Caitlyn's POV
Eu e Violet parecíamos estar vivendo numa contagem regressiva. Aquele ano conturbado havia finalmente chegado ao fim, dando espaço para um ano novinho em folha — um ano também cheio de dias importantes, por sinal.
Faltava apenas uma semana para o casamento do Jayce com a Mel. Eles estavam sobre os holofotes de Piltover desde que anunciaram o noivado, então, eu e Violet concordamos que seria melhor anunciarmos nosso namoro um pouco depois.
Se eu pudesse, ficaria o tempo todo somente pensando em nós duas, mas não. Warwick ainda estava à solta.
O ataque que tirou a vida de Morty causou muitos danos psicológicos a todos os Defensores que estavam presentes, o que fez o Conselho me pedir para mudar completamente todo o grupo dos Defensores que estavam nas buscas pelo ciborgue do alquimista Singed.— Eu não tenho medo dele. — insistiu Vi, sentada no sofá, enquanto eu ajustava minha rifle Hextec. Eu não queria arriscar Lola à ir com os novos Defensores para monitorar a missão, o que me fez ir por conta própria. — Acho que eu posso ir mesmo depois de tudo.
— São ordens do Conselho, Vi. — respondi. — Não tenho muita opção.
Eu não estava proibindo Violet de ir somente por causa do Conselho. Depois de ter a visto naquele estado, eu estava certa de que Vi não deveria sofrer de novo, principalmente agora, que estava tudo indo tão bem para nós duas.
Arrumei minha boina uma última vez — eu estava usando o mesmo uniforme que usei no dia em que eu e Violet nos conhecemos — e fui até a porta.— Certifique-se que nada irá acontecer enquanto eu estiver fora. — ordenei para Lola, que assentiu prontamente.
— É claro, Xerife. — ela abriu um sorrisinho.
Assenti com a cabeça. No pátio, o novo grupo de Defensores já estava pronto, a minha espera. Quem também estava junto deles, por sinal, era Jayce. Novamente fugindo do trabalho.
Por mais que eu também não estivesse o vendo muito naquela semana — pelo o que eu soube, Mel estava o obrigando a ajuda-la nos preparativos para o casamento, não que ela esteja errada. Na hora de fazer o filho, ele estava lá.— Você sabe que não precisa fazer isso. — ele murmurou para mim, assim que eu me aproximei.
— Preciso sim. Eu deveria estar lá na primeira vez, não vou cometer o mesmo erro agora.
Ele respirou fundo, preocupado.
— Você mesmo disse que ficaria tudo bem, antes. — retruquei, emburrada. Não gosto dessa mania do Jayce de se preocupar tanto comigo. Nunca gostei e nunca hesitei em lhe lembrar disso.
— Eu disse porque não sabia o que iria acontecer!
— Chega, Jayce. Vai assustar os outros. — eu disse, o deixando de lado e indo até o grupo. — Atenção, estamos partindo agora.
Fiz um rápido movimento com a cabeça em despedida para Jayce e então fui embora com os Defensores.
Desta vez, não tinhamos nenhuma ideia de onde Warwick poderia estar. Logo, nossa única opção era perguntar.
Os Defensores se dispersaram por Zaun. Mas Michael, um novato, resolveu ficar do meu lado.
Acabamos por entrar numa pequena e velha lanchonete, que ainda estava aberta. Ao nos ver entrando, o dono, um senhor gordinho e pálido, nos encarou com um rosto um tanto assustado. Ele apertou as mãos, e começou a olhar para os lados. A loja estava literalmente deserta, sem contar com o vendedor, contava com a presença de um homem alto, vestindo um terno e usando um chapéu, ele possuía aparência estranha. Eu sabia que tinha algo de errado nele, então, fiz sinal para que Michael ficasse de olho no mesmo.— B-Boa tarde, Xerife... — o dono disse, enquanto eu me sentava em frente a bancada. — Eu não entendo porque está aqui, minha loja está completamente dentro da legalidade.
— Não se preocupe, não vim falar sobre isso. — respondi, passando indicador pela ponta mesa. — Estou procurando por um tal de Warwick, você já deve ter ouvido falar sobre.
— Ora, veja bem... Desde certo dia, toda Zaun já ouviu falar desse cara. — ele explicou. — Mas... E-Eu não me meto muito nesses assuntos, não são problema meu.
— Entendo. — conclui.
Ficamos por um tempo em silêncio, até que o mesmo comentou:
— N-Na verdade, dizem por aí que ele costuma ficar vagando por Zaun pela noite.
— Pela noite?
— Sim. Mas bem de noite mesmo, praticamente pela madrugada. — ele explicou.
Soltei um suspiro, e balancei a cabeça.
— Vai servir. — eu conclui, me levantando. — Obrigada pelo seu depoimento, senhor. Agora, é melhor voltarmos...
— Não, espere um pouco! — interrompeu o dono. Olhei para Michael, ele estava desconfiado. E eu também.
— O que foi?
— ... P-Por que não bebe um pouco de água?
Olhei novamente para Michael. Ele parecia estar implorando que eu saísse dali, no entanto, tinha algo de errado naquele lugar. E eu ia descobrir o que era.
— Pode ser. — confirmei, me sentando novamente.
O dono da lanchonete me serviu um pouco de água. Olhei para o líquido transparente no copo. Pelo o que vi ele fazendo, não parecia ter dado tempo para colocar algo na água. Bebi rapidamente, não tinha nada mesmo. Talvez só estivesse contaminada, mas estávamos em Zaun, então...
Mas bastou eu colocar o copo sobre a mesa, que escutei um barulho de tiro bem atrás de mim. Me virei, Michael estava caído no chão, ferido no tórax.
Aquele outro homem estava com uma pistola em mãos, o tiro havia sido dado por ele.
Não dava tempo de pegar minha rifle nas costas, logo, agarrei um revólver que tinha no bolso. Mirei e atirei.
E eu errei.
Como?
Somente com um tapa, o homem tirou o revólver da minha mão, e então, tirou do bolso de seu jaleco preto um perfume.
Mas era claro que não era mesmo um perfume qualquer. Assim que o homem borrifou no meu rosto, senti meu corpo ficar fraco, e caí no chão. Eu ainda estava consciente, no entanto, meu corpo não se movia. Eu não conseguia me levantar, levantar um braço, nada. Apenas ouvir a conversa daqueles dois.— Você fez um excelente trabalho, senhor. — aquele homem disse para o dono da lanchonete, enquanto arrancava minha rifle das minhas costas e a colocava sobre a mesa. — Tenho certeza de que a senhorita Glasc irá liberar sua esposa e filhos depois disso.
— O-O que eu devo fazer com o outro Defensor?
— Apenas cuide dos ferimentos dele. — ele ordenou, prendendo minhas mãos para trás com algumas cordas. — Quando ele acordar, mande-o ir de volta para Piltover, e falar para aqueles pilties virem atrás de Renata Glasc, se quiserem a Xerife deles de volta. Você dá conta do recado?
— ... S-Sim. Eu dou.
Após aquilo, eu não sei mais o que aconteceu. O efeito do "perfume" havia sido feito, e eu havia desmaiado.

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Trato é Trato
Fanfiction❝...Afinal, trato é trato não é mesmo, Cupcake? - disse ela, num tom zombeteiro e com um sorriso malicioso no rosto. Aquele sorrisinho já estava me tirando do sério e, diabos! Queria por tudo nesse mundo que aquela zaunita tivesse pedido dinheiro ao...