ela me levou até o sofá — seu canto da minha sala — e me colocou deitada nele. Coloquei minhas mãos sobre a almofada, e fechei os olhos. Dessa vez, eu só queria sentir.
Vi me beijou novamente, usando a mão direita para subir minha saia.
Naquele momento, achei que não fazia muita diferença estarmos na sala.
Mas este momento foi interrompido, e as coisas voltaram a ter sentido. Ouvi a porta sendo fechada rapidamente.
Mas ela estava trancada.
Eu e Violet paramos.

— Você não havia trancado a porta?

— Tranquei. A não ser que mais alguém tenha a chave, além de você.

E tinha mais alguém com acesso às chaves. Jayce.
Me levantei do sofá, arrumei minhas vestes e saí da sala. E lá estava ele, parado na parede.

— ... Você viu?

— Não queria incomodar vocês, então saí. — ele declarou, sem me olhar nos olhos.

Soltei um suspiro, não tinha como fingir que nada tinha acontecido. Ele já tinha visto eu e Violet se agarrando no sofá.

— Jayce, precisamos conversar. — comentei, abrindo novamente a porta da sala. — Por favor, entre.

Ele assentiu, e entrou. Violet tentou sair da sala, ela de certo não queria ficar ali após aquela situação constrangedora, mas eu a impedi.
Ela ficou sentada no seu canto enquanto Jayce e eu conversávamos, não se metendo em momento algum.
Enfim, eu contei tudo para ele. Jayce era meu amigo, eu sabia que ele era capaz de esconder aquilo tão bem quanto minha mãe.

— ... Há quanto tempo vocês estão, bem... Se envolvendo desse jeito? — ele perguntou.

— Desde que meus pais foram viajar.

— E eles sabiam?

— Minha mãe descobriu por conta própria, mas meu pai não sabe de nada.

Jayce então voltou a ficar em silêncio, com as mãos juntas.
Hesitei um pouco, mas não consegui resistir a perguntar:

— Você não vai contar, né? Nem mesmo para a Mel.

— Não, não vou. — garantiu ele. — Por mais que ela esteja com suspeitas, vou deixar que vocês suas contem. Mas.. Espero que saibam que esse tipo de coisa não vai ficar escondida para sempre, uma hora, descobrem.

— ... Nós sabemos, Jayce.

Ele tinha razão.
Nós duas garantimos que ninguém saberia.
Mas minha mãe e ele já sabem. Não demoraria muito para que todos também soubessem.

Trato é TratoOnde histórias criam vida. Descubra agora