The Experiment

Capítulo 29

Maria Eduarda estava na cozinha, esperando (im)pacientemente Bianca procurar qualquer coisa na dispensa.

- Bianca, pelo tempo que você está aí é possível que já tenham varrido toda a areia da praia. –

Bianca saiu da despensa, parando exasperada na soleira da porta.

- Gabriela se esqueceu! –

- Do quê? – Perguntou Maria Eduarda, surpresa.

- Como vamos construir um castelo de areia sem baldinhos e pazinhas? –

Maria Eduarda se controlou para não rir perante a expressão séria de Bianca.

- Bianca, nós não temos cinco anos de idade. É claro que dá para construir um castelo sem isso. –

- Não, não dá. Maria Eduarda, não vai ficar reto e perfeitamente geométrico. –

- E quem se importa? – Perguntou Maria Eduarda, fazendo um gesto para saírem da cozinha.

- Eu! – Exclamou Bianca, abandonando as sandálias e afundando os pés na areia morna.

- Nem tudo pode ser planejado. – Observou Maria Eduarda. Bianca deu de ombros.

- Mas eu posso tentar. –

Maria Eduarda não conseguiu raciocinar uma resposta tendo a visão ofuscada pelos cabelos de Bianca no sol quente da manhã.

- E onde se constrói um castelo de areia? – Perguntou Bianca, parando indecisa a alguns passos do mar.

- Mais ou menos ali. – Apontou Maria Eduarda. – Onde a areia não está nem encharcada demais nem seca demais. –

- Humm... – Bianca murmurou, olhando a areia à sua frente como se ela fosse um quebra-cabeça de 3500 peças. –

- Você fica perdida sem os baldinhos? – Provocou Maria Eduarda.

- Fique quieta. – Ordenou Bianca. – Está atrapalhando minha concentração. –

Maria Eduarda riu.

- Não perca tempo pensando. É só fazer um retângulo forte como base e construir as torres. –

- Sem medir a altura, largura e volume? –

Bianca parecia realmente assustada, o que fez Maria Eduarda sorrir.

- É, sem medir nada. –

- Mas Maria Eduarda, pode ficar instável e cair. –

- Bianca, isso é um castelo de areia, não um grande projeto. Se ele cair, é fácil construir outro. –

Bianca franziu o cenho, parecendo pensativa.

- Você sabe fazer isso, então, sem um planejamento que garante a execução perfeita? –

- Claro que sei. –

- Não deixe que o seu ego interfira. – Alertou Bianca.

- Não deixarei, ando ocupada demais tendo que me esquivar do seu, Senhorita Perfeição. –

Bianca rolou os olhos.

- Muito bem, então. Por onde começamos? –

- Primeiro, vamos trazer a água para cá. E isso é bem fácil. –

Maria Eduarda se levantou, foi até o mar e pegou um pouco de água com as mãos, Pisoteou a areia próxima a elas e construiu uma pequena piscininha.

- Interessante. – Concluiu Bianca.