Eighteen

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Caitlyn's POV

Violet não estava autorizada a ter acompanhantes, mas eu fiquei o resto do dia com a mesma, a mimando. Temo que ela tenha ficado mal acostumada naquele meio tempo, mas não tinha muito o que se fazer. Ela estava frágil. Eu estava frágil. Precisávamos uma da outra.
Passei a noite toda no trabalho, me recusei a ir para casa. Enquanto eu estava aqui em Piltover, segura, Morty estava em Zaun, morrendo no meu lugar.
Eu não sabia como seria capaz de explicar para a família dele o ocorrido. Quando não aguentei mais ficar naquela sala, fugi para casa. Mas não para a minha.

— Caitlyn! — meu pai exclamou, assim que eu apareci na sala.

Minha mãe não disse nada, apenas colocou seu chá sobre a mesa, me olhando preocupada. Eles já deveriam estar sabendo.
Ficamos em silêncio por bastante tempo. Dei um passo a dentro da sala, e perguntei:

— ... Posso dormir aqui hoje?

Os dois se entreolharam.

— Ora, querida, é claro que pode. — meu pai concordou docemente.

Esbocei um sorriso, e me sentei no sofá. Meu pai nunca soube agir naturalmente em situações como esta, então, ele me abraçou no automático.
Talvez eu precisasse mesmo de um abraço daqueles. Passei a noite na minha antiga casa, no meu antigo quarto, com minhas coisas que ainda deixei por lá.
No entanto, minha mente ainda estava no hospital com a Vi.
Pela manhã, me levantei cedo. Assim que saí da cama, olhei para o espelho. Aquela camisola cor-de-rosa já estava um pouco curta em mim, fazia anos que eu não a usava. De qualquer forma, não faria diferença. Eu iria colocar novamente meu uniforme e iria ao hospital para visitar Violet. Já arrumada, eu descia as escadas, quando escutei um burburinho vindo da sala. Era minha mãe e Mel.
Não consegui evitar, tive que ir ouvir. Me apoiei na porta da sala discretamente, afim de ouvir pelo menos alguma coisa.
A primeira coisa que consegui escutar foi a pergunta de Mel:

— E como está a Caitlyn?

— Ela veio dormir aqui hoje. — respondeu a minha mãe. — Acredito que ainda esteja na cama, estava tão abatida...

A conselheira suspirou.

— Eu confesso: nunca pensei que essa missão acabaria desse jeito, em morte.

— Eu também não. — minha mãe soltou um suspiro. — No entanto, você havia me dito que veio para me pedir ajuda em alguma coisa...

Consegui escutar Mel fazer um barulho de "hm".

— Sim. Sabe, Cassandra, é que eu estou passando por uma situação que... Acredito que você tenha muito mais experiência que eu.

Experiência? Que tipo de experiência?

— Continue. — minha mãe disse.

— Sabe, nestas últimas semanas, eu andei me sentindo um tanto estranha... — começou ela. — Eu andei ficando enjoada, entende? E também, o meu período atrasou um pouco.

— Entendi...

— Contei a Elora sobre o assunto, e ela sugeriu que fosse melhor eu ir ao médico. Eu fui, e... Cassandra, ele disse que eu estou grávida.

Enquanto eu estava visivelmente assustada, minha mãe riu de forma seca.

— Já era de se esperar. — ela concluiu por fim. — Não me olhe assim, Mel, todo mundo sabe que você e o Jayce só começaram a namorar porque vocês transaram uma vez e depois não pararam mais!

— Não estou aqui para ouvir seus sermões brutos, Cassandra. — rebateu a Medarda. — Eu preciso de ajuda. Eu e o Jayce não somos casados, eu... Eu temo como ele vai reagir.

Trato é TratoOnde histórias criam vida. Descubra agora